HENRIQUE
Os ovos mexidos essa manhã estavam incríveis assim todo o restante do buffet, composto por uma variedade de pães, bolos e frutas. Em meio a fila de hóspedes que se formou para montar seu prato à medida que as sete e meia da manhã se aproximava, não encontrei um vestígio sequer de Dafne ao varrer o local com os olhos.
A noite anterior ainda fervia em minha mente assim como meu corpo. Inquieto, a assisti catar uma muda de roupa ao sair do banheiro e bater a porta do quarto com tamanha intensidade que vacilei sentado na cama. Sem saber como reagir, mirei o caminho que ela passou por longos minutos, refletindo sobre o quanto menti para mim mesmo ao dizer que pensei em Karla enquanto me afundava em seu corpo. Grande invenção! Karla nem arranhou meus pensamentos alucinados. Sentia-me frustrado, com tesão estressante ameaçando acordar e com raiva de Dafne e ter gostado tanto de tê-la nos braços. Ela queria ter dormido com João Lucas. Meu sangue fervia de imaginá-los juntos, de Dafne supor que seria melhor ter gozado no pau de outro cara quando delirou fazendo isso no meu. Ela teria fingido orgasmo? Aquilo me perturbou no momento em que arrumava a bagunça que fizemos no quarto, embora o clima de sexo não abandonasse o cômodo.
Depois de muito rolar na cama, conferi no celular que era uma da manhã e a machinho ainda não havia retornado para o quarto. Passei as mãos nos cabelos e até sai no corredor vazio e silencioso. Nada. Nenhum sinal da Dafne. E se ela tivesse ido embora? Foi a primeira hipótese que pensei, ficando angustiado imediatamente, no entanto, topei com funcionário que me disse que ela subiu no apartamento 307. No mesmo momento pensei em Stefany, reconheci o rapaz trajando uniforme como o estrangeiro que cursava o terceiro ano comigo e sempre ficava na sua. Diferente do que Júlio comentava, ele foi gente boa ao confirmar que aquele era o quarteto de Fany, nosso papo não cessou e continuamos conversando enquanto ele trocava os lixos do lugar e os hóspedes dormiam.
Guilherme pareceu ser mais aberto do que era comentado na escola, falando sobre seus avós e o motivo de ter vindo trabalhar na pousada esse final de semana. Poliana havia pirado! Foi o que pensei ao vê-lo supor que ela tentou enturmá-lo com a galera do Juventude Carioca, o colocando para servir o hotel dos seus pais em Búzios. Conversamos sobre outras assuntos e pude perceber um tom mais animado ao mencionar a amiga da machinho. Ele estava a fim de Stefany? Ela era um gata e nem de longe estressada como Dafne. Refleti, reprimindo de imediato esse sentimento que veio acompanhado do desejo que falou mais alto que minha mente nesta pousada.
Voltei para o quarto quando já eram quatro da manhã, e nada da machinho. Vencido, peguei no sono, levantando cedo para um café da manhã reforçado de domingo antes de pegarmos estrada de volta para casa. Na mesa, Melissa quis saber porque sumi ontem, mas antes que pudesse responder, vi Karla com olheiras grandes que ainda não apagavam sua beleza, apesar dos tantos arranhões no pescoço. Engoli em seco. Temendo que alguém tivesse atrelado meu sumiço ao de Dafne, e eu ficasse com a imagem manchada para a minha loira.
Insiro a chave de acesso na porta do quarto, pronto para fazer a mala antes do horário de almoço, no entanto, assim que adentro o ambiente, ouço o barulho da água cair no chão. Dafne! Retiro uma das mãos dos bolsos das calças e tateio sua mochila sobre a cama, averiguando se é mesmo ela, confirmando ao ver bottons das bandas que curte. Olho na direção do banheiro com a porta entreaberta, notando que o barulho vem do chuveiro ligado. Por onde ela andou a manhã toda? Caminho no rumo da porta em passos sorrateiros e seguro a maçaneta, olhando para o box um pouco suado e avistando Dafne de costas para mim.
Seus cabelos úmidos vão até a cintura, mais longo do que havia percebido. As costas magras, fazem um caminho até o bumbum rendondinho e proporcional. Pela pele bronzeada devido ao sol forte, corre a água que lava toda a espuma do sabonete. Pisco os olhos consternado, afetado demais e tendo flashs da noite anterior. Eu havia batido com a cabeça. Meu pau protesta, resmungando com a lembrança da cabeça pincelando em sua entrada quente, como se quisesse repetir a sensação única. Porra! Eu havia sido movido pelo tesão, pela a abstinência de sexo, por isso fui para à cama com ela. Tinha certeza. Sinto-me irritado e aperto meu pau sobre o tecido, contrariado que esse sentimento de raiva me deixe mais excitado do que posso controlar. E se eu entrasse nesse box? Visualizo a cena de eu entrando nu dentro do box, fingindo não ter escutado que o chuveiro estava ocupado, obrigando nós dois estarmos restritos a um espaço pequeno. Não iria suportar. Passo as mãos pelos cabelos, me afastando do banheiro antes que perca a cabeça e a empurre contra o azulejo do recinto, transando feito um animal.
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O erro do cupido • Série Estúpida Paixão | LIVRO 01 - EM MAIO NA AMAZON
RomanceDafne Auth Costa é uma garota de estilo tomboy que acabou de completar 17 anos, órfã de mãe e com um pai ausente, ela faz um inferno na vida de sua madrasta. A convivência que já era difícil, se torna insustentável quando a jovem cede a casa da famí...