Epílogo 7

2.4K 171 7
                                    

ANTONELLA POV:

- Por favor, meu Deus! - fechei meus olhos, respirando fundo para não chorar - Não seja o que eu estou pensando! - supliquei e sai do banheiro, pegando o meu celular perdido no sofá e procurando o número do Gabriel.

Mesmo sabendo que ele estava no treino, sabia que me atenderia, por isso liguei e depois de poucos toques, a chamada foi aceita:

- Oi, Anto! - era o Arrascaeta.

- Oi, Arrasca! O Gabriel 'tá por aí? - perguntei para o uruguaio, ouvindo ao fundo, a bagunça dos outros jogadores.

- Tá saindo do banho agora, vou passar pra ele! 

- Oi, amor! - Gabriel disse assim que pegou o celular.

- Eu acho que a gente vai ter que ir no médico! - a respiração dele ficou mais pesada.

- O que aconteceu? - não tinha mais vozes ao fundo, então supus que ele saiu do vestiário - As dores pioraram?

- Na mesma intensidade, mas... Mas estou com sangramento também! - senti o bolo se formar na minha garganta - Estou com medo de ter acontecido alguma coisa, Gabriel! - eu disse, já chorando.

- Calma, Antonella! - disse, mas não estava muito mais calmo que eu - Eu... Eu vou passar aí para te pegar e a gente vai até um médico, ok? Não se preocupa antes de saber ao certo!

- Tudo bem! - eu disse secando algumas das minhas lágrimas.

- Em trinta minutos eu estou aí!

- 'Tá, vou te esperar! - eu disse antes de desligar a chamada e fui lavar meu rosto. 

Troquei de roupa e ajeitei meus documentos numa bolsa e fiquei o esperando, que logo me mandou mensagem avisando que estava lá embaixo. Desci, adentrando no carro e Gabriel me deu um selinho e me olhou com uma cara preocupada.

- Não melhorou em nada?

- Não! - eu disse, colocando meu cinto E se... - Gabriel me interrompeu.

- Nem fica pensando nessas coisas, Antonella! - disse, saindo com o carro.

O percurso até o hospital foi silencioso, nem o rádio meu namorado quis ligar e eu tentava manter a minha atenção na estrada para não lembrar das dores e muito menos na possibilidade de eu ter perdido o meu filho.

Já no hospital, fizemos a ficha e logo fomos chamados para a triagem, que tratou o nosso caso com mais urgência, porque logo o médico nos acompanhou para fazer a ultrassonografia. A sala estava num clima pesado.

Gabriel segurava a minha mão e todos olhávamos para a tela que mostravam o meu útero. O médico mexia com o aparelho pra lá e pra cá na minha barriga, provavelmente procurando por algo e isso me deixava ainda mais apreensiva.

- Odeio ter que dizer isso, mas... - o médico começou dizendo e eu já imaginava o que viria a seguir, tanto que meu coração já se estilhaçava - Antonella, você sofreu um aborto espontâneo! 

Depois Que Te Conheci - G. BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora