Capítulo 12

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Susanah

      Bom, quero dizer que eu sobrevivi a andar de ônibus. Quer dizer dois ônibus. Fui em pé, me segurando para não cair, celular na cintura e um fone em um  ouvido. Kit sobrevivência

     Cheguei em casa com o sol já se pondo. Daqui a pouco a Esther chega, mas antes eu me jogo dentro do banheiro. Aproveitando a solidão

     Coloco o chuveiro no mais quente possível, e entrei embaixo da água, espalhando a espuma em todo o meu corpo, e cantando músicas aleatórias

     Coloco minha roupa, e estendo a toalha de banho no box. Saio do banheiro e, outro ser, chamada Esther, está parada em frente à porta com uma toalha pendurada no seu ombro

- Pensava que você nunca sairia desse show horroroso - ela entra, e me puxa pelo o pulso - Me conta tudo. Agora

- Depois - digo - Estou com fome e, você vai tomar banho

     Saio do cômodo, fechando a porta antes que ela me puxe de volta

     Vou na cozinha, pego duas bananas e, uma maçã

     Sigo para o quarto, e me sento na minha cama e dou uma grande mordida na maçã

      Não dá cinco minutos eu olhando para o teto, Esther chega, com algumas gostas de água no seu cabelo. Ela escala a cama e fica ao meu lado

- Agora - ela diz, ofegando - você irá contar tudo

       Descasco a banana

- Não tem nada a mais para se contar - respondo, e em seguida dou uma mordida na fruta

- Ah, tem - ela insiste - Amanhã você vai ver ele, né?

- Sim, quer dizer, talvez - respondo - Por que tanta animação? Eu nem conversei direito com ele. E, nas nossas conversas, ou eu tinha atropelado ele, ou eu estava tendo uma crise de choro

      Ela balança a cabeça, e apoia a mesma no cotovelo

- Você nem pegou o número dele?

- Não. Você tá sendo mais apressada do que eu

      Ela revira os olhos

- Amanhã você vai mais cedo, ok Suse? Pra pelo menos tentar uma amizade, depois um pedido de namoro e depois de casamento!

     Meus olhos se arregalam com tanta fantasia numa frase só

- Você tá vendo muito filmes de romance de madrugada - toco no seu nariz com o indicador - Criatura, se eu for tentar falar com ele tem que ser antes da velha chata chegar

- Ótimo, você vai chegar mais cedo

      Posso empurrar ela de cima da cama? Não, eu sei então, eu mesma saio de cima da cama

- Se eu for me aproximar mais dele, que o destino faça isso sozinho. Não você

WHITE ROSE GARDENS · HELOISA CARDOSOOnde histórias criam vida. Descubra agora