"Ela é a filha do demônio! - Gritou mais uma vez o meu avô."
Eu estava em pé no escritório dele, vendo-o discutindo com a minha mãe. Ela estava escutando tudo que aquele homem tinha para falar.
Eu me lembrava desse dia, foi o dia que a minha mãe descobriu que eu sofria nas mãos do meu avô, ela gritava tão alto que no dia eu pensei que eu iria ficar surda.
"Então o seu filho também é um demônio! - Gritou para ele."
Eu me sentei no sofá que tinha ali e fiquei vendo aquelas cenas de grito e de angústia passar, mas meus olhos apenas observavam a pequena garota que tremia e tentava de todos os modos não chorar. A pequena garota que tinha tranças nos cabelos era eu.
Seus olhos estavam vermelhos e seu nariz escorria, mas os seus lábios estavam sendo mordidos pelos seus dentes pequenos e brancos. Suas mãozinhas abraçavam a perna da mulher que gritava em plenos pulmões.
"Sua vadia! Você disse para o meu filho que esse capeta era filha dele! Ele acreditou. - Empurrou a menina no chão, pegou nos ombros da mulher e a sacudiu.
"Me largue, me largue. - Repetiu a mulher tentando retirar as mãos fortes do homem. _ Ela realmente é filha dele, eu sempre... - Levou um tapa no rosto."
"Eu sei que não é, eu sei que essa é a cria do diabo. Eu irei contar para o meu filho e você. - Apontou para a minha mãe que passava os dedos no seu rosto."
Mamãe apenas riu e olhou para a menina que se levantava do chão.
"Ela é uma cópia de minha. - Disse a mulher com seus olhos verdes vibrando de raiva. _ Mas só porque ela não se parece com o seu filho, ela vira um demônio para você. Ela é filha dele, eu nunca me deitei com nenhum outro homem além de... - Meu avô tentou mais uma vez bater na mulher, mas sua mão foi parada no ar."
Todos que estavam no escritório olharam para a menina que mordia os lábios fortemente. Ela protegeu a sua mãe.
"O senhor pode me bater. - Sangue escorria pelo seu queixo. _ Mas na minha mãe não."
Sorri para a pequena menina que tentava proteger a sua mãe com sua magia. Seu rosto estava manchado de sangue, mas ela não se importava.
"Olha o que o senhor fez! - Minha mãe se ajoelhou e começou a limpar o rosto da menina. _ O meu amor, por que você mordeu os seus lábios? Não precisa se machucar."
"Eu não queria chorar. - Fungou o nariz. _ Eu sou forte. - Tentou sorrir."
Meu avô via aquela cena enojado e por conta disso, ele petrifica a minha mãe e me leva daquele escritório.
Levantei-me do sofá e sigo ele, eu sabia o que ele iria fazer comigo, mas os meus pés não me obedeciam. Eu não queria ver me apanhando.
Mas eu já tinha perdido o controle do meu corpo.
Entrei no quartinho vendo o meu avô jogar a menina no chão.
"Filha do diabo me desobedeceu. - Pegou a varinha e apontou para a menina."
Eu não queria ver ou ouvir os gritos. Mas eu vi tudo, tudo que eu tentava esquecer, eu vi. Tudo que eu guardei dentro de um baú, foram expostos.
Eu vi todas as punições que eu levei durante anos e no final, eu apenas fiquei chorando em algum canto daquele sonho.
"Você ainda não superou. - Disse meu subconsciente. _ Mas será que um dia irá superar?"
"O dia que eu superar esses anos de sofrimento, eu devo ter morrido. - Solucei vendo uma eu mais velha."
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A Garota de Tom Riddle (Versão DOIS)
Fiksi PenggemarEm 2007, quando a caçada pelos Comensais da Morte que ainda restavam pelo mundo começou, Leesa viu seus pais serem mortos por Harry Potter. A adolescente queria vingança e ela a teria se voltasse no tempo. Leesa acabou dando mais voltas no vira-te...