24- Saphide

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PASSADO: ANTIGA ERA
LOCAL: ERZENGEL
NARRAÇÃO EM 3° PESSOA 

As mãos da jovem tremem enquanto ela segura a adaga prateada com força. O corpo do homem largado no chão, em uma poça do seu próprio sangue a faz ter pânico. 

Acabara de trair o Lorde das Trevas. De lhe esfaquear com a adaga que ele próprio presenteara a ela. 

E apesar de ter uma boa motivação, não se sente dessa forma, não quando vê-lo agonizar no chão, com as mãos pressionando o ferimento e dor estampada no rosto. Seu coração quer ajudá-lo, quer enchê-lo de beijos enquanto se desculpa e é punida. Porque seu coração passou muito tempo sendo ferido por ele, tanto que acabou se apegando. Amando de forma doente o demônio largado no chão. 

Mas apesar de nutrir esse amor pelo Lorde, ela sabe que não deve salvá-lo. Sabe que o mundo será melhor sem ele escravizando e o destruindo, então, sem esperar que ele se recupere, Saphide corre. 

Seus cabelos brancos longos esvoaçando pelos corredores, enquanto ela usa magia para se livrar das paredes. Não tem dificuldade em se livrar dos guardas, apenas se aproxima e acorda o dragão. 

— Você tem que me ajudar. — A jovem clama, não se importa com as lágrimas grossas escorrendo pelo seu rosto. — Eu imploro, se sente algo por mim, se me ama de verdade como diz amar... por favor, queime vivo aquele desgraçado 

O dragão ergue a cabeça devagar, saindo do torpor do sono assim que seu peito acelera com a proposta. 

Anos e anos sendo castigado por desobedecer seu Criador e agora finalmente poderia cumprir sua ordem. Voltar a ser o que deveria ser. 

DB– Vai ajudar-me a cumprir minha missão? Em troca de quê? 

— Não quero nada em troca. Apenas pegue tudo, toda minha magia. — Ela anda até as correntes potentes, suas mãos delicadas acariciam o titânio, tentando desfazê-las. 

DB– Venha, me livre das correntes e assuma seu posto nas minhas costas. Cumpra com seu destino e seja a única a ter a honra de montar o Divino Albino. 

Ele ergue as asas, forçando, a ajudando a libertá-lo e quando as correntes se desfazem entre os seus dedos, o dragão se sacode, tombando nas pilastras, derrubando o teto do templo e dando um pequeno espaço para que Saphide suba. 

Ela entrelaça as mãos no primeiro lugar que vê e seu coração quase sai pela boca com o impulso que ele dá. Só precisa bater as asas uma vez para decolar. Tão divino, aquela sensação, sim, ela a amava. A adrenalina, o perigo, a insanidade trazia à Saphide vida. 

E então, o dragão alça voo, partindo direto para as nuvens, ele não ruge, mantém sua família longe e quando volta a pousar, o Lorde está bem à sua frente. 

LT– Você! Outra vez tentando tirar tudo de mim? — Ele ergue as mãos, uma horda de demônios repulsivos surge do chão, mas o dragão não parece se preocupar. 

DB– Eu agradeço por me manter tanto tempo preso, tive tempo de criar o lugar ideal para você. 

O Dragão Branco bate a pata direita no chão e uma rachadura parte a terra. 

Saphide não pensa muito quando passa toda sua magia para o divino albino que imediatamente começa a brilha, rugindo e se preparando para incinerar o Lorde. 

Unterwelt, a jaula especial que Saphide e o Dragão Branco passaram anos construindo, anos doando suas magias e agora finalmente chegou a hora. 

Fogo azul queima o espaço entre o Dragão e o Lorde que sequer reage, não com o efeito do veneno no sangue, o ferimento aberto no peito e toda a magia de dois dos três seres mais poderosos da Terra. 

A Lenda do Dragão BrancoOnde histórias criam vida. Descubra agora