Ciclo Olímpico | Hande Baladin & You

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*POV BALADIN*

Era segunda, então decidimos ir à praia, o sol estava quente e merecíamos um dia de folga depois do jogo da semifinal, só voltaríamos a treinar na quarta. Tinha acabado de colocar minhas coisas no porta malas, e parti em direção a casa das brasileiras. Ao chegar lá, encontrei Betinha arrumando algumas coisas no carro delas.

- Betinha, bom dia! – Disse ao me aproximar da levantadora.

- Bom dia, Hande. Como você está? – A brasileira me abraçou, como sempre.

- Estou bem! – Respondi com um sorriso no rosto.

- Vamos lá dentro? Já tomou café da manhã? – Roberta era uma das pessoas mais cordiais e hospitaleiras que eu conhecia.

- Ainda não! Mas vamos lá. – Ela passou na minha frente e foi em direção a cozinha.

- Bom dia, minha linda! – Vi *You* se levantar da cadeira e vir em minha direção. – Animadíssima para ir nadar de novo? – Puxou a cadeira para que eu pudesse sentar ao seu lado. – Come um pão de queijo, acabei de tirar do forno.

- Lógico! Estou quase ficando da cor da Betinha! – A levantadora parou de tomar o suco e olhou para mim incrédula.

- Até você Mãozinha? – Caímos na gargalha pela situação. Eu me sentia bem com as meninas, ali parecia mais a minha segunda casa do que a casa da minha mãe, era incrível.

- Hande, quer ir de moto comigo? Acho que suas coisas cabem no carro da Roberta. – Eu estava comendo um pão de queijo, então só concordei com a cabeça. Peguei o copo de suco que *You* estava bebendo e dei uma golada. – Você está com fome, meu anjo?

- Não, mas eu amo esse pão de queijo! Vocês comem sempre isso no Brasil? – Aquilo era realmente muito bom.

- Sempre que possível. – Ela me olhava com uma cara tão fofa enquanto comia, e aquilo me deixava ligeiramente tímida. – O que foi? Você é linda até comendo, não precisa ficar sem graça.

- Você lê mentes? – Fiquei surpresa, era como se ela pudesse me ler.

- Não, eu leio seu corpo. – Disse se aproximando – Eu te observo o tempo todo – Se aproximou mais um pouco. – Então eu sei como seu corpo vai reagir. – Ela disse a última frase contra meu pescoço, o que me fez arrepiar.

- Vocês nem comecem a se acasalar, temos que sair! – A voz de Simge invadiu o lugar e foi seguida de risos das outras meninas que a acompanhavam. – Vem, temos que colocar as suas coisas no Carro das Sahin.

Me levantei depressa, ainda envergonhada pela situação, era estranho para mim que minhas amigas me vissem aos beijos com alguém, eu não sei, só não conseguia fazer isso, tanto com homens quanto mulheres. Fui ao meu carro e tirei algumas coisas que tinha levado, como cadeira, canga e duas bolsas, uma com roupa e outra com uns lanches. Peguei uma bolsinha pequena com minha carteira e subi na moto e me agarrei em *You* que já estava me aguardando.

- Pronta? – Ela me perguntou e eu respondi num sonoro 'ahan' – Coloca seus fones, vai ficar melhor. Posso colocar compartilhar uma playlist com você.

- Sério? Eu ia amar, pode mandar. – Ela me enviou e eu conectei meu fone e coloquei o fone. Ela então deu a partida na moto e fomos em direção à praia.

Fizemos o caminho todo em silêncio, eu só sentia a vibe das músicas e me conectava com os lugares, aquela sensação de liberdade era indescritível, eu estava com alguém que eu amava, mas aquilo não me sufocava, me deixava mais leve, mais segura. Não tinha me sentido assim durante toda minha vida, então me agarrei mais forte ao corpo da brasileira que soltou uma das mãos do guidão e acariciava meu braço preso ao seu redor.