Prólogo

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Susanah

Coloco o cinto de segurança, me sentando no banco do passageiro

Quem vai no mercado às meia-noite? Minha mãe

Eu continuo odiando as brigas dos meus pais. Continuo odiando toda a vez que eles brigam e minha mãe me tira da cama e me coloca no carro

Olho para a mesma, seus olhos estão um pouco inchados por causa do choro recente

- Podemos ir na casa da vovó - ela diz, fungando de leve - A gente faz brigadeiro e vê filmes

Assinto, com sono. Quero dormir

Ela coloca a mão sobre a minha bochecha

- Você é a única coisa boa que seu pai me deu - ela diz, e então liga o carro

Ela sai do estacionamento em disparada. A estrada de barro e escorregadia faz o carro balançar brutalmente

Me seguro na porta, orando para parar. Olho para o lado e minha mãe está destemida, o que me faz sentir uma pontada no meu peito

- Mãe - chamo ela - Você não acha que está rápida demais, não?

Ela me ignora, e só sinto mais reviravoltas no meu carro e na minha barriga

Gotas de chuva caem do céu molhando por todo o vidro, o que faz a estrada parecer com mais lama do que nunca

- Preciso descontar a minha raiva em alguma coisa, filha - minha mãe diz, minutos depois - Odeio que você esteja nesse meio. Eu sinto muito

Assinto, vendo o farol de trás de um carro e sentindo o aceleramento inesperado de minha parte

Fecho os olhos e uma luz clara aparece como se fosse de dia. Abro os olhos e vejo os faróis altos de um caminhão

Olho para o lado, colocando o foco na janela. Não tem para onde ir, eu vou morrer!

Sinto o impacto forte dos veículos se chocando contra o outro. Vendo o corpo da minha mãe voar para o vidro quebrado

Grito bem involuntário e fecho os olhos com lágrimas nos olhos

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WHITE ROSE GARDENS · HELOISA CARDOSOOnde histórias criam vida. Descubra agora