Desculpas

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Quando o motorista parou na praia, perto da casa de Chan, como o havia indicado, agradeceu um tanto alegre, não passando despercebido pelo mais velho, que gostou de conhecer a pessoa adorável que atingiu o coração de seu patrão de uma maneira impressionante que nunca viu antes.

O Lee somente sentiu a tensão envolver seu corpo quando já estava em frente a porta de casa. Sabia que devia uma explicação e que iria ouvir um belo e longo sermão. Tirou seus sapatos e adentrou em passos curtos, não querendo fazer muito barulho. Viu que a luz da sala estava acesa e então respirou fundo, tentando se manter firme para encarar os mais velhos. Seus olhos rapidamente captaram a figura de Chan sentado no sofá, enquanto assistia alguma coisa na TV com o volume quase mudo. Estranhou aquilo até que se assustou ao ouvir ele se pronunciar.

- Não acha que está um pouco tarde, Lix?

O mais novo pôde entender naquele momento a sensação de ser descoberto após sair sem avisar.

- Me desculpa pelo sumiço, Chan – abaixou a cabeça e juntou as mãos frente ao corpo. – Eu não estava me sentindo muito bem aqui e resolvi sair. Não queria causar tanta preocupação.

- Você está bem agora?

- Melhor do que nunca – encarou o mais velho, mostrando sua sinceridade. – Não me arrependo nenhum pouco de ter saído.

O Bang ficou impressionado com a maneira que o outro falou. A aparência dele estava melhor do que viu pela manhã e os olhos brilhavam de forma contente.

- Você ficou sozinho o dia todo, Lix? – perguntou desconfiado.

- Não – corou.

- Entendi – não deu tempo do mais novo explicar. Deixaria para uma outra hora. – Acho que você deveria conversar com seu irmão agora. Eu sei que vocês têm algo a resolver.

- Tudo bem – respirou fundo, tirando mais um pouco de tensão presente em seu corpo. Aquela noite ainda não havia acabado e, certamente, não conseguiria fugir mais de mais explicações.

Passou por Chan após ter seus cabelos bagunçados pelo mais velho e seguiu em direção ao quarto que dividia com o irmão. Não estava com medo, apenas tendo pensamentos que não o faziam se sentir tão culpado.

Ao se aproximar da porta do quarto, viu que estava encostada e então começou a empurrá-la com calma, fazendo um ranger lento e irritante. Quando olhou para dentro do cômodo, notou apenas a luz do abajur acesa, podendo enxergar uma figura sentada de costas para si na cama, enquanto acariciava os pelos do gato. Sentiu que aquele seria um dos momentos mais tensos de falar com o irmão.

- Minho?

Viu quando o castanho recuou a mão e ergueu a cabeça, a virando para si em seguida. O semblante dele não era nada bom.

- Você parece meu irmão.

- O quê? – o encarou sem entender, se encostando no batente da porta. – Por que está dizendo isso?

- Não sei. É você mesmo ou outra pessoa fingindo ser meu irmão?

- É claro que sou eu – ficou chocado ao ouvir aquelas coisas. – Por acaso, está com a cabeça em outro lugar para não prestar atenção em mim?

- Isso não pode ser verdade – disse ele. – Você não é assim!

Felix deu um suspiro profundo, entendendo o que o outro estava querendo dizer. Moveu a cabeça em negação e fechou a porta, avançando três passos até o meio do quarto. O mais velho o seguia com um olhar afiado.

Starry Hideout - Minsung, JeonglixOnde histórias criam vida. Descubra agora