Capítulo 26

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GABRIEL POV:

Reconheci alguns colegas de Antonella saírem da faculdade, mas nenhum sinal dela. Mandei mais umas mil mensagens e nem foram entregues. Algum tempo depois vi Isis saindo, conversando com algumas pessoas, mas logo ela seguiu caminho sozinha, passando perto do meu carro. Abaixei o vidro.

- Isis? - a chamei e ela se aproximou, me olhando sem entender muita coisa.

- Oi, Gabriel!

- Você viu a Antonella?

- Não, hoje eu não vi ela!

- Estou tentando ligar, mas ela não atende e nem responde as minhas mensagens!

- Bom, eu acho que ela nem veio na faculdade hoje, pelo o que eu ouvi alguns comentários... Você deve imaginar porque o assunto do dia é vocês dois!

- Hum! - bufei, um pouco irritado - Tudo bem, ela deve ter ficado em casa! - Isis assentiu -Está indo pra casa?

- É, eu 'tô!

- Entra aí! - ela titubeou um pouco, mas entrou - O Arrasca não vai achar ruim! - comentei, rindo e vi ela ficar corada. Sai com o carro.

- Então... - coçou a garganta - A Anto está bem?

- Provavelmente não! Esse lance de sair na mídia não estava nos nossos planos por agora!

- Imagino! Estava lendo alguns comentários e são bem pesados!

- É, eu sei! Nessas horas eu queria ser só o Gabriel e não o Gabigol! Ela não merece passar por tudo isso! 

- Ninguém, mas tenho certeza que vocês vão superar!

- Espero! - disse, focando na estrada, até que chegasse no prédio de destino. Estacionei na garagem e pegamos o elevador.

- Obrigada pela carona! - ela disse, já perto de eu sair. Assenti.

- Mande um abração para o Arrasca! - ri e ela me mostrou um dedo do meio.

- Vai se ferrar, Gabriel! - disse e eu sai do elevador, rindo um pouco. Bati na porta da casa da Antonella e até escutei as patas da Maggie no chão e o seu latido. 

Toquei na porta novamente e só depois de um tempo que a porta foi aberta. Reparei em seu rosto todo vermelho. Tirei as mãos do bolso e me aproximei dela. Sua cachorrinha estava parada ao lado dela, sentada, observando tudo. 

- Como você está? Passei na faculdade hoje pra te pegar e a Isis comentou que nem te viu hoje! 

- Não quis ir! - disse entrando na casa. Passei pela porta e fechei a porta, a seguindo corredor a dentro.

- Está tudo bem?

- Só estava com enxaqueca, por isso não fui!

- Você precisa de algum remédio ou algo do tipo? - disse vendo ela se deitar e se cobrir toda.

- Não, já estou bem!

- Não está não! Você está toda coberta e lá fora está um mormaço que só! - disse me aproximando e vendo ela um pouco quente - Você está com febre, Antonella! - ouvi ela resmungar e eu fui até a cozinha, procurando algum remédio.

Achei uma caixinha com alguns medicamentos, peguei os analgésicos e água, levando para ela. Depois que Antonella tomou os remédios, se deitou novamente e eu me sentei próximo ao seu lado, alisando seus cabelos, que estavam um pouco suados.

- Gabriel... - a voz dela falhou - Eu quase morri naquele ônibus hoje e pra piorar um monte de gente nem queria ser atendido por mim lá na clínica, por isso me mandaram ficar em casa até a poeira abaixar! - me confessou, depois de um tempo que estávamos em silêncio.

- Me desculpa, é tudo culpa minha!

- Você sabe que não é! As pessoas são bem cruéis quando querem! - assenti, observando seu olhar se perder, como se o seu pensamento estivesse distante.

- Eu só queria que as coisas fossem diferentes com você! - suspirou e fechou os olhos.

- Eu amo muito estar com você, mas toda essa merda 'tá acabando comigo, Gabriel! 

- Depois de um tempo, tudo isso passa!

- E se não passar? 

- Eu não sei, Antonella! Só sei que quero estar do seu lado.

- Eu não sei se consigo! - fechou os olhos com força.

- Como assim?

- Eu preciso de um tempo para eu tentar me situar um pouco! - suspirei fundo e meu coração errou a batida.

- Olha, por quê você não toma um banho e eu vou pedir alguma coisa para gente comer? Conversamos sobre isso em outra hora, quando você estiver mais calma, tudo bem? - ela assentiu - Não quero que tire conclusões precipitadas, não quero te perder, Antonella! - disse a olhando.

- Ok! - suspirou, se levantando.

- Antes... - segurei seu braço - ...Só queria que soubesse que estou disposto a passar por tudo isso junto com você e que você é a mulher que eu mais amo em toda a minha vida! Queria não ter toda essa atenção em cima de mim, assim quem sabe você não estaria pensando em desistir da gente! - eu disse e ela engoliu seco. Mas não esperei, na verdade, sabia que não teria uma resposta.

Então eu saí. Saí do quarto dela, mas eu não iria sair da vida dela. Não queria, pelo menos!

Depois Que Te Conheci - G. BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora