GABRIEL POV:
Depois de uma madrugada turbulenta, recebi alta um pouco depois do almoço e nós todos fomos para a minha casa. Fui recebido por Rosa, agitadíssima, o que me fez rir.
- O que você foi arrumar, Gabi? - ela disse, me abraçando de modo desajeitado.
- Foi só um susto, mas estou bem agora, Rosinha! - disse dando um beijo na sua bochecha - Cadê a Antonella e a Dhiovanna? - perguntei enquanto Fabinho e meu pai me ajudaram a chegar na cozinha.
- Já estão na cozinha esperando para almoçar! - Rosa disse um pouco na minha frente. As duas tinham saído do hospital mais cedo para irem no apartamento da Anto, ela precisava pegar umas roupas e algumas coisas para passar o dia com a gente, depois que a minha mãe insistiu ao ver o estado que ela estava. Realmente toda essa história do acidente tinha mexido muito com ela.
- Vai ter que ficar em esse negócio no pé por quanto tempo? - Rosa me perguntou, enquanto se sentava para comer também.
- Uma semana, talvez um pouco mais, não quebrou então vai ser mais rápido a recuperação! - ela assentiu depois que eu falei.
Eu comia com muita vontade, porque odiava comida de hospital, mas do meu lado Antonella mal tocava no prato.
Apenas a minha família falava enquanto eu coloquei minha mão sob a perna de Antonella e ela colocou a dela por cima da minha, entrelaçando nossos dedos.
Depois de um tempo, todos acabaram de comer, alguns foram para a sala, mas fiquei ali com Antonella e Rosa, enquanto a minha garota pedia desculpas para a mais velha por não ter comigo tudo, alegando que estava com fome.
- Não se preocupa com isso! Toda esse clima de tensão deixa a gente meio chocha, né? - Rosa disse e Antonella riu.
- Vou te ajudar com os pratos! - disse se levantando.
- Nada disso! - a impediu - Esse é o meu trabalho! Pode ir descansar um pouco, cuidar do Gabi! - deu um riso e eu acabei rindo também. Antonella me olhou, com as bochechas coradas.
- Tudo bem então!
- Pode me dar uma mãozinha? - perguntei para ela, que vinha na minha direção. Ela sorriu e me ajudou a levantar.
- Quer ir aonde?
- Vamos ficar lá na varanda um pouco, tô precisando de vitamina D! - comentei, brincalhão e ela soltou um riso fraco.
Meus pais assistiam TV enquanto Fabinho e Dhiovanna estavam no celular. Passamos pela sala e chegamos na varanda. Ela me ajudou a se sentar e ficou sentanda ao meu lado, me olhando.
- O que tá pensando?
- Nada, só que é bom estar aqui com você! - sorri e segurei sua mão, levando até a minha boca e dando um beijo ali.
- Também é sempre bom estar com você! - ela sorriu e ficou quieta novamente - Um beijo pelos seus pensamentos! - ela riu e me olhou novamente.
- Só estou cansada, foi um final de semana agitado!
- É, tem razão! Uma hora dessas, já estaria indo para o Maracanã!
- Vai ter que se acostumar a ficar de molho por um tempo, Gabi! - fiz uma careta.
- É, tem razão! - a olhei, com um risonho no rosto - Pelo menos não foi por conta de cartão! Se não os torcedores iriam me xingar e você não iria querer me ver nem pintado de ouro! - ouvi a risada gostosa dela.
- Ainda bem que você sabe! - sorri. Ficamos mais um tempo ali, apenas trocando carinho.
Só entramos quando estava próximo de iniciar o jogo. Todos nós nos ajeitamos na sala para assistir o Flamengo, todos juntos.
Nós xingamos bastante ao longo do jogo, enquanto Antonella permanecia em silêncio, com a cabeça encostada em meu peito.
- Pedro tá um nojo! - comentei, vendo mais um gol do meu colega.
- E foi um golaço! - meu pai disse, vendo o replay. Sorri, ao ver que mais uma vitória se encaminhava muito bem.
- Mais três pontinhos para a conta! - eu disse quando o juiz apitou o fim da partida.
Fiquei conversando com Fabinho e meu pai sobre o jogo enquanto as mulheres sairam para a cozinha. Tempo depois, nos chamaram para jantar. Então comemos e como o cansaço bateu, resolvemos nos deitar mais cedo. Antes das oito, toda casa estava silenciosa, exceto pela garota ao meu lado e agora eu.
Vi Antonella se remexer na cama pela milésima vez até que por fim, ela se levantou e ficou próximo à janela, observando lá fora. Me acomodei na cama, sendo percebido por ela.
- Te acordei?
- Já estava acordado! Está tudo bem com você?
- Está, só não consigo dormir!
- E o que tem tirado seu sono? - a observei caminhando em direção à cama novamente.
- Nada! - disse num sussurro.
- Antonella, sabe que pode confiar em mim! - disse alisando suas costas, só daí percebi que ela estava chorando. Me ajeitei para ficar mais perto dela e dei um beijo por trás em seu pescoço, afastando algumas mechas do seu cabelo - Desde que você chegou naquele hospital, tem estado aérea e quieta demais!
- Já conversamos sobre isso, Gabriel! - disse entre soluços.
- Mesmo assim! Você tá chorando, Anto! - a fiz deitar ao meu lado. Ela ficou um tempo chorando e eu a olhando, alisando seu rosto, tentando fazê-la se acalmar. Um tempo depois, ela respirou fundo e colocou suas mãos sobre o rosto.
Quando destampou o rosto, tentando ficar mais calma, ela me olhou no fundo dos meus olhos, mesmo com a pouco claridade que vinha da janela.
- Eu... Eu perdi meus pais num acidente de carro! - prendi a respiração diante sua confissão.
- Você quer me contar mais sobre isso? - ela assentiu e se virou para mim. Sequei algumas lágrimas que insistia em escorrer pelo seu rosto delicado - Tudo, bem, eu estou disposto a ouvir!
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Depois Que Te Conheci - G. Barbosa
FanfictionGabriel Barbosa sempre gostou muito de curtir sua solteirice, mas o que acontece depois que ele conhece Antonella?