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CAPÍTULO 61

*POV YOU*

Já na praia, as meninas ficaram maravilhadas, a paisagem era muito bonita, eu já estava acostumada, mas elas não. Apesar de ter alguns quiosques na orla, eu levei uns lanches para elas experimentarem, queria que elas tivessem uma experiência completa na minha cidade. Arrumamos nossas coisas na areia, colocamos o guarda sol e começamos a passar protetor solar antes de ir para a água.

- Quer que eu passe? – Cheguei próximo a Hande e ela acenou com a cabeça e virou de costas. – Assim tá bom?

- Sim, obrigada! – Ela parecia tímida ainda, acho que por estarmos tão próximas em público.

- Não precisa ficar tão tímida! A praia aqui não é tão movimentada e a galera é mais discreta. – Ela sorriu e relaxou um pouco os ombros. – Deixa eu passar no seu rostinho lindo?

- Tudo bem, eu só fico um pouco insegura. – Cheguei mais perto e quase cheguei a encostar nossos narizes. – Você está se aproveitando, né?

- Não, que isso! – Terminei de passar o protetor e dei um beijo rápido na ponta do seu nariz. – Eu te amo.

- Também te amo. – Ela colocou os óculos escuros e se sentou na sua cadeira, eu estiquei minha canga no chão e me sentei entre suas pernas e fiquei fazendo carinho em seus pés.

- Ei, *You* - Elif se sentou ao meu lado. – O que vamos comer? – Um sorriso nasceu em meu rosto.

- Ainda bem que perguntou! – Levantei animada e fui até a bolsa que havia guardado os lanches. – Aqui, peguem! – Coloquei um copo na mão de cada uma. – GUA-RA-VI-TA! – Falei pausadamente. – Vocês têm que experimentar isso, é o que nós popularmente tomamos por aqui. E para comer, biscoito Globo! - As turcas olhavam curiosas para o pacote em minhas mãos. Distribuí os biscoitos e fiquei esperando a reação delas.

- Essa combinação é realmente muito boa... – Saliha dizia com a boca ainda cheia.

- Vocês sempre comem isso? – Simge questionou dando mais um gole na bebida.

- Não, é um lanche mais acessível a uma parte da galera que vem a praia, mas é típico do Rio e eu amo demais. – Disse rindo e comendo mais biscoito.

Demos um tempo, ficamos conversando sobre as coisas locais. As irmãs Sahin resolveram ir para água e Simge as acompanhou. Aconselhei elas, que, mesmo não tendo ondas fortes, elas não fossem tão ao fundo devido as correntezas. Elas assentiram e partiram em direção a água. Eu e Hande ficamos sentadas lado a lado, observando a paisagem.

- Vamos pra água também? Descarregar um pouco... – Ela olhou para mim de um jeito curioso.

- Descarregar? – Ela repetiu.

- Sim, tirar a energia negativa acumulada nesse corpo – Levantei e gesticulei com as mãos, como se mandasse algo para baixo. – Vem, vem... – Estendi a mão e turca veio com o sorriso lindo estampado no seu rosto.

Entramos na água, e fomos em direção oposta de onde as outras meninas estavam. Fiz um sinal para que Hande subisse nas minhas costas, e assim ela fez. Quando a água estava abaixo do meu peito, eu parei, mas a turca não desceu. Então ao invés de ir mas para o fundo, comecei a andar com ela em minhas costas.

- Não quer descer? Tá com medo? – Questionei-a.

- Não, só não quero separar. Deixa só mais um pouquinho? – Ela disse com a voz manhosa.

Continuei a andar pelas águas enquanto conversámos, somente quando chegamos até as outras meninas, Hande desceu das minhas costas. Ali, reunidas com as turcas, passamos um bom tempo brincando e conversando. Nosso momento juntas sempre foi incrível, mas viver isso no Brasil, tornava as coisas mais especiais.

