Capítulo 5

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A imagem de Vanessa feita numa bola em sua cama me embrulhou o estômago

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A imagem de Vanessa feita numa bola em sua cama me embrulhou o estômago.

Acordei com um susto quando escutei seu grito e rapidamente vim para este quarto. Mas não sabia que ia me deparar com uma imagem tão chocante.

Caminho com calma até sua cama, sem querer alarmar mais e me sento na beirada, observando seu corpo se curvar ainda mais.

- O que aconteceu, Vanessa?

A mesma continua em silêncio. Sem falar ou mexer e coço a minha garganta, esticando o meu braço, tocando o seu rosto com carinho.

Sinto sua respiração ficar irregular e recebo um olhar sem vida alguma, me quebrando por dentro.

- Foi só um pesadelo. - Sua voz saiu rouca e aceno, acariciando a pele do seu braço.

- Quer falar sobre ele?

Quando éramos novos, sempre que ela tinha um pesadelo, no dia a seguir sempre me contava.

- Não. - Ela se afasta do meu toque se sentando na cama, abraçando os seus joelhos. - Na verdade, nem sei porque entrou aqui. Pensei que era eu que iria ao seu quarto caso precisasse de algo.

Auch...

- Nunca conheci uma Vanessa tão fria quanto essa que vejo quando estamos sozinhos. Me faz perguntar o que lhe fiz para merecer tal tratamento. - Solto, sem olhar para ela. - Talvez um dia você me queira contar, talvez não... - Suspiro cansado, me levantando da cama. - Mas estarei esperando desesperadamente o dia que você me vai contar.

Saio daquele quarto sem olhar para trás, apertando meus punhos um no outro e desço as escadas a fim de ir no jardim e apanhar um ar.

Me coloco perto de uma das cadeiras junto da piscina e suspiro, tirando minha blusa e calças. Aproximo-me da piscina e mergulho, me deliciando com a água fria em meu corpo.

Só queria entender todo o mal que fizeram para a minha garota e eu vou descobrir.

Só queria entender todo o mal que fizeram para a minha garota e eu vou descobrir

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Encaro o Matheus sair e mordo lábio com força, jogando a cabeça para trás. Tenho que sair desta casa antes que seja tarde demais. Eu não me perdoaria se algo de mal acontecesse para essa família e se o Robert descobrir que estou aqui...

Arrepio só de pensar.

Me levanto e ando na direção da janela, que dá visão para o jardim e abro a mesma, me debruçando.

Aperto os meus braços e escuto um respingo de água. Procuro a direção de onde veio o barulho e sorrio de lado encarando o Matheus nadando.

Fazíamos tanto aquilo juntos, eram os nossos melhores momentos. Me doía saber que perdi tudo o que me fazia lembrar dele.

Perdi as fotografias, os blusões que ele me emprestava e que guardava permanentemente para mim. Ainda assim, consegui guardar a melhor parte, as nossas doces e animadas lembranças.

Fecho a janela com relutância e suspiro, encarando a porta do quarto.

Tenho que começar a avaliar os movimentos da casa, para assim poder fugir. Não posso envolver ninguém nos meus problemas e não posso ficar tanto tempo neste lugar.

[...]

Escuto batidas na porta do quarto e suspiro, passando a mão pelos cabelos.

- Entre... - Falo baixo e logo a porta é aberta.

A Sarah entra animada pelo quarto, com roupas em seu braço e me entrega as mesmas.

- Tome. - Ela sorri. - Fiz elas não tem muito tempo.

- Você então cumpriu seu sonho? - Sorrio com uma felicidade sincera. - Se tornou estilista.

- Não, querida... - Ela se senta do meu lado e suspira. - Anos atrás, aconteceu algo ruim. A Lesly... ela morreu. - Arregalo os olhos sem acreditar.

A Lesly havia morrido? Aquela garota com alegria contagiante morreu?

- Como... como isso aconteceu? - Franzo o cenho. - Quer dizer, ontem eu não estava entendendo nada do que aconteceu, mas agora estou entendo. Raphael se casou com outra garota.

- Bom, na verdade, ele se casou de novo. - Suspira. - Lesly morreu depois de uns dois anos de casados. Tiveram um acidente de carro. Passaram-se mais alguns anos, e a Megan, nova mulher do meu irmão, salvou seus filhos de um acidente. - Ela sorri. - Foi aí que tudo começou.

- Hmm... onde isso inclui o seu sonho?

- Bom... - Coço a garganta. - Eu deixei meu sonho de lado depois que a Lesly morreu e me dediquei às crianças. Não ia dar certo mesmo.

- Quê? - Arregalo os olhos e pego as peças. - Sarah, suas peças são lindas. Como consegue falar que não ia conseguir? Meu Deus.

- Se fosse para acontecer, aconteceria.

- Mas para acontecer você tem que fazer por isso. - Suspiro e me levanto. - Vou tomar um banho e me arrumar para ir embora.

- Você não vai embora. Tem que ficar boa primeiro.

- Mas eu estou boa. - Começo a andar, sentindo a minha perna latejar, me dificultando a tarefa.

- Mal consegue dar alguns passos. Ora, mas por favor. - Ela se levanta e segura meu rosto. - Vai tomar banho e venha ter à sala de jantar, vamos estar esperando por você.

Ela sai do quarto e suspiro, entrando no banho.

[...]

Depois do pequeno almoço, o Matheus me levou para meu quarto. Acompanhado de uma malinha de primeiros socorros e está até agora refazendo os meus curativos.

- Suas mãos ficaram bem raladas, mas agora não precisam mais disso aqui. - Ele fala tirando as ligas. - Mas já a sua testa, ainda vai ser necessários alguns dias para ficar melhor. Seus joelhos estão inchados, passe gelo por eles e evite andar. - Aceno e o mesmo se levanta suspirando. - Tenho que ir trabalhar, porém qualquer coisa você já sabe. Peça um telefone e me ligue. - Antes que possa falar ele continua. - Se não precisar, não ligue. Até mais tarde, Vanessa.

Ele sai do quarto e mordo o lábio, puxando o mesmo com força.

Que droga... deixar ele novamente vai ser da mesma dificuldade que há sete anos atrás. Mesmo que eu esteja dando maior gelo.

Gemo exasperada e me deito na cama esgotada.

Um amor do passado | Família Hossler - Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora