Capítulo 4

87 15 2
                                    

- Mas isso é horrível

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

- Mas isso é horrível... - Senhora Alice fala chocada, encanto segura minhas mãos cobertas de curativos. - Como existem ainda pessoas assim tão más!

Tive que mentir novamente, para a senhora Alice dessa vez, e confesso que foi bem mais difícil. Essa senhora sempre cuidou e se preocupou comigo, me apoiava em tudo. É bem difícil mentir para ela. 

Na verdade, é bem difícil mentir para essa família inteira.

A Alice está bem mais velha, mas continua a mesma mulher bela que era sete anos atrás. Sua tristeza se dissipou mais, por conta da morte de seu amado esposo, mas eu entendo que ela ainda continua ali escondida.

- E estava esperando algo diferente desse mundo, mãe? - Sarah fala esgotada, se sentando no outro sofá, do lado do Matheus. - O mundo mesmo com a evolução, continua sendo habitado por monstros, que só pensam em si e não no próximo.

A viagem para esta casa foi um silêncio pesado, daqueles que ninguém quer estar.

A Sarah foi no seu carro, o que significa que fui sozinha com o Matheus. Tudo porque nem tive chance de escolher.

Ele não falou uma palavra e muito menos eu. Apenas fiquei encolhida no meu canto, cheia de lembranças do passado, enquanto ele segurava fortemente o volante do carro.

- Mas estou contente que nada de pior aconteceu com você, minha menina. - Ela faz um carinho na minha bochecha e dou o meu primeiro sorriso sincero de hoje.

- Acho que agora devemos deixar a Vanessa descansar, mãe. - Matheus se levanta do sofá e caminha até mim.

- Ah, mas é claro! - Alice fala apressadamente. - Tome um banho quente e descanse, querida. Você está precisando disso.

- Vem, vou mostrar o quarto para você. - Matheus fala pegando em minha mão e encaro as mesmas com surpresa. - Sarah, traga alguma roupa para que ela possa vestir.

- Claro, estou indo imediatamente. - Ela fala sorridente e coço a garganta, olhando novamente para nossas mãos.

Matheus me puxa da sala de estar e sobe as escadas na direção do segundo andar. Paramos na frente de uma porta e ele abre a mesma sem pressa, ainda sem soltar a minha mão.

Entramos num quarto todo bem arrumado e cheiroso. Acredito que um de hóspedes e logo ele solta minha mão lentamente.

- Senhora L. preparou ele da melhor forma possível. Se quiser mudar algo pode ficar à vontade. - Aceno e o mesmo abre uma outra porta que dá ao banheiro. - Aqui tem o seu banheiro. Pode tomar um banho quente e tentar relaxar, por mais difícil que possa ser. A Sarah logo virá com roupas para você e assim você se deita um pouco e descansa. - Ele suspira e passa a mão pelos cabelos. - Suas olheiras me dão a noção de que não dorme pelo menos uns dias. Descanse e fique forte.

Ele anda até ao armário e tira mais algumas cobertas, colocando em cima da cama.

- Obrigada... - Sussurro e ele acena, olhando meus olhos.

- Meu quarto é mesmo aqui na frente do seu. - Engulo em seco, sentindo meu sangue ferver com essa informação e aceno. - Se precisar de alguma coisa não hesite em me chamar.

- Não irei precisar. - Dou de ombros e ele suspira.

- Mesmo assim, se precisar é na sua frente. - O mesmo vai na direção da porta e antes de sair me encara. - Amanhã, quando acordar, desce para comer algo e depois vai ter comigo para trocarmos seus curativos.

- Ahm.. - Coro e olho para o lado. - Tudo bem.

- Até amanhã, Vanessa. - Aceno e aperto os lábios.

- Até amanhã. - O mesmo suspira novamente e sai do quarto, fechando a porta em seguida.

Ando na direção do banheiro e começo a me banhar.

[...]

- QUANDO EU ENTREI NO QUARTO, ELA ESTAVA NUA EM CIMA DAQUELE HOSSLER. - Robert grita e eu choro de forma descontrolada em minha cadeira.

Como é possível existir uma pessoa tão ruim?

Eu nunca tive relações com o Matheus, mas ele foi contar para minha mãe que eu e o Matheus... que nós...

Minha mãe me encara com ódio e desprezo, me deixando parada de medo em minha cadeira.

Eu não fiz nada para merecer isso... Não queria que minha mãe recebesse a notícia de meu primeiro namoro com mentiras e da boca suja do meu padrasto.

Eu não sei porque ele me odeia tanto, mas desde que ele me viu junto com o Matheus no parque... ele ficou louco e veio direto contar todas essas mentiras para minha mãe.

Está falando coisas horríveis sobre o Matheus e a sua família e nada me fere mais do que ouvir tudo isso.

- Ela tava transando aos gritos no seu quarto e quando entrei, vi aquilo. - Choro ainda mais, apertando os braços ao meu corpo e me levanto da cadeira, com raiva.

- VOCÊ ESTÁ MENTINDO! - Digo desesperada. - PORQUE VOCÊ É ASSIM! O QUE EU FIZ PARA VOCÊ, VELHO PSICOPATA! - Olho para ninha mãe apavorada e caminho até ela. - Mãe... eu não fiz nada disso que ele está a dizer, eu juro... Eu não... - Sinto meu rosto queimar e se virar brutalmente para o lado direito.

Levo a minha mãe em choque ao impacto que recebi e olho magoada para minha mãe.

Ela me bateu... minha mãe.... minha mãe me bateu.

- Cale essa boca, sua imunda! - Choro compulsivamente, vendo o olhar de raiva que minha mãe me dá. - Você é uma vergonha. Como ousa falar com o Robert desta maneira? Depois de todo o amor que ele dá a nossa família? COMO CONSEGUE MENTIR E INCRIMINAR O MEU NAMORADO??? - Nego com a cabeça diversas vezes, não querendo ouvir aquelas palavras. - Você nunca mais verá esse garoto, mocinha. VAMOS PARA MANHATTAN! - Arregalo os olhos. - Espero que tenha ficado feliz pelo que fez.

Fico sem acreditar em suas palavras e entro em choque...

"Vamos para Manhattan"... "Manhattan"...

Essa frase ecoa na minha cabeça e nego com a cabeça diversas vezes.

- Não... - Sussurro, levando as mãos aos meus cabelos. - Não...

- SIM! - Minha mãe grita. - Faça as malas, ou então vai sem nada mesmo!

Ela sai da cozinha e encaro o chão ainda sem acreditar.

- Espero que agora tenha entendido. - Escuto a voz de Robert atrás de mim. - Mulher minha, não anda com outro homem. 

Acordo suando frio e escuto batidas em minha porta. Não respondo, apenas me enrolo nas cobertas e balanço meu corpo para a frente e para trás.

- Vanessa? - Escuto a voz do Matheus, do outro lado da porta. - Você estava gritando... - Não respondo e ele bate novamente na porta. - Se você não responder, eu vou entrar nesse quarto.

Permaneço em silêncio e logo a porta é aberta, revelando um Matheus com cara de aflição.

Um amor do passado | Família Hossler - Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora