Diário,
Se existisse uma categoria de premiação para o cara mais babaca do mundo tenho plena certeza que eu ganharia o primeiro lugar.
Acabei de chegar do "encontro" que tivemos na casa da Jéssica. Minha mãe está uma fera comigo, espero que ela não tenha sentido o cheiro de álcool e cigarro. E o pior: ela disse que amanhã conversaremos.
Pelado e eu chegamos ao apartamento de Jéssica por volta das dez horas (não pude levar bebida, porque me pediram identidade. Mas deu certo comprar cigarro).
Já estavam todos lá: Aninha, Manu, Victor, Jack e um amigo chato dele chamado Nathan. O cara passou o tempo todinho tentando ficar com a Manu e ainda deu em cima da Aninha. Pelo que me contaram o assunto que ele abordava era quase sempre sobre seriados. Eu gostava muito de How I met your mother, mas de tanto ele querer dar uma de Barney vou ficar sem assistir por um bom tempo.
Dessa vez não brincamos de nada, porém ficamos mais chapados do que nunca. A Jéssica fez um escândalo, tirou a roupa, discutiu com a Aninha e beijou o Victor.
Enquanto Pelado preparava caipirinha com a Manu fiquei conversando um pouco com o Jack. Ele me apresentou uma banda que eu não conhecia chamada Artict Monkeys, (mais tarde quando a ressaca passar irei baixar no meu Ipad).
- Pat, o que você tem? – perguntou-me Jack.
- Nada... – respondi sem saber aonde essa conversa iria parar.
- Geralmente as pessoas que respondem que não tem nada são as que mais têm o que dizer. – disse ele.
Depois disso contei-lhe sobre o meu "relacionamento" com a Manu. Como nos conhecemos, nossas brigas, enfim como tudo tinha sido complicado.
- A Manu e eu estudamos a vida toda juntos e sempre fomos amigos. Com o passar do tempo, as pessoas começaram a indagar coisas do tipo: "vocês combinam!" ou "que casal bonitinho" e isso, de certa forma, começou a afetar a nossa amizade. Inclusive minha mãe pegava muito no meu pé em relação à Manu. Enfim, parecia que tínhamos uma torcida armada ao nosso favor.
Nossa amizade sempre girava em torno de tudo que gostávamos: músicas, séries e livros, muitos livros. Até que um dia nós nos beijamos e tudo mudou. Comecei a ver a Manu com outros olhos e era estranho estar gostando de uma pessoa totalmente igual a você. Tipo, ela poderia ser chamada de minha versão feminina, apesar dela ser Capricorniana...
- Você se liga nessas coisas de signos? – interrompeu-me Jack.
- Não, eu acho. – respondi com um pouco de receio, pois geralmente essa ideia de signos não cai bem quando se trata de garotos.
- Esquenta não. Prazer, sou Canceriano. – disse-me ele olhando-me nos olhos. E só agora pude reparar que o verde dos olhos dele era diferente, não saberia explicar como. – Agora, continue sua história...
Enquanto dividíamos um cigarro prossegui com a minha história:
- Quando começamos a "ficar" mesmo, passamos a sair menos juntos. O que foi estranho, pois o certo seria nos aproximarmos cada vez mais. Passamos quase dois anos nessa enrolação e então houve um dia que começamos a nos desentender. Brigávamos sempre, ficávamos sem nos falar durante dias. – dei um trago e pude ouvir o solo de Complicated, que por incrível que pareça era a nossa música favorita da cantora canadense Avril Lavigne. Minha e de Manu, e pelo que pude constatar a preferida do Jack também, pois assim que começou a tocar ele, silenciosamente, começou a cantar e se mostrava cada vez mais interessado em minha história.
- Quer dizer que vocês terminaram o que nem começaram de verdade, somente porque não conseguiam se entender? – questionou ele.
- Não, na verdade, acho que perdi o encanto por ela...
- Como assim? – disse ele dando um último trago no restinho que sobrara do cigarro.
