O visconde que me amava (II)

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Lilyan demorou exatas três horas para chegar até Baxter Hall. Uma viajem longa, cansativa que parecia não terminar nunca.
Leu um livro inteiro e se não tivesse decorado o trajeto antes, com certeza tinha decorado agora.

Já estava de noite quando ela chegou, a chuva começou a cair fina quando colocou os pés novamente na antiga casa. Só faziam duas semanas que tinha se mudado e ainda sim, parecia ter sido uma enternidade.
Tratou de subir logo aos aposentos que eram de seu irmão, e como esperado lá estava ele, acamado e completamente vermelho.

Lilyan se aproximou da cama, seu pai estava ao lado dele, e Hebert parado em pé perto da janela. Comprimentou seu irmão com a cabeça, sorrindo pequeno. Ele fez o mesmo, abaixando o olhar em seguida.

— Olá papai - murmurou a ruiva, tirando as luvas e tocando a testa de Jake - Deus como ele está quente!

Gilbert assentiu, engolindo seco.

— olá filha, sim. Fizemos de tudo mas a febre não abaixa - murmurou seu pai - ele delira a maioria das vezes, ou se não reclama de dor. Não come bem a dois dias e hoje... - suspirou balançando a cabeça - hoje ele nem se quer comeu nada.

— precisamos abaixar a febre dele primeiro - foi o que Lilyan disse, abaixando para tocar o pescoço do irmão

Assim que tocou, levantou o olhar para Hebert que ainda estava perto da janela.

— você pode pedir que preparem um chá de casca de salgueiro? - perguntou ao irmão.

Ele franziu a testa, e abriu a boca para dizer algo. Nada. Ele só acenou com a cabeça e saiu em direção a cozinha. Seu pai levantou em seguida, andando para fora do quarto.
Lilyan segiu os passos dele, suspirando pesadamente, sabia o motivo de ele estar assim.

Enquanto esperava o chá chegar, foi se livrando das roupas mais pesadas do irmão. As meias muito quentes, molhadas de suor, a blusa. Tirou as cobertas para lavar, estavam molhadas e fedidas.
Pegou água gelada e alguns panos para colocar nas partes do corpo do mesmo.
Barriga, testa, braços e pernas.

Após trocar a meia, cortou duas cebolas e colocou em seus pés. De acordo com alguns livros de medicina isso ajudava a abaixar a febre também. Lilyan abriu a janela para que o vento entrasse e amenizasse o calor continuo ali dentro.
Então continou limpando o suor do corpo de Jake. Apenas levantou o olhar quando ouviu um barulho na direção da porta. Era Hebert com o chá.

Ele se aproximou da cama, a essa altura, Jake delirava um pouco de febre, então estava acordado.

— obrigada - murmurou Lilyan com um sorriso, pegando a xícara do irmão.

Lilyan com ajuda de Hebert sentaram Jake um pouco na cama, e ela calmamente colocou um pouco de líquido na boca dele, e de pouco em pouco ele havia tomado tudo.
Com ajuda, novamente, acomodaram ele na cama. Ainda delirava um pouco, mas seus olhos estavam fechados e a febre parecia querer ir embora.

— chame se precisar de mim - disse Hebert antes de deixar a sala.
Lilyan colocou uma coberta fina sobre o corpo de Jake e deixou a janela aberta quando saiu para procucar o pai.

Desceu as escadas de vagar para chegar até a biblioteca, tinha quase certeza que seu pai estava lá. Tinha muitas lembranças daquele aposento, eram o preferido de toda família. Mas ainda mais, para Gilbert seu pai, ela e sua irmã Clarice. Lilyan se lembrava que fora ali que a irmã alegara estar apaixonada pelo pretendente que queria pedir a mão da ruiva.

Ela não sabia destas intenções, então, dada as circunstâncias...

flashback on •

Culpa do amor - Anthony Bridgerton - 1° Livro  Onde histórias criam vida. Descubra agora