Starry Hideout - Minsung, Jeonglix

Lugar Secreto

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Após aquela noite, Minho e Jisung sabiam que não seria a última vez que iriam se encontrar. Apesar dos olhares tímidos, os dois conversaram muito e, antes da despedida, trocaram seus números. O mais velho não soube como reagir quando estava prestes a sair da lanchonete e o Han segurou na barra de sua jaqueta, suspirando e piscando freneticamente tentando dissipar sua vergonha e, em seguida, pedindo para anotar seu número em seu celular. Apenas se lembrava de que não estava negando nada a ele e isso era o suficiente para começar a entender sua situação.

Minho não tinha a intenção de parecer tolo e esconder sua personalidade de Jisung, este que queria se aproximar de si e não fazia questão de fingir que não estava.

Quando foi embora, vermelho demais para continuar perto do mais novo, se sentiu diferente ao estar sozinho novamente. Poderia voltar para casa, onde seu irmão e seu amigo estariam dormindo naquela hora da noite, mas não foi. O feiticeiro continuou andando sem um destino em mente. Não seria tão fácil dormir com uma tempestade de pensamentos que não conseguia ignorar. Queria ser honesto consigo próprio para não encontrar mais problemas.

Não tinha tantas escolhas assim, principalmente quando se tratava de fazer o que parecia ser certo. Havia se perdido em decisões erradas inúmeras vezes. Alguém como ele não deveria estar ali, sequer tendo conhecimento do que faria para que não descobrissem seu segredo.

Ainda naquela noite, saiu da praia e começou a andar pelas ruas. Andou até desaparecer o som das ondas e viu as luzes laranjas dos postes. Em um caminho completamente silencioso, Minho ergueu o olhar e pensou que aquela cor não combinava com a rua. Moveu os dedos enquanto andava e foi tornando aquelas luzes azuis. Acompanhou sua sombra até o último poste e notou uma parte do vidro de proteção rachada. Pensou em consertar e então apontou para cima, vendo que a rachadura começou a desaparecer calmamente. Se sentia grande, mesmo não podendo encostar. No entanto, ao ouvir um barulho próximo a uma esquina, se assustou e fechou sua mão. No mesmo momento, o primeiro estalo do vidro que consertava penetrou seu ouvido e, em seguida, ouviu o estilhaçar todo, caindo um por um no chão.

Correu para longe daquela rua e não olhou para trás. Enxergou uma subida após atravessar um beco que o levava de volta para um caminho com grama e folhas e viu uma cerca de arame que o impedia de passar para continuar. Não queria parar, pois percebeu que tinha uma colina com algumas árvores mais à frente. Quando começou a encontrar uma forma de passar, algo fez barulho atrás de si, como se estivesse o seguindo. Fechou as mãos e se preparou para se defender de quem quer que fosse. Se virou rapidamente, olhando para esquerda e direita, mas não encontrando nada.

Foi quando um miado surgiu mais abaixo chamando sua atenção.

Minho franziu o cenho e olhou para o chão. Viu um pequeno animal de pelagem branca e marrom e olhos acinzentados, estes que o encaravam com curiosidade. Parecia um dos gatos que Felix gostava de ver no celular. Tinha que admitir que era muito fofo, mas não sabia se poderia tocá-lo.

- Você estava me seguindo? – colocou as mãos na cintura, olhando sério para o animal. Observou ele parando em sua frente e ficando em silêncio, não parando de lhe encarar. O feiticeiro deu um suspiro suave e abaixou seus ombros. – O que está querendo?

Um miado veio como resposta e, em seguida, o felino caminhou por entre suas pernas até passar por baixo do cercado e parar do outro lado. Minho o acompanhou com o olhar e viu quando ele se virou, esperando alguma reação sua.

- Eu não consigo passar como você fez, pequeno.

Mesmo estando escuro, pôde notar que o gato lhe olhava entediado enquanto falava, como se não acreditasse em suas palavras. O feiticeiro continuou pensando em uma maneira de passar por aquela cerca. Era bom em grudar coisas, mas não sabia se poderia desprender aqueles arames e não conseguia enxergar um caminho para seguir.