- Cara, eu tinha um sonho de perder a virgindade com ela. – disse-lhe enquanto tomava uma dose de Vodca com Sprite. – E um dia, estávamos conversando numa praça com nossos amigos e falávamos sobre sexo. Então resolvi dar uma de "pegador" (como fui tão estúpido) e comecei a falar sobre minhas experiências e tal. Detalhe, tudo mentira o que contei. Foi então que a Manu resolveu nos contar que havia perdido a virgindade com o primo, que fora seu namorado "secreto" durante dois meses. Jack, aquilo destruiu qualquer expectativa. A partir daquele momento tudo que eu sentia pela Manu havia sido destruído e se transformado em nojo, sei lá. Eu queria tê-la só para mim. Eu planejava nossa primeira vez. E lá estava eu, virgem e ela toda experiente.
- Patrick, você ainda gosta dela? – perguntou-me Jack.
- Sim, claro que sim. Mas...
- Então, deixe seu orgulho de lado e corra atrás. Diga tudo para ela o que você me disse agora. Não perca tempo. – disse-me ele.
Aquela ideia trouxe-me um frio na barriga misturado com o gosto da vodca e o amargo do cigarro. Momento nenhum eu pensei que pudesse fazer o que ele estava me pedindo.
- Toma! Isso vai te dar coragem. – disse-me ele entregando-me um baseado.
Dei um trago tão forte que quase vomitava. Minha cabeça girava, mas precisava dizer a Manu tudo que estava sentindo. Ela precisava saber o tamanho da falta que me fazia.
Segui até a sala enquanto Jack me acompanhava. Olhei em torno da sala e vi que quase todos se encontravam por ali. Victor e Aninha estavam no sofá conversando, Jéssica estava seminua sentada no chão com o Nathan e onde estavam Pelado e Manu?
A música que tocava no momento, vale ressaltar que estava terminando, era Scar Tissue de Red Hot Chili Peppers e essa trilha sonora combinava exatamente com o que eu estava sentindo e isso impulsionava minha coragem.
Minha cabeça girava e de repente avistei Manu saindo da cozinha, era chegado o momento, minhas pernas falharam, mas Jack fez o favor de me empurrar. Quando ia me aproximando para falar ela chamou a atenção de todos:
- Galera, Pelado e eu estamos namorando!
O volume do som aumentou consideravelmente quando a música Pain do 3Days Grace começou a tocar. Minha cabeça parecia que ia explodir, senti-me amarrado a um carrossel girando o mais rápido possível. Aquelas palavras não saiam da minha cabeça, pareciam distantes e ao mesmo tempo perto: "estamos namorando", "estamos namorando...".
Como assim? Pelado não podia está fazendo aquilo comigo. Namorando a menina que minutos antes eu iria me declarar. De repente ouvi um sussurro em meu ouvido:
- Me beija! Antes que todos percebam, me beija.
Virei-me rapidamente e beijei, beijei sem pensar e só ouvi gritos e aplausos. Nem imaginava que estava beijando meu novo amigo, o Jack.
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NOTA DO AUTOR: OLÁ AMIGOS LEITORES, SE VOCÊS ESTIVEREM GOSTANDO DE CONFISSÕES DE UM TAURINO NÃO ESQUEÇAM DE CURTIR CADA PÁGINA E TBM DE DEIXAR COMENTÁRIOS. SE POSSÍVEL DIVULGUEM TAMBÉM. DESDE JÁ, MUITO OBRIGADO POR ACOMPANHAREM ESSE TAURINO MAIS COMPLICADO DO MUNDO.
BEIJOS DE SEU AMIGO JACKSON SAMPAIO E PROMETO ESCREVER O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL O PRÓXIMO CAPÍTULO.
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Confissões de um Taurino
Teen FictionPatrick tem apenas 16 anos e já precisa tomar decisões sobre o futuro, sobre as amizades e principalmente sobre si mesmo. Saber quem você é num mundo cheio de escolhas e reviravoltas não é nada fácil. Através das páginas de seu diário, Patrick colo...