Um beijo inesquecível (I)

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Lilyan sentiu o peso do mundo em seus ombros na manhã seguinte, embora algumas coisas tivessem se esclarecido, outras ainda estavam por baixo dos panos, ocultas, e sem respostas concretas. O bilhete, e o que aconteceu naquela sala, aquele dia, eram algumas delas. Ela tinha certeza de que o pedido de casamento para sua irmã estava se aproximando, isso porque ela e lorde Bridgerton não paravam de se encontrar. Quando não estavam em passeios juntos, acompanhados, claro, estavam dançando nos bailes, e recentemente os Dragoner pareciam não parar em casa, sempre havia algo, e hoje, havia um jantar na casa Bridgerton.

Lilyan levantou do sofá da biblioteca de súbito, feliz por ter conseguido terminar seu livro. A noite estava caindo agora, depois de ter ido para o castelo de Buckingham está manhã, tratar de alguns afazeres com a rainha, se trancou na biblioteca assim que chegou em casa. Ela fora escondida, nem todos os seus irmãos estavam cientes do pedido da Rainha Charlotte para Lilyan, tampouco Clarice. Ela não queria ver a reação da irmã ao saber de algo assim, de um cargo tão grande que não foi... direcionado a ela, tão boa moça, bem criada e perfeita para o papel.

Seu pai gritou pelo seu nome e informou que sairiam em duas horas, tudo bem, ela pensou, tempo suficiente. Se levantou, colocou o livro em seu devido lugar e saiu para seus aposentos onde o banho a esperava. Pediu que sua dama de honra escolhesse sua roupa hoje, sempre que pedia isso a ela, na maioria da vezes as roupas escolhidas eram vermelhas. Brianna alegava que a cor era feita para Lilyan e parecia ficar bom somente nela. O vestido era simples, mass cheio de detalhes e pedras vermelhas brilhantes. As luvas eram quase vinho, macias, o colar que escolheu após o penteado alto também continha uma pedra vermelha, tal como a tiara em seus cabelos.

Lilyan se olhou no espelho, suspirando. Bem, talvez ela fosse mesmo uma moça bastante atraente, sim?
Seu pai os gritou mais uma vez, agora, para avisar que a carruagem estava esperando e que era para eles saírem imediatamente. Em questão de segundos estavam todos na sala, esperando a ordem do pai para se dirigirem a saída. Clarice não estava dirigindo a palavra a Lilyan a alguns dias, assim que entrou no cômodo, foi para o outro lado, se mantendo ao lado de Sarah. Usava um vestido azul marinho, havia um belo decote e os cabelos estavam presos, como sempre, os pequenos cachos dando um charme a mais. A pele rosada como de costume e a típica postura invejável.

Lilyan abaixou o olhar, deixando para sair quando todos já estivessem lá fora. Não queria se misturar no meio da confusão.
E assim que se aproximaram da casa Bridgerton ela fez o mesmo, deixou que os mais animados fossem na frente e se manteve perto do pai, andando em passos leves, seguindo as criadas para o salão de festa.

- Você está bem, querida? - ouviu seu pai perguntar e se virou.

- Estou bem, papai - tranquilizou, com um sorriso pequeno - não se preocupe.

Eloise veio cumprimentá-la primeiro, com um abraço animado e caloroso. A ruiva sorriu, retribuindo e cumprimentando todo o resto gentilmente.

- Lilyan, querida! - murmurou Violet, vindo em sua direção e estendendo os braços - como você está linda!

- Olá, Lady Bridgerton - sorriu, entrando no abraço - muito obrigada, a senhora também está excepcionalmente encantadora.

Assim que todos os devidos comprimentos se encerraram eles se reuniram ao meio da sala de estar, alguns se mantiveram de pé, outros se acomodaram nos sofás, se ouvia conversar por todos os lados, como de costume os que tinham mais afinidade, sem surpresas, Clarice estava sentada em uma conversa interessante com lorde Bridgerton. Lilyan se manteve descobrindo mais novidades sobre a academia de artes do Benedict antes de servirem o jantar. Ela estava parcialmente concentrada quando de repente foi assustada por Hyacinth Bridgerton. Ela não imaginou que ela estivesse ali embaixo visto que, os membros da alta sociedade só aceitam meninas ou meninos que já estejam debutando, mesmo em festas mais reservadas. Lilyan ficou feliz em saber que não era assim nesta família e riu colocando a mão no peito enquanto se virava para vê-la, perto de sua irmã Ginny.

Culpa do amor - Anthony Bridgerton - 1° Livro  Onde histórias criam vida. Descubra agora