Capítulo 17

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Susanah

    Hoje eu fui andando, já que a bicicleta eu tinha deixado no próprio hospital. Ok, o que importa é de qualquer forma eu cheguei mais cedo

      Não disse nada com recepcionista e, ela não disse nada comigo. Eu só simplesmente passei por ela e fui para o elevador, no andar do Bento

      Quando cheguei ao quarto dele, não me importei se é um hospital ou não, bati na porta até ele atender

- Boa tarde - digo, e mostro o diário para ele - Obrigada por me deixar curiosa como a curiosidade, então, o que aconteceu com ela?

     Ele sorri, e então me chama para entrar. Eu entro, me sentando no chão

- E aí? - pergunto, balançando as minhas pernas, ansiosa

- O menino simplesmente morreu - acho que o meu semblante deve ser de horror, porque ele ri de mim

- Como? - pergunto, meus olhos encheram de lágrimas

- Leucemia - ele responde - Ela não disse que ele estava cansado? Ele teve leucemia, mas se curou em um ano de quimioterapia. Mas, depois de alguns anos a leucemia voltou, e dessa vez mais forte. O que foi a causa da sua morte

     Olho para ele incrédula

- Como você sabe disso? - pergunto, folheando mais uma vez o diário - A única coisa que fiz é que "não deu certo"

     Ele pega uma máscara, coloca no rosto e, depois se senta na cama praticamente do meu lado

- Isso só é uma forma de como eu conto para as pessoas o porquê eu tenho leucemia, Susanah - ele diz, estalando os dedos

       Me viro para olha-lo, minha testa franzida é o mínimo da minha confusão

- O que eles tem a ver com você?

- Essa história é contada pela a minha mãe, somente isso - oi? - Minha mãe narrou essas quatros páginas. Ela estava apaixonada pelo o meu pai, e, ele teve leucemia porém, como tinha dito ele se curou em um ano de quimioterapia. Mas a vida muda de rotas e anos depois a leucemia voltou e... O final você já sabe

      Isso é estranho, e eu sei que não é só eu que estou pensando assim

      Fico triste

- Células malignas podem ser hereditárias - ele diz, e ergue os braços rapidamente

- Sinto muito - digo - E, desculpa por quase invadir o seu quarto

      Ele sorri

- Você, com toda a certeza foi a reação mais engraçada
 
     Bato levemente na sua perna 

- Ainda não entendi o porquê você quis me fazer ler isso - eu entrego o diário para ele

- Testes - ele diz, coloca o diário na estante - Normalmente as pessoas ficam confusas e algumas fingem que nunca pegou no diário. Achei que seria parecido mas, pelo o que eu percebi Susanah...?

- Andrade - respondo, percebendo o silêncio meio constrangedor

- Susanah Andrade é diferente - ele completa a frase, com um sorriso por baixo da máscara

- Seu sobrenome - peço

- Machado

- Bento Machado - sussurro

- Exato

     Que diálogo diferente. Gostei

    

      

WHITE ROSE GARDENS · HELOISA CARDOSOOnde histórias criam vida. Descubra agora