— Precisa acordar para se alimentar.
A cada palavra que ele diz, um beijo é depositado nas minhas costas, um sorriso espontâneo surge nos meus lábios, algo do qual é motivado, mas que também é a coisa mais verdadeira que poderia ter vivenciado em minha vida.
Eu nunca poderia imaginar que fazer amor fosse algo tão gratificante, porém, também nunca pensaria que isso poderia ser cansativo, acabei por adormecer entre os braços dele, me aninhei ao seu corpo como algum animal se aninha ao outro.
— Talvez se eu a persuadir... — diz ele baixinho enquanto coloca outro beijinho suave, mas agora na minha nádega.
— Persuasão — respondo e me viro na cama, abraço o lençol puxando-o para frente do meu corpo. — De que forma poderia ser, meu esposo?
Estou preguiçosa, confesso, gostaria de continuar a dormir, não sei se devido a viagem ou aos últimos acontecimentos, a verdade é que estou de fato cansada. Virgo se senta exibindo um copo com chá e toda a sua nudez com naturalidade, costelas amplas que emolduram a figura grande, coxas largas, braços cumpridos e ombros que acompanham a largura ideal de um Adônis que eu nunca tive o prazer de ver pessoalmente.
Obviamente que ele nunca passou perto de algum campo subterrâneo ou estufa, nada que o lembre de como é pegar sacas e sacas de terra e adubo, de como é manusear ferramentas tão hostis de um pasto, mas me sinto de fato curiosa para entender o que daria a Virgo uma forma tão concreta.
Ignorei muitas coisas porque o detestava, abominava a ideia de me casar com ele, mas agora estamos aqui e apreciar ele é algo do qual estou aprendendo a fazer.
— Tantas quantas poderia contar nos dedos — responde de um jeito charmoso e gentil, depois ele sorri. — Fiz chá e uma salada de folhas e frutas, tem proteína também.
— Eu estou com sono — bocejo e abraço um travesseiro. — Você não?
— Estou, mas estou com mais fome — ele diz e me observa de cima abaixo bem devagar.
— Ah, não, de novo não, agora não — nego com a cabeça e me ergo saindo da cama.
Ele ri, é claro, quer me provocar, mas acho que ele sabe que o sexo além de ter sido muito satisfatório também é um pouco cansativo, sem falar que ainda há algo do qual precisamos resolver.
— Não te agradei na cama?
Que pergunta mais curiosa! No mínimo intrigante.
Eu o encaro e Virgo carrega mais uma vez um pouco de vergonha no olhar, obviamente que ele nunca poderia imaginar a forma como me sinto quando estamos na cama, mas eu poderia sentir tudo, menos falta de prazer quando estamos aqui.
— Claro que agradou, meu esposo.
— Minha mãe disse que é importante que você sinta prazer e que se sinta confortável, sei que é o mínimo que posso fazer para tornar nossas relações um pouco menos dolorosas para você.
— Incomodou um pouco, mas estou bem.
Dou a volta na cama e estendo a mão, Virgo aceita e fica de pé, abro os braços e o enlaço-o pelo tronco, olho para cima e ele se inclina colocando um beijinho suave nos meus lábios.
— Está mesmo tudo bem? — indaga entre o beijo. — Você fez xixi durante e relação, será que te machuquei?
— Xixi? — questiono e começo a ficar completamente envergonhada.
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Evergreen
General FictionUma conveniência imposta por uma regra social obrigatória, um mundo onde não há amor maior do que o que podemos cultivar pelas leis. Hielena é a escolhida para se casar com o temido ministro Virgo, o homem de capa preta, mas seria ela corajosa o suf...