Corro apressadamente pelas ruas escuras, apavorada e com dificuldade em correr por muito mais tempo, fazendo-me tropeçar de tanto cansaço. Levanto-me rapidamente, voltando a correr, querendo entrar dentro de uma paragem de autocarros.
Um barulho atrás de mim me assustou, o que me fez virar. De um beco saíram cinco homens encapuzados que, apesar de manterem a cabeça abaixada, acompanhavam-me com passadas velozes, perseguindo-me como animais selvagens.
Sei que foram os mesmos que me seguiram desde casa e os mesmos que me fizeram bater a cabeça forte contra a quina de uma parede.
Entro apavorada dentro da paragem e corro para a bilheteria, furando a fila. Me desculpo com todo o mundo, mas eu tinha que me apressar.
Desorientada, com os joelhos e os pés ardendo por terem raspado no concreto da calçada, e com um corte na cabeça, compro rapidamente as passagens para o lugar onde poderei me esconder e me sentir segura.
Recebo um olhar de pena e espanto da bilheteira, mas não ligo. Tenho apenas que fugir dali para fora.
Observo o meu redor, suspirando de alívio pela multidão ali dentro e entro na camionete com pressa, colocando o meu capuz na cabeça.
Ando até aos bancos do fundo e me abaixo neles, ficando o mais oculta possível.
Olho pela janela, vendo os caras encapuzados olhando ao redor do espaço. Assim que um olha na minha direção me escondo por trás das cortinas escuras e suspiro de alívio ao perceber que a camionete começa a entrar em movimento.
[...]
Saio da camionete, sentindo o sol bater em meu rosto e a nostalgia volta para minha mente.
Olho tudo ao meu redor, vendo como esse lugar continua idêntico ao passado.
Faz sete anos que eu e minha mãe deixamos essa cidade para ir morar com o namorado psicopata dela. Sempre quis voltar, mas ela sempre arranjava forma de me prender naquela casa.
Ando pelas ruas, lembrando bem de todos os caminhos e passo a mão pela cabeça, por conta de uma pontada que recebi dela, sentindo o sangue seco na mesma.
Respiro fundo e ando sem rumo algum. Eu vim para aqui sem qualquer ideia do que fazer. Apenas corri e vim para o lugar onde me passou mais segurança.
Eu não tinha muitos amigos quando morava cá, mas os poucos que tinha, sabia que provavelmente a vida mudou e eles podem ter se mudado de país ou mesmo cidade.
Ando mancando pelas ruas e quando vejo que preciso de um pouco de descanso, me sento no pequeno banco de parque na minha frente.
Jogo a cabeça para trás, tapando meus olhos com o braço e com a outra mão, aliso minhas pernas, numa tentativa de passar a dor.
Eu sei que não posso ficar tão descansada. Rapidamente podem aparecer aqueles caras novamente. Eu acredito que o Robert está fazendo de tudo para me achar, porém, do que depender de mim, não importa para quantos lugares eu fugir, mas ele não vai me apanhar.
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Um amor do passado | Família Hossler - Livro II
RomantikApós 7 anos, Vanessa Thompson consegue fugir das garras de seu padrasto e meio irmão, voltando para a antiga cidade natal. Com a sua volta, ela vai reencontrar a sua família amiga, a família Hossler. Onde se irá deparar com os melhores amigos e ex...