Capítulo 34

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Bento

   Acordo minutos depois de ter dormido. Susanah desaparecera, seguindo pela a visita da minha mãe, a mesmo me informando que já está verificando tudo para: "minha vida salva"?

   Tirando isso não faço muita coisa, quando não com vontade de vomitar ou realmente vomito estou deitado, olhando para o teto esperando:

A) a Joana com mais drogas;

B) meu irmão vindo aqui contar alguma coisa -normalmente bem sem graça-;

C) ou a Susanah aparecer 

  Bem, amém, aconteceu a terceira opção 

  Ela entra aqui, com uma caixa de um tamanho considerável nas mãos. A máscara em seu rosto parece apertar, mas consigo ver seus olhos apertados, indicando um sorriso 

- Espero ser alguma coisa boa - digo, vendo ela trazer para perto de mim 

- Claro que é - ela informa, colocando a caixa em cima do meu colo - Não sabia que esses livros iam pesar tanto... - sua mão sobre sua boca indica que não, ela não queria ter contado para mim - Esqueça o que disse 

   Estralo os dedos e balanço minha cabeça

- Você disse algo? - pergunto, fingindo completo esquecimento repentino 

- Não, acredita? - ela diz, puxando a cadeira para se sentar 

      Olho para caixa com uma enorme fita de cetim vermelha amarrada em laço segura a caixa 

- Pode abrir - ela fala - Comprei pra você 

     Começo a balançar a caixa, para assustá-la 

- UOU - ela diz, segurando de minhas mãos - Isso custou dinheiro

- Seu dinheiro, né? - pergunto - Você não foi num agiota para me presentar, não é mesmo? 

- Ha ha - ela diz, puxando o laço - Se você não abrir, eu abro

     Desvio suas mãos da caixa 

    Começo a desamarrar o laço, jogando longe a fita em seguida. Abro a caixa e o cheiro de livros velhos se espalha pelo o ar 

     Minhas mãos correm para inclinar a caixa. Meus olhos examinam os livros, tenho quatro -de edições diferentes- e outros dois não tenho mas que já tive interesse 

- Não precisava - digo, abrindo Orgulho e preconceito, cheirando o mesmo

- Não? - ela pergunta - Ok, me dá de volta então 

     Seguro a caixa contra mim 

- Nem ouse encostar um dedinho que seja neles - digo, com uma voz ameaçadora - Eu disse que não precisava, não disse que não quero. Comprou porque quis - corro os olhos pelos os marca-textos - Eu seria capaz de te dar um beijo - fecho os olhos, examinando a ousadia da frase
 
    Ela diz algo que me surpreendeu e aposto que surpreendeu a si mesma:

- Olha, eu só espero que esse beijo não seja um acidente - ela me diz, sorrindo 

    Abro um sorriso provocativo 

- Então significa que quer me beijar? - pergunto, erguendo uma sobrancelha para ela

    É nesses momentos que eu esqueço que estou morrendo, nos momentos quando ela ri, envergonhada, assentindo e negando ao mesmo tempo. Enquanto a morte está na esquina, mas mesmo assim parece que está distante o bastante para eu sorri nessa cena e sentir borboletas no estomago 

   É nesses momentos que a morte parece distante e que a vida não é um sopro 

- Se eu dissesse que sim eu seria burra? - ela pergunta, com um sorriso no rosto 

- Burra, mas apaixonada - respondo 

- Então está acusando de eu estar apaixonada? Quem seria? Ele sente o mesmo? 

     Um rebatendo o outro. Jogos de provocação, por quê? Nunca fizemos isso, mas obrigado à enimes to lover e Susanah para eu poder sentir esse gostinho

- Talvez ele seja um paciente de leucemia com sonhos frustrados, amante de livros, principalmente se for os livros que é da garota que ele possivelmente tá apaixonado e que seja correspondido - dou de ombros, vendo o sorriso se forma por baixo da máscara - E ela? Será que é recíproco? 

    Ela se levanta, começa a dançar uma dança que com certeza não tem coreografia

- Ela com certeza faria qualquer coisa para ver esse garoto bem, até mesmo aturar seu irmão que a faz passar vergonha, contar seus segredos e ser a atrapalhada preferida dele - ela olha nos meus olhos - Com certeza é recíproco 

- E com certeza eu preciso te beijar - respondo -, minha Julieta 

      Ela se aproxima de mim, ficando a minha frente, abaixa a máscara, deixando nossos narizes se roçarem 

- Espero que a sua enfermeira não veja isso - e com isso seus lábios encontram os meus 

      Sem me importar se podíamos estar fazendo isso agora, minha mão vai para sua bochecha e outra para cintura 

     Ela me deixa louco. Minha Julieta e seu Romeu 

  

WHITE ROSE GARDENS · HELOISA CARDOSOOnde histórias criam vida. Descubra agora