Sol da meia noite

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Horas de espera no banco horrível do hospital, o relógio passava  cada vez mais devagar, quando qualquer resquícios de esperança que abitava em meu corpo estava indo embora, o suposto médico apareceu.

-Como ela está? Ela está bem?

-Senhor...

-O que foi? ELA ESTÁ BEM?

-Deixe ele falar Ackerman.

....

- Infelizmente o tiro pegou em uma área muito arriscada, às probabilidades de morte são muito altas, mas ainda a chance de vida.
Teremos que ficar observando, e esperar ela sair do coma.

-Coma?Ela está em coma?

-Sim senhor, ela está com alguns tubos em volta de seu corpo, vamos aguardar até uma resposta da paciente.

-Aguardar? Vocês não podem fazer nada? NADA? Uma cirurgia? O QUE VÃO SÃO? UNS MERDA? QUE PORRA, PRECISO QUE SALVEM ELA ESTÁ BEM?

-Senhor eu sei que você está nervoso, mas qualquer possibilidade de cirurgia para fazer a mesma acordar faremos, porém no momento não a o que fazer.

Meu mundo desabou, cai na cadeira, e coloquei às mãos em meu rosto, Mikasa falava alguma coisa, porém eu não escutava, nada faria mais sentido, algumas lágrimas escaparam, lágrimas?, não é possível a última vez que chorei foi quando vi meu tio morto, isso faz uns dez anos.
Mas sim, lágrimaa desceram pelo meu rosto, e a dor em meu peito aumentou.

-Se o senhor quiser entrar..

Meus pés se moveram rapidamente, a porta de seu quarto estava fechada e com cuidado eu abri.

-Sn..oi meu amor.

Passei minha mão no seu cabelo de leve, estava na espera que ela acordasse, porém nada, ela nem se mexeu.
Me acomodei em uma poltrona ao lado da cama, fiquei ali por um bom tempo, apenas a olhando.

Ouvi alguns barulhos na porta e alguém entrou chorando, abri os olhos, a tia e a  Aurora estavam lá.

-FOI SUA CULPA, VOCÊ FEZ ISSO COM ELA- A mais velha gritava, enquete eu me levantava.- Você é um perigo para minha menina, some, SOME DA VIDA DELA.

-Eu não sou um perigo, eu tentei salvar ela.

-Por favor Ackerman saía - A loira pediu com tristeza na voz, eu não iria sair mais Mikasa estava na porta então sai com raiva do quarto.

-Você já pagou tudo?

-Já, agora vamos para casa e você vai dormir um pouco, estamos aqui dês daquilo.

-Não vou deixá-la.

-Você vai, a tia dela não quer você aqui, e temos que respeitar, e outra você está fedido.

Não eu não iria embora, porém minha irmã tinha razão, eu estava fedido e eu não sou muito chegado em sujeira.

***
É natal, fazem exatos cinco meses desde daquilo, Sn ainda está naquele maldito hospital e infelizmente a tia dela não me quer lá, mas Mika disse que hoje vão desligar os aparelhos e eu preciso estar lá. Ela pode acordar ou morrer, eu preciso, mas não a outra forma a não ser ir na casa de Aurora conversar com a mãe dela.
Bati na porta e a porta se abriu, era Aurora.

-Levi.

-Aurora.

-O que faz aqui?

-Preciso ver sua prima, fazem cinco meses, então quero conversar com sua mãe.

-Pode tentar.

Ela deu um sorriso nervoso, e deu passagem para minha passagem, logo vi a senhora sentada no sofá junto alguns papéis e uma foto na mão.

-Licença senhora.

-Sara- Aurora sussurrou.

-Senhora Sara.

-O que você faz aqui? Não deixei claro que não quero você perto de mim nem de Sn?

-Olha vou ser claro e sincero com você, minha irmã não me permite sair daquele apartamento, porque ela sabe que eu vou ir ver sua sobrinha. Então estou a cinco meses trancado, até que eu decidi vir falar com a senhora, eu amo sua sobrinha e eu preciso saber qual vai ser o caso dela, eu não posso ficar preso e receber a notícia que ela morreu. Eu preciso ver ela.

-Você só fez mal a ela, não me importo.

-EU AMO ELA, AMO MAIS QUE TUDO. Então me permite, ou eu vou de qualquer jeito.

-Mãe...

-Depois quero que suma da vida dela.

-MÃE.

-Posso ver ela então?

-Pode.

Senti um alívio de imediato, dei um sorriso forçado para Aurora como agradecimento e entrei no carro, falei para Mika que me esperava no carro junto aos meninos, e fomos em direção ao hospital.
Chegando lá senti meu corpo tremer, a menina que eu amo está entra a vida e a morte, sentamos na recepção esperando o médico chegar.
Quando ele chegou, Sara foi conversar com ele e seu choro era nítido, Aurora se segurava mais não enganava ninguém, o médico fez um sinal e todos nós o seguimos.
Em uma pequena sala gelada ela estava deitada com seus cabelos lindos e macios penteados, o seu moletom e uma calça confortável, seu rosto estava um pouco mais magro que a última vez, mas sua pele estava pálida.
Toquei em sua mão delicada e a segurei, Sara fez o mesmo do outro lado, logo chegaram duas enfermeiras e elas foram para trás da máquina.

-Como eu expliquei para Dona Sara, assim que desligarmos tem a chance dela não voltar, porém a chance dela voltar. Esse monitor vai nós dar os batimentos dela, caso o coração pare, bem... vocês vão saber.

-Vão desligar tudo, até o oxigênio?

-Sim. Tudo. Agora vamos.

As enfermeiras desligaram e aqueles foram os segundos mais difíceis que eu já passei.
O aparelho parou, um barulho infernal.

piii.

Ela estava morta.





















Pipipi

ELE VOLTOU MINHA GAROTA ESTÁ VIVA.

Todos se olharam e um sorriso largo apareceu em meu rosto, e novamente as lágrimas saíram, se recomponha Levi.
Um leve suspiro saiu de Sn. E aos poucos seus olhos foram abrindo.

𝐒ó 𝐞𝐮 𝐞 𝐯𝐨𝐜ê- 𝐋𝐞𝐯𝐢 𝐚𝐜𝐤𝐞𝐫𝐦𝐚𝐧Onde histórias criam vida. Descubra agora