O sol já estava se pondo e estávamos na areia juntando nossas coisas para irmos embora. A luz que iluminava o lugar era maravilhosa, principalmente a que tocava a pele da minha turca. Peguei meu celular e fiz um vídeo bem rápido, não dava para ver o rosto de Hande, somente sua forma.

Ela virou-se para mim sorrindo e eu imediatamente abaixei o celular. Hande sabia que eu estava registrando aquele momento, mas nada disse. Colocamos nossas coisas em meu carro e durante todo trajeto dirigi com uma das mãos, enquanto a outra repousava na coxa da turca. Deixei as meninas no hotel para que pudessem descansar. Ao chegar lá, me despedi das meninas, que agradeceram pelo dia e isso me deixou muito feliz. Hande não tinha descido do carro ainda, ficamos conversando mais um pouco, ela parecia tão feliz, não parava de falar, gesticular e rir, aquilo me deixava extremamente alegre.

- Amanhã vai ser sem remorso, né? – Perguntei em tom de provocação.

- Sem remorso! Eu prometo, mas se você ficar de gracinha se me bloquear... – Ela parou de falar e olhou bem nos meus olhos. – Sem beijos para você durante um mês.

- O que? Você não teria coragem. – Eu segurei em seu braço.

- Não duvida disso. – Ela me lançou um olhar desafiador.

- Tá, não duvido. – Levantei as mãos em rendição. – Mas só vale para você! – Roubei um beijo de seus lábios, o que a pegou de surpresa.

- Muito obrigada por isso, tá? – Seu celular apitou e a turca desbloqueou para ver do que se tratava. – Eu preciso ir.

- Certo! Descansa, meu amor. – A abracei e fiquei sentindo o cheiro de seu cabelo. Selamos nossos lábios rapidamente.

- Até amanhã. Seni seviyorum. – Ouvir 'eu te amo' em turco era incrivelmente reconfortante.

- Seni seviyorum. – A respondi, selando nossos lábios mais uma vez.

Assisti a mulher sair do meu carro e se instantaneamente dei um suspiro, eu sentia falta da nossa rotina na Turquia. Amanhã seria um dia importante, nosso jogo contra as turcas, então avisei a Rosa e Roberta que estava chegando.

Ao chegar no hotel em que estávamos hospedadas, encontrei Rosa e Roberta no meu quarto conversando, elas falavam sobre o jogo do dia seguinte, mas interromperam o assunto quando cheguei e depositei um beijo sobre a cabeça de cada uma.

- Aproveitou seu dia? – A levantadora questionou.

- Sim, foi incrível! – Respondi.

- Pronta pra jogar contra a namoradinha e amigas amanhã? – Rosa, como sempre, dando uma cutucada no assunto.

- Óbvio. Finalmente vou sentir o que sente quando joga contra a Sérvia. – Ri debochada e vi a loira ficando vermelha. – Eu tô brincando, Neeko tomatinho forte. – Fui ao seu encontro e forcei um abraço entre nós.

- Sai, você tá suja! – Ela tentou me empurrar para longe, mas não conseguiu.

- NÃO! – Nos mexíamos tanto na cama que Roberta, mesmo do outro lado, levantou para não tomar algum chute sem querer.

Depois de uns dois minutos atracada a loira, saí rindo e fui para o banho. Fiquei pensando em tudo o que aconteceu durante o dia, e o sorriso não deixou meu rosto. Me troquei e voltei ao quarto, encontrando somente Rosamaria. Conversamos mais um pouco, mas devido ao nosso cansaço, resolvemos dormir, o dia seguinte seria puxado e precisávamos manter o ritmo. Antes de fechar os olhos, peguei meu celular mais uma vez para desejar uma boa noite para minhas amigas e Hande, chegou uma notificação de um número estranho, era internacional, me pedindo para fazer download de um novo app do meu banco, logo entendi que era um golpe, então só ignorei aquilo e finalmente pude ir dormir.

Ciclo Olímpico | Hande Baladin & YouOnde histórias criam vida. Descubra agora