A poeira é só um adereço, talvez um charme no qual você nunca viu. Uma vez me disseram o prazer em te conhecer, paredes laranjas, folhas cor de ouro, apertos de mão suados e aquecidos. O sol é laranja, o céu é vermelho, depois do dia em que eu finalmente acordei, fez-me aqui uma mala sem nome ou propósito, eu acordo e não entendo.
Meus passos serão salmão, claros como seu cabelo, azulados os sapatos, colorido de mais para decifrar, em baixo do cinza do dia em que eu não acordei, cobertos pelo mais melancólico guarda chuva, mas desde que eu acordei, as despedidas tem sido as pausas entre o vintage e o azul acinzentado
O meu amor, quero tanto que me de um pouco de tempo, olhe as molduras, molhe os gessos, as estatuas desde que nos conhecemos, são todas sobre você, e eu jamais ligarei de faze-las incessantemente até que a chama deixe de tentar se apagar. As cartas são metáforas, você sabe exatamente até a onde eu posso chegar, mas preciso de que o relógio faça seu ciclo sem que seus ponteiros me atinjam, ou te atinjam.
Dormir no chão, se molhar na chuva de lágrimas da metrópole, quarentena em nosso próprio reino, ou o que você preferir, porque todas as vezes que eu olho pra você, eu sinto como se a tentativa me abraçasse de costas, e eu não me importo sobre como seja.
Venda-nos os olhos, mesmo que não os enxergue, saiba que eu os vi, e eu só preciso da sua voz pra ligar-me aos caminhos das pedras. Em um ponto de onibus mais proximo, meio fio, assentos publicos, eu esperei por isso, pela pausa entre um caos e outro, você soar como um flash de tesouros, o sorriso arrancado de lembrar das vezes que eu te beijei, das vezes que eu encarei você em troca da benção de enxergar somente você.
Será limpo, eu prometo, os caminhos são alternativos, duas mãos, elas vão se encontrar em alguma hora, eu já fui jovem de mais pra isso, eu sei que parece impaciente o suficiente, as ondas deixam de existir quando a lua precisa encontrar seu amante. Não deixe de amar meus cacos, eu jamais te cortarei, você me faz ter vontade de reconstrui-los, como deixar uma memória, jamais julgarei você pela necessidade de encostar nos mesmos, a final, o entendimento e a reconstrução andam juntos como carpas prestes a conhecer um grande lago.
Talvez pelas tintas vazias, ou os livros jogados, toda vez que retornamos é um novo capitulo, e este não se torna o primeiro, o final é sempre feliz.
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Sombra e luz: Tapeçaria do Eu.
PoetryTextos feitos em balanços ao ego, á complexos e principalmente a parceiros de amor ou outros laços de relações, de tal forma pessoal, ou de que atinga o inconsciente coletivo.