Cap 31 - O MAIS PURO TERROR

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CAP 31 – O MAIS PURO TERROR

Gulf morde o lábio inferior com força suficiente para sentir o gosto metálico em sua boca. Oh meu deus... agora ele tinha que lutar contra uma ereção toda vez que lembrava da boca do policial engolindo o seu pau, e o pior, as lembranças eram constantes, e vinham nas horas mais improprias, por isso ele tinha vestido um moletom comprido o suficiente para cobrir a frente da sua calça, que agora estava apertada, ele parecia um adolescente experimentando suas primeiras ereções, não deixava de ser verdade em partes, mas era vergonhoso e suas bochechas ficavam vermelhas e quentes como se estivesse com febre.

-Ei Gulf, volta para terra.... -Brenda estalou os dedos na frente do rosto do garoto.

-Desculpa, o que você dizia? -O garoto olha a amiga tentando esconder a vergonha, as orelhas ardiam e ele tinha certeza que estavam vermelhas.

-Ok... agora me conta, o que aconteceu ontem e porque você está com cara de quem não dormiu nada?

-Eu só tive insônia, só isso.

-E a insônia te faz suspirar sonhador e ficar com o rosto corado como se estivesse lembrando de uma noite quente?

-Não é nada, vamos falar do que está acontecendo com aqueles dois. -Gulf tenta tirar o foco de si, apontando para os dois amigos que estava mais estranho do que ele, -Brenda suspira.

-Não sei, mas preciso da sua ajuda para descobrir, eles andam em um mundo só deles, e você no seu, e eu fico aqui sozinha, largada, grandes amigos eu tenho. -A garoto fala irritada.

Gulf com muita dificuldade conseguiu se concentrar nas aulas, o sono não era o seu maior inimigo e sim as lembranças que ameaçava tirar seu foco a cada dez minutos. E assim foram os últimos meses, uma luta contra os hormônios e saudade.

O ano estava acabando, e com isso as férias havia chegado, Gulf está feliz por ter conseguido completar todas as matérias com notas boas, depois das férias iria para o segundo ano de faculdade, ele nem podia acreditar, cada dia tinha mais esperanças e sonhos, a única coisa que o deixava triste era a ausência do policial, ele tentava se distrair, por isso decidiu fazer um curso de inglês no mês de férias, já avia se matriculado em duas turmas, queria ocupar o máximo de tempo que conseguisse, e também seria ótimo para melhorar seu curriculum escolar.

A mãe de Mew o chamou várias vezes para passar as feria de fim de ano na fazenda, porem Gulf tinha medo do policial aparecer e não o encontrar, o que foi uma perda de tempo.

Chegou dezembro e o garoto enfrentou a data festiva do dia 24 na presença dos amigos, mas se recusou ficar até muito tarde na casa da família da sua melhor amiga, afinal a última vez o seu anjo apareceu a meia noite, mas como todo os outros dias suas espera foi em vão.

Um novo ano logo se iniciaria, o garoto se encontrava conformado, a saudade machucava mas o garoto já estava convencido a continuar a viver da melhor forma possível, Patrick as vezes o visitava, checando se estava tudo bem a pedido de Mew, e também, sempre falava que estava tudo bem, era um tipo de código para dizer que Mew estava bem, mesmo não falando abertamente no assunto, Gulf ficava imensamente agradecido, enquanto seu anjo estivesse bem ele também estaria, não importa onde o mais velho estivesse, desde que estivesse bem, ele continuaria a esperar.

Junto com a saudade que o garoto continuava a sentir vinha a empolgação dos amigos que como forma de apoio, decidiram fazer a ceia de fim de ano no apartamento do amigo, já que Gulf recusou o convite para que passasse novamente na casa de Brenda junto com sua família.

O Garoto estava reflexivo sobre tudo que viveu e o tanto que evolui nesse último ano. O ano onde começou sua vida universitária, algo que por muito tempo nem pensava que existiria, e também o ano que conheceu seus três amigos, que considerava mais uma força, mesmo ele não sendo honesto e contando sobre sua vida passada, mesmo porque, tudo que ele queria era passar uma borracha naqueles oito anos, e fingir que nunca aconteceu, mesmo sabendo ser impossível, almejava um dia, aquelas lembranças ser apenas um eco fraco e esquecível. Ele considerava aqueles três, um sopro de fé, porque olha-los e acompanhar seus problemas e inseguranças tão normais na vida de um jovem, era algo que o fazia refletir, ele sabia que nunca seria com um daqueles garotos, com seus problemas e monstros interiores tão domáveis.

O Garoto do Porão (MewGulf)Onde histórias criam vida. Descubra agora