20- General

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A colina me dá uma boa visão de tudo que acontece lá embaixo, na grande cratera onde fica Drachenfeuer. 

A colina que muito me abrigou e me deu refúgio, para onde eu fugia quando não aguentava mais ser eu. Onde eu tocava e cantava para qualquer um que pudesse ouvir. 
Agora, me serve como posto de observação dos exércitos que chegam juntos. 
Sorrio com a comoção e me preparo para descer quando eles fincam seus estandartes no chão e começam a se dissipar pela encosta da montanha. 

Escorrego na lama até alcançar o chão, correndo até a entrada dos fundos do pequeno castelo e desviando das servas que preparam a comida. Algumas até mesmo me dão um "olá" animado. 

Corro direto para a sala do conselho e não me preocupo em ser anunciada apenas entro e deslizo até o meu lugar, atrás das cadeiras dos meus pais. 

Observo todos, tentando conter minha empolgação, o Dragão Branco está sentado e há uma cadeira vazia ao seu lado. 

P– Amaya, sente-se por favor, uma líder merece um lugar na mesa. — Ele sorri de canto, como se tivesse dito algo rotineiro. 

Observo a cadeira, menor e menos grandiosa do que as dos outros líderes. Mas honrosa mesmo assim. Principalmente para mim que esperei minha vida inteira para ter um lugar aqui. 

Me sento, evitando olhar para o Dragão Branco e observando os generais posicionados numa área livre de impedimento à mesa. O mapa mágico flutua sobre a mesa e eles observam. 

Gadreel sorri para mim e o cumprimento com um revirar de olhos exagerados. 

DB– Parece de bom humor hoje. 

— Eu estou. — A forma fria como falo não abre frestas para mais conversa. 

P– Vamos às apresentações para aqueles que não de conhecem. — Ele se levanta, faço o mesmo. — Essa é minha filha, Amaya Lenora, líder dessa empreitada. Ela é quem vai liderar os três exércitos na guerra contra as trevas. General Lenora, se apresente, por favor. 

Não consigo disfarçar minha cara de surpresa com suas palavras. Apesar de assustada, me sinto finalmente reconhecida tomando esse posto. Logo me recomponho, encarando os dois generais na sala. 

— Será uma honra lutar ao lado de vocês. — Ponho o punho no peito, me inclinando de leve, em sinal de respeito. 

E– A honra é toda nossa, General Lenora. Eu sou o General Egon, de Lowenzanfeld. 

G– Uma honra para quem? Ela é uma mulher louca. — Ele debocha. — Oi May, se lembra de mim? Você voltou, eu jurava que morreria assim que pisasse os pés no deserto. 

— Bom, me perdoe por frustrar suas expectativas. — Digo de forma controlada, ele contorce sua expressão. 

G– Ora, parece que fizeram um estrago em você. O que são essas tintas ridículas nessa sua pele? — Ele aponta e não faço nada além de erguer a sobrancelha, tentando não me afetar com sua idiotice. — Você aprendeu algum tipo de magia das trevas enquanto esteve fora? Porque, uau, convencer três líderes sensatos que dragões existem... quanta capacidade. 

— Se você não acredita, não há o que eu possa fazer além de esperar que eles venham te pegar. — Lanço um sorriso para ele, tamborilando os dedos na mesa e usando sutilmente minha magia. 

G– Deve ser por isso que o Alec não está aqui. O que foi? Um dragão o devorou? — A água atrás dele forma uma bolha ao seu redor, o sufocando, comprimo o ar, fazendo com que ele se debata. 

"LT– Você devia matar esse insolente. Olhe só para ele, tão indefeso. Aposto que ninguém sentirá sua falta" 

Sinto uma mão quente no meu ombro e desvio meu olhar, encarando os seus olhos azuis vibrantes em interrogação. 

A Lenda do Dragão BrancoOnde histórias criam vida. Descubra agora