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Um mês havia se passado e não havia melhora no relacionamento das colegas de time. Como havia falado com Tijana, *You* não deixou seu rendimento em quadra cair, por consequência, o das outras também não caíram. A central vinha se destacando nos jogos pelo seu saque feros, houve um jogo que ela fez 9 pontos somente de saque, o que era uma marca invejável. Seu bloqueio ainda estava afiado, liderava os dois fundamentos da liga turca nesses dois fundamentos.

A equipe turca estava naquele momento desembarcando no aeroporto da França para fazer seu primeiro jogo na Champions League, seu adversário seria o Le Cannet, antigo time de Nia Reed, oposta conhecida pelo vôlei brasileiro por atuar no Sesi Bauru, o time ainda abrigava a colega de seleção de Tijana, a central sérvia Maja Aleksic.

Chegaram ao hotel e aguardavam no saguão enquanto a gerente de logísticas vinha com os cartões para entregar a jogadoras.

- Lembrando que não fui eu que separei os quartos, então por favor não me xinguem. Eu sei que vocês vivem nos quartos umas das outras. Só peço que respeitem as normas do estabelecimento e não façam loucuras. Vou falar os nomes das duplas, então podem pegar o cartão comigo e irem se acomodar. Ao ouvir seu nome junto ao de Baladin, não expressou surpresa, só pegou seu cartão e foi em direção ao quarto, a ponteira foi atrás dela para entrarem no elevador que tinha acabado de chegar.

A central destravou a porta e depositou seu cartão no dispositivo que ligava as instalações elétricas do lugar, passou pela pequena sala e foi em direção ao quarto. Haviam duas camas de solteiro, um pouco maior do que as convencionais, já que o hotel adaptou seus aposentos para receber atletas e sabia que muito eram bem altos.

- É, você quer escolher a cama? Eu sei que são iguais, mas você pode preferir um lado. – A turca disse um pouco nervosa tentando ser cordial com a brasileira.

- Não, pode ficar à vontade. – Disse sem olhar para ela, sentando-se no sofá da sala e mexendo no celular.

Hande não respondeu, sabia que não ia receber mais do que aquela breve conversa. Foi para o quarto e viu que as camas eram lado a lado, tinha uma certa distância, mas não era tão grande. Arrumou suas coisas na cama da esquerda e se encaminhou para o banheiro para tomar um banho e deitar um pouco para descansar antes de terem que ir jantar. Treinariam no dia seguinte pela manhã, então queria descansar.

Ligou o chuveiro e lembrou da primeira e única vez que ela e a central tinham transado, toda vez que ia tomar banho, era a primeira coisa que vinha a sua mente. Se sentia triste ainda pela distância entre elas, mas algumas lembranças a confortavam, assim como o mínimo contato que tinham durante os treinos e jogos. Esperaria a brasileira tomar seu tempo até que pudessem resolver as coisas. Terminou seu banho, colocou o uniforme casual do time para poder ir jantar. O silencio se instaurou no lugar até que ouviu a central levando suas malas para o quarto. Foi automaticamente para o lado direito, sem nem olhar para o lado onde estava a ponteira. Abriu sua mala, pegou algumas coisas e foi para o banho.

Ela não demonstrava sentimento algum quando estava próxima as meninas, principalmente Baladin. Mas sentia falta delas, das conversas, das brincadeiras, de cantar, dançar, praticar outros esportes, ou até mesmo ficarem caladas, só apreciando a companhia uma da outra. De Hande sentia falta do corpo da outra contra o seu, em como ela ficava tímida ao ser elogiada ou cantada na cara de pau pela central, sentia falta do seu beijo, do seu cheiro e de toda vez que a turca se escondia na curva de seu pescoço. Queria tudo de volta, mas ao mesmo tempo se lembrava da dor que foi ver a mesma história voltando a tona, não queria mais lidar com sentimentos dos outros daquela forma, preferia a distância e o superficial a ter que entrar de cabeça em sentimentos complexos novamente.

Terminou seu banho e se trocou, mas ao contrário da ponteira, não foi para a cama, foi em direção a porta e deixou o lugar vazio e silencioso. Baladin ainda podia sentir o cheiro do seu perfume pelo quarto, então colocou o travesseiro contra seu rosto e para abafar seu grito de frustração.

Ciclo Olímpico | Hande Baladin & YouOnde histórias criam vida. Descubra agora