Confissões de um Taurino

08 de Agosto, 20:17

Bem Diário,

Há dois dias que não escrevo, e isso se deve ao fato de que minha vida sempre está pronta para me surpreender, desde as dádivas do paraíso aos castigos mais amargos do inferno.

Para poder lhe atualizar precisarei dividir esse dia em A FESTA e PÓS-FESTA. Só assim você entenderá o quanto complicado é minha vida, ou não.

Então vamos lá...

A FESTA

Antes de o Jack chegar, consegui dormir um pouco; quando acordei fui tomar um banho, daqueles que dá tempo de você se masturbar à vontade, principalmente quando sua mãe está dormindo e não fica lhe perguntando direto o porquê de você estar demorando no banheiro. Claro que este não é o meu caso. Detesto me masturbar. A única coisa que faço quando estou excitado é fingir transar com o meu travesseiro ou o meu lençol. Não sou do tipo que se masturba da maneira "convencional".

Depois de banhado e cheiroso, vesti uma calça skinny azul e uma camiseta da banda Foo Fighters; calcei meu QUIX xadrez e fiquei a esperar meu amigo. Minutos depois ele chegou e foi bem pontual.

Jack chegou aqui em casa dirigindo um carro Fox de cor pretacom um som muito potente que acordou minha mãe e acho que perturbou a vizinhança inteira. Vinha escutando Ting Tings nas alturas. Vi que ele não estava sozinho, pois estava acompanhado de uma menina chamada Clevane (segundo ele, os dois estavam ficando) e também estava no carro um garoto chamado Filho. Claro que antes de sair minha mãe fez um interrogatório "daqueles", inclusive perguntou se eu iria voltar para casa com o Pelado. Coitada dela, mal sabe que quero distância dele.

Depois de tantas perguntas tive que, praticamente, expulsar todos daqui de casa.

Saímos às pressas e disse a minha mãe que provavelmente voltaria no outro dia. Isso foi motivo dela gritar comigo, mas como entrei rápido no carro nem dei ouvidos.

No caminho pude perceber que essa Clevane gostava muito de Jack: a maneira como ria para ele, como o olhava... Parecia que confiava cegamente nele. Enquanto isso, analisando-o, percebi uma enorme indiferença; algo mais parecido com um "você é só um passatempo ". Já o Filho, este parecia estar fora do planeta, ria de tudo. Acho até que conheço a droga que estava provocando aquele humor bizarro.

De súbito, Clevane mudou a música e começou a tocar Losing Grip de Avril Lavigne e foi o momento que todos começamos a cantar dentro do carro, como se a festa tivesse começado naquele instante, sem hora para terminar.

Chegamos ao prédio do Leandro, que se diga, sem modéstia, um prédio muito luxuoso. Talvez o maior daqui de Dourado. Afinal, nossa pacata cidade não tem muito que oferecer quando se trata de luxo aos turistas.

Apresentamo-nos ao porteiro e fomos direcionados a subir a escada que levava direto à cobertura. Agora entendo porque o local da festa foi tão aclamado para ser na casa do Leandro.

Chegando à cobertura demos de cara com uma enorme piscina, cheia de balões pretos e luzes de neon espalhadas por todo o espaço da festa. Ainda bem que não fomos os primeiros a chegar.