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*POV BALADIN*

Desconhecido: Bom dia, minha querida! Não pensou que eu havia me esquecido de você, né? Hoje é um grande dia, para todos nós. Boa sorte no jogo de hoje, você vai precisar. Sei que não será um dia fácil e que teremos mais perdedores do que ganhadores, mas não seria esse o golpe mais injusto da vida? Fazer você acreditar que está tudo indo bem até ver seu mundo ruir bem na frente de seus olhos? Não me entenda mal, já disse. Eu tenho que reparar injustiças. Eu não vou julgar seus argumentos hoje, isso deixarei a sua maneira, mas terá de ser feito. Hoje acaba seu conto de fadas com *You*.

Destruída.

Eu queria sumir da face da terra, queria estar longe de tudo. Depois de falar com *You* eu saí sem rumo, chorando pela arena. Só parei quando Simge que vinha correndo atrás de mim, conseguiu correr e parar na minha frente, fazendo nossos corpos trombarem e eu quase jogar a pequena no chão.

- Para, Hande! Que coisa. – Ela colocou as mãos em meus ombros para que eu ficássemos frente a frente. – O QUE DIABOS ESTÁ ACONTECENDO? VOCÊ SAIU CORRENDO E CHORANDO. – Eu não consegui responder, então ela me puxou para um abraço.

- QUE PORRA VOCÊ FEZ, BALADIN? – Tarde demais. Uma Saliha raivosa apareceu e eu já sabia o motivo.

- Ei ei ei! Calma ai... – Simge me soltou e foi ao encontro da Sahin mais velha para contê-la. – ALGUÉM ME EXPLICA O QUE DIABOS ACONTECEU OU EU VOU TER QUE BATER EM CADA UMA? – Ouvi a pequena dizer enquanto estava com o braço estendido segurando a ponteira.

- Ainda não falou com a Simge que você foi uma vaca de terminar com a *You* bem aqui na arena, depois da seleção dela perder a final. – Então essa seria meu fardo, a namorada traidora. Simge abaixou o braço e colocou a mão na boca, me olhando com total surpresa, mas eu consegui perceber seu olhar decepcionado.

- Ela...ela pode explicar. A Hande não faria isso. – Ela me olhou nos olhos e eu só consegui chorar mais. – Por Deus, Hande... – Era uma súplica para que eu desmentisse aquilo, mas eu não faria. Não era mentira.

O olhar de pesar de Yasemin e Elif era também carregado de julgamento. Mas eu não as julgaria, eu fui uma filha da puta, do jeito que tinha que ser. Eu sabia que a dor que eu causei, não só a *You*, mas as minhas amigas também não teria conserto. Então foi essa minha decisão. Eu escolhi machucar a todos.

- Saliha... – Tentei falar com a mais nova.

- Não, nem vem. Eu fiquei do seu lado naquela coisa ridícula com a Haak, mas agora não. Agora não tem motivo pra isso. Eu não quero saber – O estrago estava feito.

- Saliha, para, por favor. – Yaso interferiu.

- A gente vai dar um tempo e conversar melhor quando a poeira abaixar. Não precisamos de mais brigas aqui, okay? – Simge respirou fundo e passou a palma da mão na testa para limpar o suor.

As meninas foram embora, mas só Guvelli me abraçou em despedida. Saliha simplesmente virou as costas e saiu, enquanto Elif não falou nada desde quando chegou, mas eu vi em seu olhar que ela queria me dizer algo, mas o momento não era propício, então só acenei para ela com a cabeça. Fui para o ônibus, uma das primeiras, sentei na última poltrona e Simge me fez companhia. Minha amiga não disse nada depois que saímos da arena. O ônibus partiu e todas estavam em silêncio. O clima já não era bom, e eu agradeci aos céus por isso.

No hotel, Simge não deixou que fôssemos para o quarto, ao invés disso, apertou o botão para irmos para área da piscina. Eu sabia que ia ter que contar a ela o que tinha acontecido, sem mencionar a pessoa que estava me chantageando. Tinha umas mesinhas livres mais ao fundo, então nos sentamos lá. Minha amiga me fitou por alguns segundos em silêncio.

Ciclo Olímpico | Hande Baladin & YouOnde histórias criam vida. Descubra agora