Capítulo 15

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ANTONELLA POV:

Depois que Gabriel tinha ido embora, me deitei, mas não dormi. Fiquei aguardando ele me dizer se chegou, só que isso não aconteceu. Quando estava quase me rendendo ao sono, um número desconhecido me ligou e eu me sentei assustada, para atender:

- Oi, Anto! Aqui é a Dhiovanna - meu coração gelou.

- Oi! Aconteceu alguma coisa? - ouvi um suspiro pesado dela do outro lado da linha.

- Então, o Gabriel sofreu um acidente! - me levantei rápido na cama.

- Como assim? Ele tá bem?

- Ainda não sabemos, estamos quase chegando no hospital! Se você quiser, vou te aviso!

- Vocês se importam se eu for para o hospital também?

- Não, claro que não!

- Tudo bem, vou dar um jeito de ir pra aí! Só me manda o endereço!

- Te envio por mensagem, pode ser?

- Pode sim! - eu disse abrindo a porta do meu guarda roupa.

- Tudo bem, qualquer coisa eu vou te avisando!

- Obrigada, Dhio! Até daqui a pouco!

- Até, Anto! - desliguei a chamada e joguei meu celular na cama, trocando a minha roupa por qualquer coisa tolerável.

Peguei minha bolsa e meu celular, depois de ajeitar meu cabelo, e procurei por um Uber.

- Meu Deus, me ajuda a conseguir uma corrida rápido hoje! - eu murmurei para mim mesma enquanto abria o aplicativo, sob o olhar atento de Maggie que já estava em sua cama.

Depois de quase uns vinte minutos ali, consegui que um motorista aceitasse a minha corrida, então desci e ele já estava me aguardando.

Não conversei muito, só passei o endereço do hospital enquanto minhas pernas se remexiam freneticamente. Eu não podia estar vivendo todo aquele pesadelo de novo!

Cheguei ainda muito nervosa no hospital. Paguei o Uber e adentrei na recepção. Olhei em volta e não vi nenhum conhecido. Droga, espero que eu consiga entrar!

- Boa noite! - eu disse para a recepcionista, que me olhou com um sorriso.

- Boa noite! Posso te ajudar?

- Acho que sim, eu queria visitar uma pessoa que está internada aqui! - ela assentiu e olhou para a tela do computador.

- Qual o nome do paciente?

- Gabriel Barbosa! - a recepcionista parou de digitar e me olhou.

- O que você é dele?

- Amiga?

- Olha, eu acho melhor você ir embora! Não é a primeira a vir aqui querendo ver o jogador!

- Mas... - ela me interrompeu.

- Prefere que eu chame os seguranças ou vai sair sem tumulto? - bufei, decepcionada. Peguei meu celular, pensando em ligar ou mandar mensagem para alguém.

- Antonella? - ouvi a voz da Dhiovanna e me virei, vendo ela se aproximar junto com o pai. Sorri singelamente e ela me abraçou de modo reconfortante, possivelmente vendo o meu estado - Gabriel 'tá bem, já até acordou!

- Ah, isso é um alívio! - dei um suspiro.

- Você quer ir lá ver ele?

- Bem, não me deixaram entrar! - disse e me virei discretamente para a recepcionista, que olhava toda a cena, com um pouco de rubor nas bochechas.

- Acho que é porque eles não tem conhecem, mas pode ir lá! Gabriel está a meia hora tentando convencer a mãe dele de que não está morrendo! - ri, depois do Valdemir comentar.

- Vou lá com você! - Dhio me disse, me guiando pelos corredores, enquanto seu pai ia pra lanchonete. Cheguei no quarto e observei a situação do Gabriel. Com um pé enfaixado e alguns curativos nos braços e no rosto.

- Olha quem eu achei! - a Dhio disse, fazendo com que Gabriel e Lindalva me olhassem. Ele estendeu a mão em minha direção e eu me aproximei dele, a segurando.

- O que aconteceu?

- Não sei bem, acho que um cara bêbedo furou o sinal! - engoli seco. Várias memórias se passaram na minha cabeça.

- Fiquei com medo de ter acontecido algo mais sério!

- Graças a Deus que não foi nada de mais! - Lindalva disse, secando algumas lágrimas e fazendo um carinho em minhas costas, quase que num abraço.

- Mãe, vai comer alguma coisa também! Antonella me faz companhia - concordei, assentindo.

- Você não quer comer alguma coisa, Anto? - Dhiovanna me perguntou e eu neguei.

- Não estou com fome, mas obrigada! - ela deu um sorriso e saiu com a mãe.

- 'Tá tudo bem? - Gabriel me perguntou, me puxando para sentar ao seu lado e analisando as minhas expressões.

- Estou, você não se machucou muito, então eu fico mais aliviada!

- Não sei, parece que você tá incomodada com algo!

- É, só... - engoli seco - Preocupação!

- Anto...!

- Eu sabia que não devia ter deixado você sair naquela hora!

- Não foi culpa sua, só daquele cara bêbedo que atravessou o sinal! - deslizou a mão pelo meu braço  - Eu tô bem, daqui uns 15 dias já vou estar treinando de novo e eu não 'tô nem aí pro carro, isso é o de menos! - disse num tom de brincadeira.

- Gabriel, isso é sério!

- Eu sei, morena! Mas eu tô bem não se preocupa! - funguei.

- Tudo bem! - ele me abraçou, fazendo carinho nas minhas costas.

- Posso te confessar uma coisa? - ele murmurou.

- Uhum!

- Enquanto estava vindo para cá no hospital, fiquei pensando que se eu tivesse, sei lá, morrido...! - me desfiz do abraço e o encarei séria - Se algo pior tivesse acontecido, eu não teria dito que amava as pessoas mais importantes na minha vida!

- E disse para a sua família?

- Sim, só faltou você! - o olhei com os olhos arregalados e ele riu - Ainda pode ser cedo, porque todo esse lance da gente talvez tenha uns dois meses, não sei bem, mas eu sei que você é uma pessoa muito especial em minha vida! - sorri.

- Você também é especial para mim, Gabriel! - ele entrelaçou nossas mãos - Muito mesmo!

Depois Que Te Conheci - G. BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora