Mantas brancas, aveludadas, a madeira escura que esconde o historiador e contador mais gentil de historias das lagrimas e dos amasses, a ceira, a ceira que vigiou-me de tantas horas de pranto.
Somos a vez dos homens melancólicos, até de aqueles que não querem ser, a cidade nunca irá adormecer até que eu fique velha, servindo no ambiente amarelado das memórias postulas e mórbidas de meus irmãos presos, os mesmos que descobriram de ultima hora, antes de morrer, que as pinceladas fracas dos quadros, as ruas cheias de violões desafinados e com sua linhagem traçada na MPB, na melancolia fria ao calor das pessoas desse paraíso são Paulo, o teriam salvado.
Vamos nos espalhar pelas espinhas, mas tudo bem, o dia vai nos deixar, para gente se encontrar de novo e de novo nos meus sonhos, Nus, ao seu lado, e tudo vai descer de novo, quero que me aperte como os graves do piano, que me aperte a ponto de fazer meu coração sorrir por ti, meu homem desconhecido, a estrela brilha sobre você meu boêmio, e me afogo nas águas verdes dos teus olhos figurativamente desde o dia em que eu soube de que sua passagem não seria curta, me de um pequeno beijo esta noite, pois nenhuma se iguala ao como a lua olha para nós, que é o mesmo que apaixonar-me pela tua pele clara e sua quietude. Nem se for ao fim do mundo, apunhalada ao chão, alguém ouviu alguém chorar? É este o fim do mundo? Nem nas ruas de 56 de Nova Iorque, o mundo se tornou tão cinza.
A incerteza obscura de que eu seria vítima de algo tão jovial, tão pálido, tão claro, tão confuso. A paixão é ausente, listando cada passo, cada sensação, tentando ascender os cigarros já acessos até os isqueiros perderem sua força, até meus dedos se queimarem de tanto rodar seu ferro, desequilibrando nas linhas retas, rabiscando as páginas que disseram para mim que o novo é uma mentira, uma faísca acorrentada ao preço da juventude, ou apenas da necessidade que senti desde a primeira vez que te vi, de que teus olhos claros e seu jeito encantadoramente desajeitado, seria como colocar-me sobre a parede e repetir a mim mesma de que eu menti.
Eu quero chamar-te para tomar um café, quero que segure minhas mãos machucadas ao frio, quero descobrir seu teu nome, o nome da minha ilusão. Quero beijar seus lábios rosados e trilhados pelas músicas apaixonadas dos anos 50, quero lembrar-me da sensação imortal de um aconchego protetor. Você é uma mentira, enfeitiçada sobre as pinturas. Eu nem ao menos sei seu nome, meu amor, esta é eu envenenada pelos lábios gentis do delírio, os beijos da traição, o beijo onde não há vaidade, o amor se foi. A paixão deveria ser uma personificação grega, onde eu a cultuaria para que ela me enxergasse e se orgulhasse do como eu estou apaixonada por você, sem saber nem a onde já pisou, não encontro teu nome nem nas cartas desgastadas de velhitas. No dia em que eu te conhecer, pois nunca nos vimos, nunca sentamos em um banco de madeira amordaçado pela sua própria razão de viver, eu ficaria feliz de te dizer que eu me apaixonei por você, e eu nunca esqueci suas bochechas rosadas desde o dia que você nunca esquivou seus lábios do meu. Eu não estou apaixonada, eu nem se quer te conheço da plateia, meu anjo.
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Sombra e luz: Tapeçaria do Eu.
PoesíaTextos feitos em balanços ao ego, á complexos e principalmente a parceiros de amor ou outros laços de relações, de tal forma pessoal, ou de que atinga o inconsciente coletivo.