Os segredos de Anthony Bridgerton (II)

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Peço perdão pela demora na atualização, mais estava tudo meio louco esses dias, então tirei um tempinho pra mim...

Fora a falta de criatividade também que só piora tudo. Espero que gostem do capítulo, perdão qualquer coisa, e perdão também se ele não ficar muito grande!

Boa leitura! Bjos.

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Ainda que eles fizessem aquilo todos os anos. Anthony ficava com dor de cabeça pela movimentação e barulho toda vez. As organizações geralmente eram feitas por Daphne e sua mãe. Ou Francesca quando estava de fato casa. Como desta vez.

Ele ficava a maior parte do tempo, claro e com certeza dentro do escritório trabalhando, ou fingindo que estava. Com maia frequência, fingir com certeza. E de lá, dava para ver todas as pessoas que estavam chegando, julga-las pela roupa, ou pela postura. Só de brincadeira. Ou só olhar.

Ele vira e também ajudará a organizar a lista de convidados. Não restava dúvida de que lady Bridgerton decidira oferecer aquela recepção por uma única razão: arranjar um casamento para os outros filhos, já que ele, estava praticamente noivo. Não tão confirmado, cortejando, mas estava. Ia fazer o pedido. Aubrey Hall, a sede ancestral dos Bridgertons, ficaria lotada de jovens solteiras, cada uma mais adorável e mais cabeça oca que a outra. Para equilibrar os sexos, a matriarca dos Bridgertons havia convidado alguns cavalheiros, tomando cuidado para que nenhum deles fosse tão rico e tão bem- relacionado quanto os próprios filhos, a não ser, os poucos casados.

Anthony que pensou, com tristeza, que a mãe nunca fora conhecida por sua sutileza. Ao menos, não quando o bem-estar ( sua definição de bem estar, claro) dos filhos estava envolvido.
Não estava surpreso ao ver que os Dragoner tinham sido convidados. A mãe mencionara diversas vezes que gostava de Gilbert. E ele fora forçado a ouvir sua teoria de que "bons pais, criam bons filhos" tantas vezes que não tinha mais como não saber o que aquilo significava.

Na verdade, ele sentira uma espécie de satisfação resignada ao ver o nome de Clarice na lista. Ansiava por pedi-la em casamento e acabar com aquela história.

Todo momento, encarando o quadro. Anthony se afastou do retrato do pai e caminhou até a janela. Observou as carruagens que estacionavam nas alamedas. O avançar da tarde dera início ao fluxo constante de convidados, a cada veículo parecia conter uma jovem de aparência saudável, com os olhos iluminados de felicidade por ter sido honrada com um convite à propriedade dos Bridgertons.
Com um suspiro cansado, apoiou o peso do corpo no parapeito da janela, tentando decidir se queria ou não uma bebida. Fitava o gramado, com os olhos fixos em nada em especial.

Deviam ser os Dragoner, pensou Anthony. Uma carruagem bonita e grande. Mas é claro que outra vinha logo atrás.
De fato, quando um dos criados dos Bridgertons, trajando uma elegante libré azul-clara, adiantou-se para abrir a porta, Clarice Dragoner desceu, parecendo uma paissagem em um vestido verde-claro com um chapéu combinando. Anthony não estava perto suficiente pra ver seu rosto com nitidez, mas era muito fácil de imaginar. As bochechas deviam ser macias e rodadas e os olhos parecendo chocolate derretido.

A próxima a descer foi o Sr. Dragoner, foi só quando ele parou ao lado de Clarice que Anthony percebeu como eles se pareciam.
Finalmente, Lilyan desceu.

E só então Anthony percebeu que estivera prendendo o a respiração. Ela não tinha os mesmos trajeitos das outras irmãs. Elas tinham sido delicadas, mesmo sem vontade ao receber ajuda do criado, colocando a mão na dele com um gracioso punho.
Lilyan, ao contrário, quase pulara da carruagem. Segurara o braço que o criado oferecerá, mas não parecia precisar de auxílio. Assim que os pés tocaram o chão, ela levantou o olhar para a fachada de Aubrey Hall. Tudo nela era direto e objetivo, e Anthony não tinha dúvidas de que, se a fitasse com atenção, perceberia que seus olhos eram totalmente fracos.

Ao vê-lo, porém, eles se encheriam de confusão, e talvez uma pitada de ódio. Pequena.
Que ele merecia.

Lilyan virou-se para o pai e a irmã, e falou alguma coisa. Que os fizera sorrir. Alguns laços, ele começava a perceber, eram mais fortes do que imaginava, não havia espaço para esse tipo de ligação em sua vida, ligação não de sangue.
E esse era o motivo pelo qual, ao se casar, o rosto por trás do véu teria que ser o de Clarice Dragoner

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Lilyan tinha achado, particularmente, a casa incrível. A fachada era grande e adorável. E ao entrarem, foram recebidos calorosamente por toda família Bridgerton. Exceto, no entanto, por Anthony.
As malas foram levadas pra cima, Lilyan ficou no mesmo quarto que Clarice, e Sarah. E resolveu passar a maior parte do tempo, arrumando suas coisas.

Até que uma batida na porta, fez as três se olharem. Isso porque ainda estava cedo pro jantar, ao pensar no que poderia ser. Lilyan se dirigiu a porta, onde Daphne Bridgerton a esperava com as mãos frente ao corpo.

- Senhorita Bridgerton? - falou Lilyan, sorrindo gentilmente.

- olá lady Dragoner. Eu queria fazer um convite a você - disse ela, e Lilyan assentiu com a cabeça indicando que podia dizer - eu e meus irmãos vamos jogar pal mall. Achei que seu espírito combinasse com o nosso para uma partida.

- ah, eu adoraria, mas me desculpe. Eu não sei jogar - lamentou, ela mechendo um pouco os lábios.

- não tem problema, faltam alguns minutos pra começarmos, eu posso te explicar todas as regras e mais. Se quiser.

Lilyan pensou um pouco, e sorriu, confirmando com a cabeça. Precisava de um pouco de distração e competição. E a família Bridgerton era ótima pra isso.

- E é claro - comentou Daphne - que seus irmãos e irmãs podem ir!

- Vocês querem jogar? - Perguntou ao se virar para Sarah e Clarice.

- É claro! - falou Sarah se levantando - vamos clar.

Ela negou com a cabeça, as mãos sobre o colo.

- vão vocês, vou descansar um pouco.

Lilyan pensou em protestar e tentar de novo, mas desistiu. Apenas acenando e saido pela porta com a outra irmã. E foi aí que Daphne começou a explicar como jogar com a família Bridgerton funcionava.


Culpa do amor - Anthony Bridgerton - 1° Livro  Onde histórias criam vida. Descubra agora