A dor desce pela garganta, arranha seus pulmões, queima sua pele, e eu queria ser suas ataduras, mas eu não posso evitar estar perto da mentira poética, da impulsão da mentira até que ela se torne deslumbrantemente uma verdade espinhosa. Seus olhos castanhos são luzes, cada enrolado dos fios do seu cabelo são como arte, sorriso atuando em perfeição, gentileza estonteante, amável, apaixonante. Quem gostaria de te magoar? quem gostaria de ferir sua alegria desta forma? é como se fosse um anjo, e eu jamais roubaria de ti, teu sentimento mais puro, exalante, seu amor. O anjo é a figura mais bem feita, detalhada, soa entre sol, entre si, as notas agudas que tocam a alma, a pintura detalhada, o brilho do verniz novo, e eu não posso roubar tua harpa. Sou condenada pelo pecado, e tudo parece mais pacífico dai de cima, e as paredes sempre me contam que mesmo que belos, isto não os impedem de sofrer, a partir do primeiro respirar, do ultimo suspiro do homem mais doente que esteja resistindo, a ardência da paixão é a única que sobrevive entre os infernos e os mais doces céus dos quais você sobrevive. Chame-o de lua, adoce aquele belo coração inocente, porque ele não conhece onde respiramos, ele não se banha das cinzas, não vê paisagem nas fumaças cinzas e melancólicas, porque mesmo que não pertençam á distimia do azul, transpassam a morte figurativa como uma coisa só, e eu sei que você também consegue ver beleza nisso, minha criança.
Eu não quero trazer a guerra entre os mundos, quero que toque-o como parte de ti, jamais como um troféu, mas que ele também reconheça a ti, como parte de sua alma despedaçada, que finalmente pode ser encontrada.
Admirar e não tocar, alucinar, delirar, sonhar, mas jamais tocar, porque o perfeito pode ser sujado, quebrado, e não há nada que eu possa fazer além de recolher aqueles que se cortaram durante a busca de suas verdades, por hoje, por amanhã, e uma eternidade.
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Sombra e luz: Tapeçaria do Eu.
PoésieTextos feitos em balanços ao ego, á complexos e principalmente a parceiros de amor ou outros laços de relações, de tal forma pessoal, ou de que atinga o inconsciente coletivo.