Epílogo 9

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ANTONELLA POV:

Lindalva olhou para a minha cara bem desconfiada quando Gabriel comentou que eu não estava me sentindo muito bem nessa manhã.

- Começou a passar mal hoje?

- Desde ontem de madrugada, porque o Gabriel e o Arrascaeta resolveram fazer aquele tal de chimarrão e não me desceu muito bem não! - comentei para a minha sogra, que ainda me olhava e soltou um risinho.

- Tem um remédio muito bom pra enjôo, mas acho que não tenho aqui, teria que ir na farmácia!

- Me fala o nome que eu vou lá rapidinho, mãe! - Gabriel disse e ela assentiu, falando o nome enquanto meu namorado anotava no celular.

- Antes de você ir... - chamou a atenção do filho - Preciso perguntar uma coisa para vocês!

- Tô até com medo! - comentei, brincando e Gabi concordou, rindo comigo.

- Vocês voltaram a tentar? - Lindalva nós questionou e já entendi o que ela quis dizer.

- Voltamos! - meu namorado respondeu e o rosto da mulher na nossa frente se iluminou.

- Já pensaram que talvez vocês já tenham conseguido?

- Não sei! - comentei, olhando para a cara o Gabriel, que agora me analisava - Quer dizer, o enjôo começou depois daquele negócio horrível que vocês me fizeram beber... - Gabriel riu.

- Mas é muito bom, amor!

- Não é não! - fiz cara de nojo e eles riram. Só de lembrar, meu estômago revirava ainda mais - Fora isso não tem mais nenhum outro sinal! - e não tinha mesmo, pelo menos até o meio da próxima semana, porque era o dia da minha menstruação descer e se ela atrasasse, podia ser um bom sinal.

- Tudo bem, acho que me precipitei um pouco! - minha sogra riu e voltou a tomar o seu café.

- Relaxa, mãe! A gente sempre pensa assim também quando Antonella passa mal! - ele comentou e eu concordei, rindo - Vou lá na farmácia e já volto! - me deu um beijo na bochecha e saiu.

- Como está indo as coisas no trabalho, Anto?

- Está indo tudo bem! - contei a ela sobre algumas coisas que tinha feito na clínica esse último mês e ela morreu de rir quando eu contei que um cachorrinho tinha fugido da sala de observação e só encontramos ele alguns minutos depois no nosso estoque de ração.

Ficamos alguns minutos conversando até que o pai do Gabriel acordou e veio tomar café.

- Mas que surpresa boa! - disse me abraçando - Cadê seu grude? - perguntou do filho e eu ri.

- Foi na farmácia, já deve estar voltando!

- Quem está doente?

- Eu, só um enjôo! - Valdemir me olhou da mesma cara que minha sogra tinha me olhado antes - Não cria expectativa, por favor! - pedi, rindo e expliquei novamente toda a situação.

- Tudo bem, foi mal! - se sentou para tomar café e logo ouvimos a porta abrir e o Gabriel apareceu ali na cozinha logo em seguida.

Ele me entregou a sacola e foi abraçar o pai, que não via há algumas semanas. Eles tinham vindo ao Rio na noite de ontem e hoje iríamos passar o dia aqui com eles.

Abri a sacola e Lindalva já tinha até me entregado um copo com água. Vi que também tinha dois testes de gravidez ali e eu olhei diretamente para Gabriel, que acabou soltando um risinho sem graça.

- Eu estava lá e pensei: "Por quê não levar e tirar a dúvida de todo mundo?" - deu um sorriso amarelo e eu tomei o remédio e me levantei.

- "Tá bom, mas se for negativo... - minha sogra me interrompeu.

- Sem expectativa, só dúvida!

- Ok! - suspirei e caminhei para o banheiro mais próximo, com Gabriel no meu encalço.

Entrei, fiz todos os procedimentos e abri a porta para meu namorado também entrar e aguardar os cinco minutos passarem. Ele me abraçou e eu engolia seco, tentando não olhar se tinha ou não os míseros dois risquinhos. Não quero me iludir.

- Anto... - Gabriel sussurrou a primeira palavra depois de alguns minutos em completo silêncio.

- Hum?

- Dois risquinhos é o que mesmo? - me desfiz rápido do abraço e olhei para os dois teste ali na pia, sem acreditar no que eu via.

- Gabriel... - minha voz estava trêmula, assim como minhas mãos.

- É positivo? - assenti e ele sorriu, me abraçando. Ouvimos batidas na porta.

- E aí, gente? Estamos curiosos! - era Valdemir.

Gabriel me deu um beijo e nos desfizemos do abraço para ele abrir a porta. Acho que só pela nossa cara, eles já tinham entendido o que tinha acontecido e agora era mais dois chorando.

- Eu sabia! - Lindalva comentou, me abraçando e me dando vários beijos na bochecha, o que me fez rir - Vai dar tudo certo dessa vez, fica tranquila! - assenti e a abracei mais forte.

- Gente! - Dhiovanna passou por nós, com uma cara de sono misturada com confusão - Por quê vocês estão chorando?

- Acontece, Dhio, que você é a mais nova titia do pedaço! - Gabriel comentou e eu ri da cara de choque dela.

- Vocês estão zuando, né? - negamos com a cabeça. A partir daí, mais uma chorona e eu ainda estava sem acreditar. Eu só peço a Deus, que dessa vez tudo dê certo!

Depois Que Te Conheci - G. BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora