Capítulo 1

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ANTONELLA POV:

Com meus sapatos em mãos, fui andando com certa dificuldade, passando por um monte de pessoas, enquanto o meu tornozelo doía um pouco. Maldito salto! Murmurei, desviando de muitos bêbados até que avistei um lugar para sentar e então fui na direção da cadeira. 

Suspirei aliviada ao descansar meus pés, com meus olhos fechados ouvia a batida eletrônica, tentando relaxar um pouco, até que senti alguém tropeçar em meu pé e logo um líquido gelado bater em meu rosto. Só posso ter jogado pedra na Cruz! 

Respirei fundo umas 3 ou 4 vezes seguidas, tentando me acalmar. Abri meus olhos pensando em surtar, mas eu quase congelei quando vi Gabigol na minha frente, segurando o riso.

- Foi mal! - ele disse, me estendendo um guardanapo que pegou na bancada próxima à ele. Me levantei, pegando o papel de sua mão e passando pelo meu rosto e no inicio do meu decote, sob olhar do jogador.

- Não foi totalmente culpa sua! - eu comentei, tentando não fazer muito contato visual com ele, assim evitando que minhas pernas fraquejassem. 

- Mas meio que você levou a pior! - disse me entregando mais guardanapos. Ficamos um tempo em silêncio, com eu miseravelmente tentando me limpar.

- Então a fofoca era verdadeira! - comentei para quebrar o silêncio entre a gente e ele me olhou curioso.

- Que fofoca?

- Que você estava aqui na Vitrinni hoje! - sorri.

- E isso te interessou? - me olhou, com um sorrisinho de lado, mas eu não respondi logo, porque meio que não sabia o que responder, então ele foi mais rápido - Você quer subir no camarote? Quer dizer, lá eu posso conseguir uma toalha ou algo do tipo pra você, se quiser!

- Não, obrigada! É melhor eu ir embora, antes que mais algum desastre aconteça! - ri, me levantando e peguei minhas sandálias, com o salto quebrado, fazendo Gabriel rir.

- Então hoje foi a "sua noite"? - fez as aspas e nós rimos.

- Pode acreditar que sim! - dei um sorriso.

- Posso te dar uma carona, se quiser!

- Não precisa, vou de Uber!

- Certeza? Numa hora dessas, os preços de uma corrida devem estar bem caros, fora que é perigoso! - disse sério e eu acabei rindo da sua cara e logo sua risada preenchia meus ouvidos, apesar de toda a música alta.

- Relaxa, não precisa se preocupar e tentar se redimir por ter derramado bebida em mim! Aproveita a sua noite e esquece o lance da cerveja. Não foi nada de mais! - ele deu um sorrisinho e abriu a boca, parecendo que ia dizer algo a mais, porém, eu apenas acenei e fui andando para a saída, mancando. Meu Deus, que vergonha!

Quando eu finalmente consegui chegar no lado de fora do Vitrinni, mandei mensagem para os meus amigos, avisando que já estava indo e fui pedir um Uber e na real, Gabriel tinha razão: o preço estava altíssimo. 

- Puta que pariu! - resmunguei mais uma vez naquela noite. Acho que eu já tinha perdido a conta de quantas vezes eu havia feito aquilo somente hoje!

Esperei mais alguns minutos e quando um Uber apareceu, com um preço considerável, eu pedi e logo minha corrida foi aceita. Enquanto o carro não chegava, fiquei pensando na merda que eu tinha feito. Quer dizer, eu poderia ter ido pra casa com o Gabigol, G-A-B-I-G-O-L!  E agora eu estou aqui, prestes a entrar num carro de um total desconhecido, altas horas da noite, no Rio de Janeiro! Enfim, eu e a minha mania de se fazer de difícil! 

O Uber chegou e eu fui, mesmo morrendo de medo. O moço me cumprimentou e eu passei o endereço. Fora a música que tocava no rádio bem baixa, a viajem foi silenciosa. E quando ele parou em frente ao meu prédio, meu coração acalmou.

Depois de pagar, eu sai meio correndo, meio mancando para dentro, pegando o elevador e agradecendo mentalmente por finalmente estar chegando em casa. Abri a porta do meu apartamento, morrendo de rir por Maggie, a minha cachorrinha já estar sentada lá, me esperando.

- Sentiu minha falta, meu amor? - eu disse com uma voz de bebê e a cadela pulou na minha perna e eu passei minha mão livre pela sua cabeça, ganhando lambidinhas como retribuição pelo carinho. Ri, trancando a porta e joguei meu salto num canto - Tenho que lembrar de jogar ela no lixo amanhã! - eu comentei para mim mesma, fazendo uma nota mental, enquanto Meg andava atrás de mim.

Guardei minha bolsa e deixei meu celular em cima da minha cama. Maggie foi se deitar e eu peguei meu pijama, indo direto para o banheiro. Fui tirar minha maquiagem e me assustei no quanto ela estava estava borrada.

- Não acredito que conheci o Gabigol com essa cara de dragão, puta merda, hein! - resmunguei, mas logo cai na risada - Hoje foi o dia!

Depois Que Te Conheci - G. BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora