CAPÍTULO 12 | "A lista de regras"

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HENRIQUE

1 • Sem sorrisos e cumprimentos até que ela o faça primeiro, tente soar indiferente;

2 • Não há nada louvável em Karla Marines, a não ser a beleza de outras garotas ou de suas amigas mais próximas;

3 • Toques físicos são dispensáveis, mas não troca de olhares para confundi-la;

4 • Fingir escutá-la nos 10 primeiros segundos e depois deixá-la falando sozinha é uma bela opção, culpe-a por isso é cereja do bolo;

5 •. Fazer pouco caso quando Odeth recebê-la e ir para outro cômodo;

6 • Jamais ofereça carona, se possível negue com impaciência e diga que está ocupado;

7• Convites para sair ou presentes estão fora de cogitação, não importa o valor;

8 • Comece a seguir as digitais influencers que Karla possui alguma rixa;

9 • Concorde com ela sobre o fato de vocês não combinarem e enalteça a sua companhia com sutileza;

10 • O primeiro beijo só rola se ela pedir com jeitinho a ponto de quase implorar.

Meus olhos correm pelo papel que Dafne acabou de retirar da impressora do escritório do meu pai. Com uma das mãos na cintura e com o boné surrado para trás, ela bate o pé impaciente à espera de que termine de ler a lista de regras absurdas que montou. Como uma receita pronta, ela organizou em dez passos o que mais parece ser o caminho para eu chegar até Karla. Retiro os olhos da folha e sorrio balançando a cabeça, imaginando em que momento essa machinho se tornou comediante ou confiante demais para sequer pensar que eu aceitaria essa ideia insana. Ela se mantém séria, na verdade, determinada e sem piscar, levantando uma das sobrancelhas como se exigisse uma devolutiva.

— Eu não sei o que tinha no seu suco no almoço, mas você só pode estar delirando! — Jogo a lista sobre a mesa, rindo sem humor. — A menos que queira me fazer perder a Karla, porque isso não vai resultar em outra coisa!

Dafne revira os olhos e exaspera.

— Você realmente não entende nada! — Apanha a folha, verificando suas ideias como se fossem as mais brilhantes do planeta.

— O que eu sei é que decerto você está com esse papo de me ajudar para me ferrar, isso sim! — Sento na cadeira ao desmarcar o seu plano e cruzo os braços, satisfeito. — Não iria demorar muito para que eu sacasse o seu joguinho, machinho. Pensa que sou bobo? Que eu não iria colocar a cabeça para funcionar? Já saquei o seu caô, garota! Então faça o favor de desfazer essa marra!

— A teoria da conspiração! Dai-me forças para aturar essa loira! — Ela levanta as mãos para cima como se pedisse ajuda divina por eu estar azucrinando.

— Garotas gostam de serem tratadas bem, Dafne!

Ela franze o cenho e balança a cabeça, rindo para a si mesma, num misto de incredulidade e irritação com o que falo:

— Quem vê pensa que trata todas as garotas bem! — Dafne torce a boca e balança a perna, meio ressentida, segurando meu olhar, o que me faz desconversar pelo clima que se instala no ambiente.

— A sua ideia é uma furada! — Replico

— Então me diga por que as suas táticas não funcionaram até hoje? Vamos lá, senhor conquistador! Você é só mais um pateta que corre atrás da mesma garota desde o fundamental sem sucesso! — Ela sorri diante da carranca que faço. — Henrique, francamente, todo esse tempo que você ficou beijando o chão que a Karla pisa nunca adiantou de nada. A garota mal te olha na cara: admita!

O erro do cupido • Série Estúpida Paixão | LIVRO 01Onde histórias criam vida. Descubra agora