23|Caixinha de memórias

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Henry Adams

Hoje é um dia muito especial, acredito que vai ser mais uma daquelas memórias inesquecíveis que nós sempre lembramos nos jantares de família. Sim de família.

Elizah e eu tivemos a ideia de cumprir o próximo item da lista na intensão de unir mais a família, até meu pai decidiu que pegaria um dia de folga do trabalho para ir com a gente, mas é claro que a minha mãe teve que insistir muito na ideia. Mas até que eu estou ficando esperançoso porque de qualquer forma ele mudou muito e de vez em quando dá bastante atenção a Emma, eles sempre estão colorindo ou vendo filmes juntos.

Esses dias ele descobriu que Emma é uma verdadeira fã da Barbie, e prometeu a ela que o tema de seu aniversário seria esse. Quando eu a coloquei para dormir, ela me contou como se sentiu na hora, e eu nunca a vi tão feliz, só espero que agora tudo isso seja para valer.

E colocar Emma para dormir é uma das coisas que eu mais gosto de fazer, é a hora em que nos concentramos em falar dos nossos sentimentos e conversar sobre coisas boas, conto histórias e sonhamos acordados. Esse é um momento nosso de irmãos, e eu faço questão disso.

— Estamos todos prontos? Os Thompson já estão enchendo o saco dizendo que já estão no ponto de encontro. — meu pai aparece com Emma em seu colo.

Emma está a coisa mais linda do mundo, ela está usando um maiô tomara que caia cor de rosa claro e estampa de pequenos morangos, por fora um roupão da mesma cor que o maiô, cheia de pelinhos quentinhos para ela se esquentar quando sair da água, e o mais legal é que o capuz imita um rosto de coelho, ela amou isso. E como eu sou muito estiloso, peguei o conjunto óculos e sandália de morango para combinar, eu sou muito bom nisso.

— Amor... — minha mãe o repreende.

Eu ainda não me acostumei com isso, é bem estranho saber que mesmo depois de tudo o que aconteceu, eles ainda querem ficar juntos. Mas eu só quero vê-los ser feliz.

— Eu estava brincando, estou curioso para saber como vai ser unir as famílias em uma viagem. — meu pai pega algumas bolsas que estão recheadas de comida, acredito que é para colocar no porta-malas.

Eu estou animado com essa novidade, vai ser o melhor dia de todos e ninguém vai impedir isso, vamos ir a cachoeira. Vai ser como passar o dia com uma família em um domingo, mas a diferença é que hoje é quarta-feira.

Tudo pronto e assim partimos rumo a casa dos Thompson, nós alugamos um carro de sete lugares para que todos possamos viajar juntos. Ficou combinado assim, Andrew vai dirigir até a cachoeira o que vai durar em torno de cinco horas e meia, depois eu vou dirigir da cachoeira até a casa dos Thompson novamente. Tudo esquematizado, nada de Elizah Thompson no volante, ela iria nos matar.

O caminho foi bastante tranquilo e cheio de gargalhadas, faz anos que eu não vejo o meu pai sorrir, eu nem sabia que eu estava sentindo saudades dele. Realmente um pai de verdade faz muita falta, e nem todo ódio do mundo esconde isso por muito tempo.

Quando chegamos em frente a casa de Elizah fomos recebidos com grandes festejos e confetes, eles são bastante animados e isso é notório. Fico feliz que eu tenha ganhado pessoas de ouro como eles, sem dúvida o maior presente que a vida me deu foi esse, e eu serei eternamente grato aos céus por isso.

Eles já são como uma segunda família para mim, e em tão pouco tempo, já considero Andrew como um pai. Ele me acolheu em sua casa sem nem pensar muito, me deu conselhos e torce pela a minha felicidade, ele me apoia e eu me sinto honrado por tê-lo ao meu lado.

— ELIZAH! — Emma sai do carro as pressas e se joga nos braços de Elizah.

A mesma a recebe com um abraço apertado e rodopios no ar, gargalhadas diferentes se misturam no ar causando uma sensação boa, um ambiente confortável. Os pais se cumprimentam e tudo parece estar bem, acho que finalmente está tudo andando conforme o esperado está tudo ótimo para mim, e esse é o motivo do meu coração estar transbordando.

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