33 - Talibã

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Gael Souza | Talibã 💸

O corpo do Italiano já havia sido liberado, e já tinha sido levado pra funerária, onde iríamos fazer o enterro e a homenagem a ele.

Saio do hospital, e acendo um cigarro de maconha, tentando relaxar.

Menor: Desse jeito vai virar viciado. — diz fazendo o mesmo que eu.

— Tu também. — olho pra frente e me encosto no poste. — Que horas é?

Apólo: seis e trinta e cinco. — diz sentando na calçada. — O bagulho vai ser as 19h.

— Tenho que buscar as meninas jaja então. — ele assente. — Tô pensando em sair do comando. — comento.

Menor: Tô pensando nesse bagulho aí também. — solta a fumaça do cigarro.

Apólo: Porque?

— Tenho um filho vindo aí, não quero que nasça nesse meio, tenho uma grana boa guardada e também porque já deu pra mim, estou velho. — puxo a fumaça e solto.

Menor: Nós todos estamos. — ri. — não quero perder mais ninguém não. — nega com a cabeça.

Logo se aproxima Leão, TZ, coronel e Coutinho.

Coutinho: Tô querendo sair também. — diz.

— Já está na nossa hora né. — rio.

TZ: Estamos com 40 anos nas costas. — gargalha. — O mais novo de nós é o Apólo.

— Sai fora caralho, tô novão. — passo a mão pelo corpo.

Coronel: Se bobiar a pipa ai nem sobe mais. — gargalha.

Menor: E desde quando subiu? Italiano vivia falando que o Talibã era broxa.

— Seis só fala merda. — olho o relógio. — Vou ir buscar as negas. — jogo o cigarro no chão e piso em cima. — Fé pra nois, aposentados. — sorrio amarelo e saio dali.

Subo a pé mesmo pra casa, compartimentando alguns moradores que chegavam do serviço e outros que estavam indo agora.

Entro em casa e subo direto pro banheiro, tomo uma ducha rápida e saio já vestido com a camisa e a bermuda preta.

Agnes: Como você está? — diz chegando perto e me abraçando.

— Tô bem amor. — dou um selinho nela. — Ja está pronta? — pergunto descendo a mão pra barriga dela e acariciando ali.

Agnes: Estamos sim, só preciso de ajuda pra colocar o sapato. — pede.

— Eu ponho pra você e aí a gente desce.  — me ajoelho e coloco o tênis nela, que por conta da barriga grande até demais pra somente 4 meses não conseguia.

Agnes: Obrigado amor. — se levanta e me dá a mão.

Saímos do quarto descendo a escada e encontrando a Camila ali.

Camila: Vamos? — assinto.

— Vou pegar o carro. — digo logo saindo dali e indo pra garagem, pego a Tucson mesmo e saio.

Logo as duas entram e vamos em direção ao local que iríamos fazer a homenagem pro italiano.

Ver meu melhor amigo ali foi uma das piores coisas que já aconteceu, e eu espero que com a decisão de sair do tráfico eu não precise enterrar mais nenhum parceiro meu.

— 5 minutos pra feche o caixão. — diz o coveiro.

Camila chorava horrores e a Agnes dava apoio a ela ali, eu estava só esperando aqui acabar pra poder desmoronar sozinho.

Dou o último adeus ao meu amigo, e eles descem o caixão.

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