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A brasileira dirigia com uma das mãos enquanto a outra repousava na coxa a mostra da turca. As duas cantavam a música e dançavam. O ar condicionado do carro estava ligado, o que não deixava que as duas ficassem suadas, mas fora dali o calor tradicional do Rio as deixariam ensopadas só com aquele pequeno momento. Hande se sentia à vontade na presença de *You*, era uma das poucas pessoas com quem ela podia ser realmente ela. Enquanto balançava seus braços fazendo movimentos tradicionais das danças turcas, olhava de pela janela a cidade toda iluminada que passava por ela, era uma visão linda, um lugar que trazia liberdade para seu ser, mas então lembrou que ainda não sabia para onde iriam, então parou de dançar, abaixou um pouco a música e se dirigiu a namorada que a olhou assim que o volume abaixou.

- Que foi, princesa? – Perguntou a fitando rapidamente, logo voltando sua atenção para o trânsito.

- Agora que me dei conta de que não me falou para onde vamos. – Virou-se um pouco de lado afim de observar a namorada que dirigia.

- Ah, é isso? Então, primeiro vamos a um pagode na Lapa. – Disse enquanto diminuía o carro para entrar em uma rua mais estreita.

- Pagode na Lapa? – Repetiu mais para si do que para a outra.

- É um lugar muito tradicional aqui no Rio, mostra muito a cultura aqui do estado. A influência arquitetônica europeia, a cultura negra nas comidas e músicas. Sério, é muito bom! Você vai amar.

*You* dirigiu por mais alguns minutos até que chegasse ao lugar, pela janela do carro já era possível ver os arcos da Lapa iluminados e uma grande movimentação de pessoas para todo lugar. Achou um estacionamento pago ao lado de um bar, era mais seguro do que deixar o carro na rua, apesar da beleza, também conhecia os perigos do lugar. Acertou com o responsável do lugar, pegou o ticket que haviam entregado e colocou na bolsinha que carregava com ela. Aproveitou também os celulares na mesma bolsa. Após deixarem o estacionamento, caminhavam lado a lado, até que a *You* tomou a mão da turca junto a sua. O gesto pegou a mais baixa de surpresa.

- Não precisa ficar com medo, a gente tá bem aqui. É tranquilo e ninguém vai incomodar, acredite. – As palavras acalmaram a turca, ela confiaria sua vida a brasileira, então apertou a mão da outra como se concordasse.

Alguns minutos andando, chegaram a um bar, estava lotado. Rolava um show de samba lá, a maioria das pessoas de pé, perto do pequeno palco feito para as apresentações. Ainda de mãos dadas, as duas foram se esgueirando no meio das pessoas até que chegassem a uma mesa para sentarem, e assim fizeram. Segundos depois aparece uma mulher com o cardápio na mão e um largo sorriso no rosto.

- Boa noite, boa noite. – Entregou um cardápio para Hande e outro para *You* - De volta só por uma semana, né?

- Pois é! E você não quis ir a nenhum jogo. – A brasileira se levantou e abraçou a mulher que a abraçou de volta. – Então tive que vim te ver...

- Me ver nada, mané! Eu sei o que veio fazer aqui... – Falou virando a cabeça para a mulher que ainda estava sentada.

- Hande! – A ponteira se levantou e olhou para a namorada. – Essa é a Cecília, uma amiga antiga e mal agradecida que tenho aqui no Rio. Foi minha companhia de muitas noites por aqui. – As duas riram, então Baladin esticou a mão para que a outra pudesse pegar. – E Cecília, essa é minha princesa turca, a mulher mais preciosa do mundo todo, Hande. – A outra brasileira sem muita cerimônia puxou a turca para um abraço caloroso, o que a deixou levemente corada.

Ciclo Olímpico | Hande Baladin & YouOnde histórias criam vida. Descubra agora