13- Tempestade

43 8 79
                                    

Estou suando, o sol quente brilha forte sobre nós e nossa água acabou há alguns instantes quando o Alec secou todos os cantis que nem um babaca.
Ele claramente percebeu meu olhar assassino sobre ele, já que disfarça toda vez que nossos olhares se cruzam.

- Alec Brandr Voráx, é sério isso? Quando vai se desculpar por essa merda? - Ele se vira para mim, jogando os braços para cima.

A- Eu não fiz nada. Tá calor e eu tava com sede. Pronto, bebi.

- Nossa única água! - Bato o pé. - Alec! Você sempre faz isso. O ano inteiro em que estivemos no deserto você sempre nos deixou a beira de uma desidratação.

A- Você controla a água, é só fazer mais! - Esfrego os olhos tentando me livrar da areia.

- NÃO É ASSIM QUE FUNCIONA!

A- ENTÃO PARA DE RECLAMAR! - Me abaixo, enfiando a mão na areia e jogando um punhado nele. - AMAYA!

R- Vocês parecem duas crianças. - Ela bate as asas, se afastando consideravelmente de nós e levantando uma poeira desnecessária.

Seu voo me fez olhar para o horizonte. Observo o céu estranhando sua coloração e cutuco o Alec que cutuca o Xaun. Olhamos para a mesma direção que nem bocós, chamando a atenção dos três dragões.

DB- O que há?

- Tempestade de areia a dois dias de nós. Dois? - Os outros elfos afirmam. - É, dois.

DB- E o que faremos? - Pego o mapa da minha mochila e abro frente aos nossos rostos.

- Nós estamos aqui, se desviarmos um pouco entraremos no gargalo. Tem um oásis nos só pés de uma das montanhas de lá.

DB- Quanto tempo?

- Se não pararmos... Chegaremos lá amanhã antes do Sol nascer.

[...]

O oásis está logo a nossa frente, o Alec não se aguenta de emoção e sai deslizando na duna em direção à água. Apenas Reviro os olhos enquanto desço delicadamente. O Dragão Branco segura minha mão, me ajudando a manter o equilíbrio.

O frio da noite nos fez tirar os casacos da mochila. Andeias acende uma fogueira com a lenha que ele pegou não sei da onde e nos sentamos ao redor dela. Ele e Ruth deitam abraçados.

Somos uma equipe bem incomum. Dois dragões, três elfos e um rei.

- Eu e o Alec vamos procurar comida. - Estendo a mão para que ele levante.

X- Vou com vocês.

- Não! - Me apresso em explicar. - Fique aqui e entretenha os dragões com suas histórias. A gente já volta.

X- Ahm... Tá bom. - O Alec pega em minha mão e não solta até estarmos dentro da pequena floresta.

Ele está com o arco em prontidão, qualquer coisa serve, frutas, peixe da pequena lagoa ou coelhos. Ele parece querer falar algo, me encara por alguns segundos e desvia quando percebo que está olhando.

Assim que alcançamos a lagoa, me sento com os pés dentro da água. O Sol já está nascendo e o calor está voltando.

- O que foi? - Ele senta ao meu lado. - O que quer que queira falar, desembucha.

A- Você prefere que eu seja direto ou que eu vá com calma? - Ergo a sobrancelha em interrogação.

- Tá legal, seja direto, você está me assustando.

A- Eu e o Xaun estamos juntos. - Paraliso, segurando o fôlego e encarando nossos reflexos na água. - Sei que é repentino, mas eu estranhamente me sinto atraído por ele e resolvi dar uma chance.

A Lenda do Dragão BrancoOnde histórias criam vida. Descubra agora