— Bom dia crianças.
Dou um pulo ao ouvir o som do chamado que vem acompanhado de passos rápidos, Virgo me aperta se encolhendo e fico por alguns momentos com receio de abrir os olhos, a claridade invade o quarto e me deixa com um pouco de receio.
Ele se ergue primeiro e depois me ergo, olho para o rumo da mesa e vejo Azula colocando diversas tigelas e potes com comida, sinto o cheiro forte de café e ao abrir bem os olhos espio através da janela o jardim lá fora, tudo tão claro e diferente do que já vivi em toda a minha vida que acabo por sorrir.
— Bom dia minha mãe — Virgo diz à contragosto.
Seguro as pontas dos lençóis e os puxo me envolvendo neles, saio da cama analisando os jardins extensos, o sol através dos escudos que são transparentes e além disso toda a metrópole de Sonora que está completamente silenciosa.
— Durante o dia é mais silencioso aqui em cima, vai se acostumar — Azula explica. — Venham, tenho que repassar a agenda desta semana a afazeres.
Seguro as pontas do lençol junto dos seios e me aproximo da mesa, Azula me olha de cima abaixo com um sorriso até gentil, Virgo se senta e me puxa para seu colo fazendo com que me sente de lado, sinto minhas bochechas esquentando.
— Senhora, antes que iniciemos o desjejum, poderia me dizer se tem como me arrumar navalhas para que eu possa fazer minha higiene matinal? — indago.
— Não haverá necessidade, seus cabelos devem crescer normalmente — ela responde. — Espero que tenham tido uma noite agradável.
— Ela quer saber se fizemos sexo a noite toda — Virgo diz e pega uma xícara de café.
— Será que fizemos muito sexo? — pergunto e pego uma xícara para mim. — Em pé? Deitados? dentro do tanque? fora do tanque e nesta mesa?
Azula me lança um olhar bem-humorado, olho para Virgo vendo-o sorrir e o abraço colocando um beijinho suave em seus lábios.
— Você gostou? — indago tão apaixonada que até eu duvido.
— Não consumaram o ato — Azula alega estreitando os olhos.
— Ah, você estragou a nossa surpresa — Virgo replica com um tom de deboche bastante ferino.
— Devem consumar o casamento — Azula fala bastante incisiva.
— Eu não quis consumar sem a benção dos meus pais, Virgo não tem culpa — pego um pedaço de pão e mordo, mastigo.
— Seus pais devem ter se sentido muito felizes de saber que se casou, imagino que pensem que ganhou um grande prêmio — insinua ela cruzando as pernas por baixo da túnica longa que usa.
— A senhora prometeu — Virgo alerta lançando um olhar duro para ela.
— Eu admiro muito o amor que tem pelo meu marido, minha sogra, de fato, ele é um prêmio — respondo.
— Não consigo acreditar que se apaixonou tão rápido pelo meu filho se é isso o que você pensa — os olhos dela se tornam ainda mais cheios de sarcasmo. — Imaginei inclusive que fugiria para não ter que se casar e vir para cá.
— Não faria isso com o Virgo — não antes de conseguir o que eu quero. — Ele é o pai do meu filho.
— Se continuarem a se evitar assim não vai sobrar nenhuma chance para terem um filho — as sobrancelhas dela sobem e descem com certa ironia.
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Evergreen
General FictionUma conveniência imposta por uma regra social obrigatória, um mundo onde não há amor maior do que o que podemos cultivar pelas leis. Hielena é a escolhida para se casar com o temido ministro Virgo, o homem de capa preta, mas seria ela corajosa o suf...