32 - Talibã

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Gael Souza | Talibã 💸

1 dia depois.

Acordo com o celular tocando, não fazendo nem ideia de onde estava, atendo o mesmo meio atordoado ainda, me lembrando de todo ocorrido do dia passado.

Ligação On

— Alô. — digo sem ver quem era.

Camila:  Talibã, o Italiano, morreu.
— diz chorando.

— O que? — digo alto. — Tô indo pra aí.

Saio correndo da boca descendo para o hospital, morrendo de dor de cabeça, e com alguns flashbacks de ontem martelando na minha cabeça, chego lá e ao entrar a primeira coisa que eu faço é abraçar a Camila, que já estava chorando e gritando pelo hospital.

— Calma, vai ficar tudo bem. — faço carinho no cabelo dela. —  Eu vou cuidar de vocês. — engulo o choro tentando ser forte.

Camila: Ele me deixou. — chora mais e me abraça mais forte. — ele me deixou sozinha.

— Está tudo bem, fica calma. Vai fazer mal pro bebê. — digo a alertando, e pego um copo de água do bebedouro pra ela. — bebe. — e assim ela faz.

Fico um tempo ali abraçado com ela enquanto ela chorava em meu peito, eu fazia carinho em seu enorme cabelo e dizia que estava tudo bem, mais na real?

Não estava nada bem, eu estava péssimo. E tudo que eu queria mesmo era o Italiano aqui.

Paro pra olhar em volta e vejo a Agnes ali, reparando nela somente agora, a chamo com a mão e ela vem. Beijo a testa dela e a puxo pro abraço.

Camila ainda chorava no meu peito.

Agnes: Eu já resolvi tudo sobre o funeral, daqui a duas horas liberam o corpo. — diz fungando, era notável seu rosto inchado e os olhos vermelhos indicavam que ela havia chorado, mais estava tentando ser forte pela Camila.

— Vocês tem que ir pra casa descansar. — olho pras duas, Camila ainda me abraçava e eu acariciava o cabelo dela tentando trazer conforto.

Camila: Eu não consigo. — chora mais e me aperta.

— Ei. — olho pra ela, e levo a minha mão ao seu rosto o erguendo. — Você tem que descansar pelo bebê. — ela assente. — Agnes também. — ela balança a cabeça em forma positiva. — Eu resolvo tudo aqui e busco vocês na hora do enterro. — engulo em seco.

Agnes: E você? — diz me examinando.

— Vou ficar bem. — beijo a cabeça dela sem a Camila me soltar.

Camila: Obrigado por tudo. — diz fungando. — Vou ir pra casa, você vem Agnes? — pergunta.

Agnes: Vou sim. — limpa o rosto.

Vejo os meninos chegarem com os olhos vermelhos, engulo em seco tentando não desmoronar ali.

Leônidas, Apólo, R9, Menor, Coutinho, Leão e Coringa estavam chorando pra caralho e eu estava tentando passar conforto pra eles, sei que o Italiano não iria querer a gente chorando, porém é inevitável.

Éramos próximos pra caralho.

Fico olhando em um ponto fixo na parede, logo sentindo duas mãos em volta de mim, me deparando com a Camila ali ainda, chorando mais ainda.

Agnes: Vou indo e vou levar a Camila. — Assinto.

— Camila, vai lá. — a solto de mim. — Descansem, ok? — Elas assentem.

Agnes: Descansa também, sei que você não está bem.

— Tô suave. — digo seco. — Cuida dos neném. — passo a mão na barriga dela logo beijando ali. — Você também dona Camila. — ela sorri pequeno, e eu passo a mão na barriga dela, sentindo o bebê mexer.

Camila: Ele gosta de você, certeza que é porque era próximo do papai dele. — volta a chorar.

Agnes: Talibã vai cuidar de você e do nenê. — ela sorri. — agora vamos.

Ela puxa a amiga dali e eu fico no hospital com os caras, eles estavam chorando pra caralho e eu estava ali no meu canto pensando, e esperando liberarem o corpo pro enterro... 

Estava cansado pra caralho de tudo que aconteceu, mais era mais importante estar pela última vez ao lado do meu amigo, que esteve comigo desde moleque.

( Capítulo da madrugada ! )

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