um perfeito cavalheiro (III)

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Se tem uma coisa barulhenta de verdade, é os irmãos Dragoner e Bridgerton juntos na mesma casa, conversando ao mesmo tempo.

Lilyan estava em um canto da sala a um tempo considerável, bebendo um copo grande de limonada e observando em volta. Era boa nisso, observar, tão boa que na maior parte do tempo nem percebia de verdade que fazia isso.

Anthony não saiu de perto de Clarice um só minuto durante a noite, isso fez Lily pensar que no final dela, com certeza ficaria preso no banheiro com tanta limonada que havia bebido. Contando também, que ele tinha dado várias olhadas na direção de Lilyan durante aquele tempo.

Benedict estava conversando com seu irmão, Colin perto da cozinha, e o resto de seus irmãos se enturmava com os outros. Notou até mesmo Jake, seu irmão mais velho conversando com Daphne. Isso era novo, na verdade. Eles pareciam combinar bem.

— Poxa vida, será que é cedo para ir embora? - murmurou a pergunta pra si mesma, colocando o copo vazio de limonada na mesa ao lado.

— com certeza, nem comemos a sobremesa ainda, irmã! - falou uma voz atrás de si. Sarah.

— Sarah, é você! - sorriu pequeno, chegando mais pro lado.

— Sou eu. Espero que não tenha ninguém com a voz muito parecida com a minha aqui. - brincou ela, rindo.

— O que tem nas mãos? - perguntou Lilyan, olhando os papéis na mão da irmã.

— Partituras do piano. Pediram que eu tocasse hoje. - respondeu ela, mostrando a mais velha os papéis em sua mão.

Sarah amava música e instrumentos. Tocava violino, flauta, piano. E ainda estava aprendendo mais, Lily achava que ela gostava disso dês de que nascera. Quando era pequena, costumava dormir somente com uma bela melodia de algum instrumento.

Sua mãe costumava tocar piano, ou violino.

Eram um dos dons dos irmãos Dragoner que Lilyan achava o mais lindo sem dúvidas.
Acenaram pra ela, Violet, a chamando pra tocar.

— Há! Acho que é melhor eu ir. - comentou ela com um risinho segurando o vestido pra andar - se aproxime pra me ver Lily.

Chamou ela fazendo uma cara engraçada e atravessando a sala até o piano.

Lilyan fez o que a irmã pediu, se aproximando mais para ouvir ela tocar. A maioria fez o mesmo, rodeando o instrumento, em particular Colin Bridgerton que não tirou os olhos nem por um minuto mesmo, nem quando ela estava apenas arrumando as partituras. Ela então começou a tocar, a melodia suave de Ludwig van Beethoven, claro, seu preferido. O compositor alemão soube captar as características do romantismo e escreveu obras que expressam ideias e sentimentos. Além disso, inovou ao aumentar o número de músicos de uma orquestra para executar suas obras. Bem, de fato um ótimo compositor. 

Ela poderia dormir enquanto a irmã tocava, mas como não conseguia deixar de observar como os outro não faziam. Percebeu Anthony e Clarice saindo de vagar pelas pessoas até o fundo da casa, ela não sabia para onde, não conhecia a casa. Pensou em chamar Benedict, ele conhecia, mas por quê? eles sabiam que era inapropriado ficarem sozinhos sem um acompanhante. 

Lily resolveu que não chamaria, poderia arruinar os dois. Mas se visse alguma coisa gritaria com Anthony, não é? ele sabia das regras, sabia que estava errado! Seguiu eles até onde iam, aparentemente a sacada privada da casa. Aguardou atrás da uma parede até que entrassem e seguiu. Mas antes que colocasse a mão na maçaneta da porta, ouviu um "clic" indicando que ele a havia trancado. 

Lily colocou a mão na boca, os olhos levemente arregalados. Não sabia o que fazer, ficou em um empasse entre contar a alguém, bater, ou só ir embora..., mas era sua irmã, estava errada! mas era sua irmã e que tipo de irmã seria se permitisse que...

Ela, talvez no calor e impacto do momento, decidiu que iria embora, se sentiu péssima! uma irmã horrível, mas imaginava como Clarice poderia ficar furiosa por ela ter interrompido. Ou...

quase vomitando ela seguiu correndo até os corredores, ouviu que a música já havia acabado. Mas não ia parar não podia parar, vomitaria mesmo a qualquer momento, podia se sentir zonza e acabada. 

- Lily? - ouviu uma voz chamar por seu nome quando atravessou a sala. Benedict. - Lily você está bem?

ouviu de novo, e pegou o casaco às pressas, seu estomago ainda dando voltas dentro de si. 

- Preciso ir - falou ela abrindo a porta - preciso ir.

repetiu e assim correu para fora numa velocidade assustadora, até que seus pés estivessem na grama e ela colocasse pra fora tudo aquilo que tivera bebido ou comido naquela noite. Sua cabeça ainda dava voltas, e ela sentia que estava assim não somente por Clarice, o que na verdade deveria ser. Ele era praticamente um desconhecido não era? por que estaria assim por ele?

ouviu passos vindo em sua direção, depois mãos tocaram seus ombros. 

- Lilyan, o que aconteceu? - perguntou Benedict em tom mais exigente desta vez - a verdade! 

Pediu ele. Mas ela não poderia contar, pelo menos não agora. Por motivos óbvios, mas também porque temia vomitar mais uma vez. 

- Agora não, Bene - pediu ela, a voz rouca de súplica - por favor agora não. 

Ele suspirou, segurou sua cintura e a ajudou a levantar. 

- Vem, vamos pra casa, querida. - Murmurou ele acenando para que lhe trouxessem uma carruagem. 

Ele a levou pra casa, cuidou ele mesmo de colocá-la na cama e tirar seus sapatos. Mas pediu as empregadas que trocassem suas roupas, com um beijo na testa dela, ele deixou o quarto. Informou o que tinha acontecido ao pai dela que havia chegado quando ele iria embora. O mesmo lhe agradeceu várias vezes até que conseguisse sair da casa. 

- Senhor Bridgerton! - chamou uma voz atrás de si. Benedict se virou, para encontrar Jake Dragoner na porta. - Obrigado pelo que fez, de verdade. Eu te devo uma. 

- Não se preocupe, ela é minha melhor amiga. Merece o mundo - respondeu ele, um sorriso suave - e em pouco tempo, ela é mais um dos poucos por quem eu dou minha vida.

Jake acenou com a cabeça para ele. Que fez o mesmo, se virando pra sair. 

Culpa do amor - Anthony Bridgerton - 1° Livro  Onde histórias criam vida. Descubra agora