Capítulo 23

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ANTONELLA POV:

Depois de um manhã conturbada, resolvi que era melhor ir para casa antes da hora. Yuri iria fazer um atendimento em domicílio e aproveitei para pegar uma carona até meu apartamento.

- Quando achar que pode voltar, estaremos te esperando... Só não demora muito, Antonella! - ele disse, antes de eu sair do carro.

- Ok! - disse quase num sussurro e fechei a porta do automóvel. Subi pelo elevador dei graças a Deus quando estava em frente a minha porta.

Maggie não esperava que eu estivesse casa tão cedo, por isso demorou para ela pular mas minhas pernas, pedindo carinho.

- Hoje vai ser você e eu, o dia inteiro! - eu disse para ela, já que mediante ao que tinha acontecido mais cedo, estava resolvido que não iria na faculdade - Lá fora está um caos! - comentei e ela ficava me olhando e me seguiu por todo o apartamento até que eu fosse para o banheiro. Tomei um banho frio bastante demorado, para tentar aliviar toda a tensão que tinha no meu corpo.

Após sair do banheiro, fechei as cortinas e fui me deitar porque minha cabeça latejava muito e o meu estômago revirava.

A cachorrinha subiu na cama e deitou ao meu lado, me analisando. Fechei meus olhos, mas a minha mente estava a mil, não iria descansar fácil, mesmo com a enorme enxaqueca.

Peguei meu celular e vi que minhas redes sociais estavam lotadas de mensagens, bem "agradáveis". "De onde é essa puta?", "Só pode estar querendo fama e o dinheiro do Gabi!", "Mais uma para a lista do Gabriel!", "Tantas minas no mundo e o Gabriel escolhe uma estudante de veterinária... Piada!" e outros milhões de comentários que diziam coisas estúpidas sobre quem eu era ou que eu fazia, ou sobre a minha aparência e mais um monte de comparações com as ex-namoradas do jogador. Eles pegavam pesado e eu não me achava forte o suficiente para aguentar esse montão de comentários negativos... Novamente!

Os comentários negativos na internet enchiam a minha cabeça e agora ela parecia que ia explodir. Cada um deles me lembrava a minha vó me desmerecendo, me fazendo com que eu não me sentisse suficiente para nada, que não era suficiente para estar com o Gabriel.

Depois que os meus pais morrerem, meus avós cuidaram de mim e do Afonso, só que a minha avó tinha um obsessão por controlar as nossas vidas. Ela pegava bastante no meu pé quando o que eu fazia, não era o que ela queria.

Larguei o celular, porque já não conseguia ver nada, minhas lágrimas atrapalhavam toda a minha visão. Meu coração estava acelerado, me sentei na cama rápido, tentando controlar a minha respiração.

Por anos tentei fugir de me sentir assim, fugi da minha avó, mas agora toda aquela sensação ruim, voltava à tona e eu não tinha mais pra onde ir.

Ouvi Maggie também chorando e se deitando no meu colo, me olhando. A abracei, só um pouco mais calma enquanto lutava para que as gotas parassem de escorrer pelo meu rosto.

- Obrigada, meu neném! - disse fazendo carinho nas orelinhas dela.

Fiquei ali com a cachorrinha por bastante tempo e só me deitei quando senti meus olhos pesando. Nos acomodamos e eu esperava que tudo fosse só parte de um pesadelo e que quando eu acordasse, seria só Gabriel e eu, de verdade. Mais ninguém! 

Depois Que Te Conheci - G. BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora