Capítulo 12

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GABRIEL POV:

Entramos no Vitrinni de mãos dadas com Anto, enquanto ela tagarelava com a sua nova amiga e vizinha, Isis. Ela era legal e como eu não via a minha garota com muitos amigos, até tinha a tal de Luísa, mas era mais como uma colega de trabalho/faculdade do que amiga intima de Antonella. Então toda aquela interação das duas, eu achava que podia ser bom.

Chegamos no camarote e Arrascaeta já estava por lá. Ele me cumprimentou, o apresentei oficialmente para Antonella e a amiga dela, tal qual ele ficou meio nervoso e com uma cara bem assustada. Me lembraria de zoar com a cara dele em outro momento.

- Vou lá pegar uma bebida para mim, vocês querem algo? - perguntei, olhando para as meninas.

- Eu aceito uma cerveja! -Isis disse e eu assenti, logo olhando para Anto.

- Não quero nada por enquanto!

- Certeza? - assentiu.

- Você não bebe? - Arrasca perguntou para ela.

- Algumas vezes sim, mas hoje eu tenho que ficar atenta porque o meu motorista possivelmente vai encher a cara! - meu amigo riu e eu mostrei a língua para Antonella.

- Eu bebo socialmente, ok?

- Sei! - ela disse soltando a minha mão e se sentando com a amiga. Fui até o bar e peguei as bebidas, lá go voltando para onde as meninas e o Arrascaeta estavam.

- Não brinca? - o uruguaio disse, incrédulo - A única pessoa que eu conhecia naquele prédio era a velha que morava lá onde você está morando agora! - disse olhando pra Isis - Mas eu só conhecia ela também porque ela batia no meu apartamento direto, falava que eu ouvia música muito alto e assustava os gatos dela! - as meninas riram.

- Música... Sei! - comentei, brincalhão e recebi um chute dele. Me sentei ao lado da Anto e ela me recebeu com um beijo no rosto e se aconchegou em meu braço - Fiquei dois minutos longe e é assim que sou recebido? - eu disse pra ela, que riu.

- Isso tudo é drama ou carência?

- Um pouco dos dois! - disse e ela colocou a sua mão sob o meu rosto e se aproximou para me dar um beijo mais generoso.

Depois disso ela se acomodou novamente entre meus braços, voltando a conversar com os outros dois. Acabei participando do bate-papo também enquanto tomava algumas bebidas, sobre olhares de Antonella.

Um tempo depois, olhei no relógio do celular e já era quase uma da manhã. Não tinha percebido que a hora tinha passado tão rápido assim.

- Meu bem, estava afim de ir embora! - comentei próximo ao ouvido dela.

- Já?

-  Tô cansado! - ouvi sua risada.

- Nossa, achei que você era mais festeiro!

- Eu? Até era, mas prefiro ficar com a minha gata! - ela riu,  negando com a cabeça.

- Tudo bem, vamos nos despedir! - ela disse se levantando - Nós estamos indo! - ela disse se aproximando dos novos amigos.

- Sério? - Arrasca disse, olhando de soslaio para Isis.

- É, já tá um pouco tarde!

- Tem razão! - Isis disse se levantando e pegando sua bolsa.

- Se quiser, eu levo você depois! - Arrasca disse para ela e eu dei uma risada baixinha, levando uma cotovelada da Antonella.

- Ah! - Isis olhou para a amiga, como se pedisse a opinião dela. Não sei bem o que elas falaram sem dizer nenhuma palavra, mas a troca de olhares definiu tudo - Pode ser então, se não for atrapalhar!

- Não vai não! Senta aí que te pago mais uma cerveja! - o uruguaio disse e apontou para onde a menina estava há segundos.

- Bom, então nós vamos indo! - Antonella disse por fim, se despedindo dos dois - Cuidado na hora de voltar!

- Fica tranquila! - Arrasca disse a abraçando e Isis fez o mesmo.

- Tchau, parça! - estendemos nossas mãos e Arrascaeta se aproximou para falar comigo.

- Se protejam! - disse risonho.

- Não vamos fazer isso que está pensando!

- Bom, mas se resolverem: usem proteção!

- Cala a boca, Arrascaeta! - eu disse e ele riu, voltando a sentar. Isis me deu tchau também e eu peguei novamente na mão de Antonella, indo pra fora da boate.

- Me dá as chaves! - pediu à mim, assim que chegamos no carro.

- Você sabe dirigir?

- Sei sim!

- Você nunca me disse isso!

- Não é o tipo de coisa que se diz quando se estar entre beijos com alguém! - ri e tirei as chaves do bolso.

 - Cuidado como o meu neném! - foi vez de Anto gargalhar.

- Relaxa, não vou bater o seu "neném"! - disse indo para o outro lado e entrando no carro e eu entrei no lado do carona, colocando o cinto.

- Acho que estamos passando muito tempo juntos que meu deboche está te infectando também! - ela deu um sorrisinho de lado. 

- Para onde vamos, Senhor?

- Pra minha casa, assim amanhã você já fica para fofocar com a minha mãe e a Dhiovanna! - comentei, rindo e colocando o cinto.

- É, vai ser bom estar em boa companhia! - disse ligando o carro e soltando o freio de mão, saindo.

- Eu vou fingir que nem ouvi essa provocação! - disse ligando o rádio, ouvindo antes a risada dela. Me ajeitei no banco e fiquei observando ela dirigir com toda a atenção do mundo - O que mais você esconde? - perguntei e ela ficou sem entender.

- Como assim?

- Por exemplo, eu não sabia que você dirigia, então o que mais você nunca me contou?

- Ah sei lá, muitas coisas!

- Tipo o que?

- Também sei pilotar, mas não gosto muito!

- Eu gosto, em Santos eu costumo usar mais a moto do que aqui! - ficamos um instante em silêncio - Mais o quê?

- Sei lá, Gabriel! Minha vida não tem muita graça!

- Como foi sua infância? Já quebrou um braço, uma perna? - ela deu uma risada.

- Eu não era o tipo de criança bagunceira mas já quebrei o pé uma vez!

- O pé? - ri - Como você conseguiu isso?

- Ah, ele ficou preso em algum lugar e nem eu e nem meu irmão conseguimos tirar, foi uma luta que só! - ri.

- E você disse que não era bagunceira! - ela deu um sorrisinho, mas não disse mais nada, até porque já estávamos no meu condomínio. Ela deixou o carro na garagem e saímos.

Chegamos na casa dele em completo silêncio ou pelo menos tentando fazer silêncio, já que acabei tropeçando no tapete da sala e quase derrubei a mesinha com algumas decorações e depois ainda acabei batendo a porta do meu quarto. Antonella prendia o riso.

- Se você tentasse fazer mais barulho, acho que não conseguiria!

- Estava tudo escuro, não tive culpa!

- Ainda bem que não deixei você dirigir!

Depois Que Te Conheci - G. BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora