Capítulo 24

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Encaro as estrelas, enquanto brinco com os dedos de Vanessa, que estão entrelaçados aos meus

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Encaro as estrelas, enquanto brinco com os dedos de Vanessa, que estão entrelaçados aos meus. 

Estamos os dois num momento mais calmo e silencioso, apenas aproveitando a sensação de estar juntos. 

Dou um beijinho no tomo da sua cabeça, ao sentir ela se encostar no meu ombro. 

Mordo o lábio e sem me controlar solto a pergunta que mais me perturba nesse tempo todo em que voltamos a estar juntos.

- Como foram esses anos todos? - Minha voz pega a mesma de surpresa e suspiro, recebendo um olhar, por cima do seu ombro. 

- Durante esses anos todos, eu esqueci o que era sorrir, Math. - Sussurra, me fazendo prender a respiração e apertar sua mão. - Eu vivia fechada... porque tentei diversas vezes fugir. Vivia machucada, por consequência disso. - Sorri triste, me quebrando o coração. - Mas isso nunca doeu tanto... 

- O que é que doía? - Pergunto, sentido medo de sua resposta. 

- O que mais doía, Matheus... era que a minha mãe fazia parte dessas torturas. - Trinco o maxilar, vendo seus olhos brilharem por conta das lágrimas. - E ela nunca fez nada para impedir. 

Respiro fundo e seguro a mesma contra mim. 

Que tipo de mãe é capaz de causar a infelicidade a uma filha? Que tipo de mãe compactua com coisas horríveis contra alguém que saiu de dentro dela... alguém que ela gerou, que deu vida? 

- Ela sempre me disse que eu era o seu maior desgosto. - Sorri triste, deixando uma lágrima descer por sua bochecha. - Meu padrasto sempre fazia questão de lhe lembrar de uma mentira, que ele inventou... 

Fecho o meu outro punho, quanto com a outra mão, continuo segurando contra meus dedos, dando um pouco de conforto para ela. 

- Ele me batia constantemente.. - Solta um choro ferido. - Dizia que nunca iria te ver. Que se eu ousasse entrar em contacto com você, ele te mataria... - Ela nega. - Eu temia tanta pela sua segurança, Matheus. Eu não me importava se a próxima porrada ia ser dura... - Sinto uma lágrima cair dos meus olhos e encaro o nada, possesso. - Eu só queria que você estivesse bem. Você e sua família... a minha verdadeira família. 

- Amor... 

- Deixe-me terminar. - Ela sussurra, se virando para mim. - Quando eu consegui fugir, eu pensei em vir ter com você. Por isso me coloquei dentro daquele ônibus, naquela rodovia. Porque eu queria te encontrar. - Ela limpa meu rosto sorrindo triste. - Mas quando cheguei, eu lembrei de todas as ameaças... de todas promessas de morte que ele fazia para com tua família, eu desisti. Porém, parece que o destino queria que eu realmente viesse até ti. Colocando os teus sobrinhos no meu caminho. Sobrinhos os quais eu conheci em bebé. 

Engulo em seco, mordendo o lábio e junto nossas testas. 

- O destino juntou-nos novamente, Matheus. Consegue entender isso? - Sorrio e aceno. - Eu te amo tanto. 

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⏰ Última atualização: Jun 14 ⏰

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