ela se foi, sobra a mulher e o ar dourado, as folhas de ouro espalhadas sobre seus véus brancos, teu tumulo tom de ópio, eles sabem que ela se foi. Levanta-te o questionamento, ela foi e o que faz, nós, agora? a tratar desta falsa solução midiática de anunciar a todos de que talvez ela apenas não tenha partido, equivocando teu corpo como um manequim sobre as cinzas ruas asfaltadas, nós sabemos, carreguem-na, já levaram tudo o que puderam, o casco pode andar, a pele crua, prestes a necrosar, pode respirar, pode trabalhar, pode se lamentar. A felicidade não é uma pregação clara sobre sua alternativa de existência, você a leciona em quadros no consciente e inconsciente, a leciona sem pauta ou qualquer outro tipo de estrutura de organização ou base de conhecimento geral ou unidade, você vive pouco e experimenta amarguras suficientes e baseando-se nelas, nestas degustações negativas, inconscientemente leciona sua felicidade, seja ela personificada ou materializada, feito isto, sua felicidade se cultua a aquilo que te faz sofrer menos, não realmente uma genuinidade. Se pudessem-nos prender em telas brancas, preferia-me ser o branco, o vazio sem preencher, dado como paz, o silencio, ausência do barulho, do caos. Quero me casar de branco, pureza mais pura como quase não nascer, mas me questiono o porque a morte seria tão impura, se é a mesma que aquieta a ti, a tua alma, pergunto aos espelhos, isto é um surto psicótico? O quarto é cinza, quem o decorou não sabe dizer nem organizar nada ali, isso me deixa irritada, quem se manifestou aqui largou metade de si nessas roupas jogadas, certeza que ninguém nunca morreu aqui? eu sou mais um nas beiras dos bordéis, hoje, amanhã serei rei dos copos americanos com meus novos amigos que conheci a alguns minutos, logo mais pensarei sobre os próximos amanhãs, o que faz questionar-me se existo, penso ou apenas reclamo, que mal há de reclamar? e que prazer que da? o sexo é egoísta, tiram as roupas como cenas de um teatro do absurdo, os tons de pele, as respirações grossas, até que um se retira e o outro se sente sozinho sobre o chão se questionando se deveria ter acabado assim, "porque só um de nós pode sentir prazer amor?".Esta ligação de meu bem, meu amor sinto tanto a sua falta, queria dizer-te que te esperarei e te amarei e te darei todo o meu corpo de novo, e você sabe, meu bem, que minto o tempo todo, não sinto falta alguma de ti, sinto falta da dor que me causava, gostaria de ver-te queimando com o aroma de alfazemas, gostaria de te ver de preto ao por do sol ao meu lado nesta praia, neste instante me dizendo que quer estar comigo até que a morte nos separe.
como deprime-me está sensação, que agora, de pura correção, como não alinha-me está sensação, que agora de pura obsessão, fez pó da minha ultima manifestação. Diga me doutor, diga me que contingencia tenho a tratar, já tenho metade dos meus anos e já não posso mais respirar, diga me que eu não tenho aquela que manifesta em todos, a que faz ver, sentir, respirar, viver! está a palavra! Viver! diga a mim que não tenho isto, já me bastou saber que eu já não poderia morrer, imagine descobrir que tenho vida!.
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Sombra e luz: Tapeçaria do Eu.
PoetryTextos feitos em balanços ao ego, á complexos e principalmente a parceiros de amor ou outros laços de relações, de tal forma pessoal, ou de que atinga o inconsciente coletivo.