Elizah Thompson
São seis da manhã e só agora eu fui perceber que uma tragédia aconteceu. Eu estou sem comida alguma em casa.
Normalmente eu vou com a Luci, nossa cozinheira, fazer compras no mercado. Mas Luci teve que sair da cidade por uns tempos para ficar com a mãe idosa, e desde então estamos esperando Luci chegar para reassumir o seu posto. Mas o que não percebemos é que um mês já havia se passado e que nós não fomos fazer compras.
Então agora aqui estou eu sentada no chão da minha cozinha tentando ligar para o meu pai para ver o que faremos agora. Eu estou sozinha em casa sem recurso algum para ir às compras a essa hora da manhã, e eu odeio fazer compras sozinha.
- Pai. - o chamo assim que ele atende ao telefone.
- Oi, princesa. O que houve? - meu pai fala num tom doce, como sempre.
- Eu estou sozinha em casa, eu estou com fome, a comida acabou, não tenho dinheiro e nem companhia para fazer compras. - choramingo.
- Eu tenho um cartão guardado, está no criado mudo do lado direito. Sabe a senha, não é? - meu pai pergunta.
- Sim, papai. É a data de nascimento da mamãe. - digo.
- Ótimo, agora eu tenho quer ir porque estou atendendo a um paciente e eu só parei para te atender. Mas não se preocupe, não é grave, ele vai ficar bem. - meu pai diz.
- Certo, tchau papai. - desligo.
Ótimo, consegui o dinheiro necessário para fazer compras, mas quem irá comigo? Meu pai provavelmente deve chegar bem depois do almoço, as empregadas estão todas de folga e mesmo se não estivessem elas não iriam, até porque não faz parte do trabalho delas.
E falando em trabalho, eu finalmente consegui o número do Henry. Deu muito trabalho, eu tive que ir ao hospital perguntar sobre os últimos pacientes do 4° andar, convencer a recepcionista a me dar a pasta com os documentos, pegar o telefone do responsável que é a avó, depois tive que conversar com a mesma por duas horas, sim DUAS HORAS. E por fim, consegui o número de Henry.
Preciso marcar com ele para prosseguimos com o plano, ainda faltam vinte e nove razões. Henry...
- Espere aí. - digo sozinha após chegar a lista. - O segundo item é ir ao supermercado vestidos de fantamas. Eu posso arrastar Henry comigo para o supermercado para fazermos compras! - exclamo animada.
Vamos lá Henry, me atenda porque temos compras para fazer, e melhor, vestidos de fantasma.
- Não sei quem você é mais já vou avisando que eu não tenho dinheiro para pagar sequestro de ninguém. - uma voz grossa e sonolenta diz assim que atende o telefone no terceiro toque.
Eu reconheço essa voz, Henry está de brincadeiras a essa hora da manhã.
- Oi, Henry! - sorrio mesmo que ele não possa ver.
- Ah... Elizabeth? - Henry pergunta confuso.
- Elizah. - o corrijo.
- Mesma coisa. - ele suspira.
Não, não é. Penso.
- Tanto faz, vamos cumprir o segundo item da lista agora. - informo.
- Por que eu aceitei fazer isso mesmo? - Henry reclama.
- Por que no fundo você quer viver e ser feliz. Agora levanta da cama, temos coisas a fazer. - ordeno.
- SÃO SEIS E MEIA DA MANHÃ, VOCÊ ESTÁ LOUCA? - Henry praticamente grita indignado.
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30 razões para viver
RomanceElizah Thompson é uma garota de bem com a vida, mas não pense que foi sempre assim, ela tem um terrível passado que venceu graças ao apoio que recebeu de seu pai que a criou sozinho desde a morte de sua mãe. Mas em uma situação inusitada, ela de dep...