Capítulo 9

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- Vai embora sem dizer novamente para ninguém, Vanessa?

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- Vai embora sem dizer novamente para ninguém, Vanessa?

A mesma fica paralisada com a mão na maçaneta da porta e tento controlar o meu temperamento.

Eu não acredito que ela vai me deixar novamente e da mesma forma que antes. Isso dói mais do que as palavras que ela me falou dias atrás.

Aproximo mais dela e falo entre os dentes:

- Não vai responder? - A Vanessa se vira, com os olhos fechados e nego a cabeça com mágoa. - Você ia embora sem falar nada?

- Eu tenho que ir. Já estou bem, quero ir embora. - Solto um riso nasalado e faço uma massagem nas minhas têmporas, impaciente.

- E você vai para onde, garota? Até onde eu sei, você foi assaltada. Levaram sua carteira. - Ela morde o lábio, desviando o olhar. - A não ser que, na verdade, você nunca foi assaltada. Qual delas é a verdadeira opção, Vanessa? - Digo seu nome friamente e a mesma ri sem graça.

- E-eu... - Passa as mãos pelo cabelo. - Quer saber? Eu não tenho que falar nada para você. Eu vou embora, e você não pode fazer nada quanto a isso.

Ela se vira na direção da porta, mas antes que ela toque novamente a maçaneta, seguro seu braço puxando ela contra mim, fazendo nossos corpos se chocarem e encaro seus olhos.

Estamos muito próximos. Consigo sentir seu cheiro e todas as curvas de seu corpo. É tão bom sentir tudo isso novamente.

- Pode ir parando aí, mocinha. Você vai me contar tudo direitinho e depois disso eu decido se você vai, ou não embora da minha casa. - A mesma arregala os olhos e tenta se soltar de meu aperto, mas com a outra mão, seguro firmemente sua cintura.

- Me solta, Matheus. - Sua voz sai rouca e contenho a vontade de lhe beijar contra aquela porta.

A saudade que eu tenho dessa mulher não tem dimensão. Sinto tudo por ela e a quero aqui, do meu lado.

Mas não posso esquecer que também tenho uma relação com a Eloise. Magoar ela implicaria magoar um dos meus melhores amigos também.

- Você vai me contar tudo, Vanessa. - Falo com firmeza e seu rosto se fecha de raiva. - O que realmente aconteceu com você? Do que você está fugindo?

A mesma engole em seco e solta um suspiro derrotado, desviando o olhar do meu.

- Matheus...

- Eu preciso saber, Nessa... - Seguro seu rosto nas minhas mãos, a fazendo olhar no meu olho e trinco o maxilar. - O que realmente aconteceu com você.

- Matheus, eu não posso...

- Você pode. - Falo firme e com desespero em minha voz. - Sempre que olho você, só vejo medo em seu olhar e eu sei que você mentiu quanto ao assunto do assalto. - Passo a língua pelos lábios, mostrando desconforto. - Meus irmãos também sabem disso. O que realmente aconteceu com você? Me conta... - Encosto nossas testas. - Me conta, Vanessa. Por favor, eu imploro.

Ela me encara nos olhos, soltando um choro ferido e pego ela em meus braços, apertando seu corpo contra meu. Ela tenta se soltar, porém aperto ela forte contra o meu corpo.

- Não me faça contar para você, Math... - Fico tenso ao ouvir o apelido que ela me deu e beijo o topo de sua cabeça.

- Eu quero saber, querida... - Respiro fundo. - Quero proteger você de todo o mal.

- Você não me pode salvar deles, Matheus. - A mesma segura minha camisa social, chorando compulsivamente. - Eles vão acabar com você... Me deixe ir.

- Não! - Trinco o maxilar, enlouquecido de raiva. - Quem são eles, Nessa? Conta para mim, por favor.

Afasto nossos corpos, voltando a segurar seu rosto nas minhas mãos e limpo as lágrimas de suas bochechas rosadas. Seus olhos estão vermelhos, pânico é o que prevalece por cada parte deles.

- P-podemos falar em outro lugar? - Aceno rapidamente e puxo ela para o jardim, ficando em frente da piscina.

Espero que ela fale alguma coisa, sem querer forçar ainda mais a me contar.

Observo a mesma se sentar no chão perto da piscina, cruzando as pernas e faço o mesmo do seu lado, só que sem cruzar as minhas pernas.

- Eu fugi de casa. - Encaro a mesma, sem falar uma única palavra. - Meu padrasto.. - Ela engole em seco. - Ele... não me trata da melhor forma e sempre faz de tudo para minha mãe me odiar. Não... - A mesma respira fundo e fecha os olhos. - Eu não aguentei mais estar naquele lugar, onde ele chama de minha casa. Mas para fugir, eu tive que... - Ela fecha os olhos com força. - Eu bati com uma jarra na cabeça dele. Minha mãe não estava em casa. Eu pensei que não tinha ninguém em casa, porém... - Seguro sua mão, incentivando ela a continuar. - Porém o filho dele estava lá... e ele viu o que fiz com o pai... - Ela solta um choro ferido. - Eu fugi e logo percebi que estava sendo perseguida. Vieram cinco homens encapuzados atrás de mim. Eu não via o rosto deles, mas sabia que eram os seguranças do meu padrasto...

"Santiago mandou eles me apanharem. Eu sabia que não éramos realmente irmãos, mas ele mostrava ser diferente do pai. Contudo, mesmo assim, ele mandou me perseguirem. - Trinco o maxilar com raiva e ela respira profundamente, soltando um ruído de raiva. - Num beco, eles conseguiram me encurralar. Um deles me puxou pelo cabelo e bateu minha cabeça contra a parede. - Fecho meu punho com força, querendo encontrar a família dela e destruir todos eles. - Quase perdi a consciência, mas eu só queria fugir dali, entende?

"Consegui bater onde doía mais no cara que me chocou contra a parede e fugi. Corri e consegui pagar uma passagem para cá, mas eles me seguiram até lá. Provavelmente vão procurar em todos os lugares que estava em lista para ir naquela hora. - Ela suspira e me encara. - Eu tenho que fugir antes que eles me encontrem aqui. Tenho que manter você e sua família a salvo, Matheus. - Nego com a cabeça e ela sorri triste. - Eles são perigosos.. Não quero que nada vos aconteça.

Me levanto, passando a mão pelos cabelos e encaro a mesma, furioso.

- Eu tou pouco me fodendo para você me colocar em perigo. - Abro os braços para o ar e rio exasperando. - Meu irmão é um advogado, Vanessa. Temos a casa cheia de seguranças de primeira classe. Onde você estaria nos colocando em perigo? Você saindo daqui só ia se colocar a si mesma no perigo.

Ela se levanta e morde o lábio, chorando.

- Eu não quero ser responsável por qualquer mal que possa acontecer. Matheus, eu não conseguiria lidar bem com isso.

- Eu não vou deixar você ir embora daqui, Nessa. - Aproximo-me dela e seguro seu rosto novamente em minhas mãos, sorrindo de lado. - Eu não consegui proteger você durante sete longos anos. Não me tira a oportunidade de manter você segura agora. Não tire isso de mim.

- Mas...

- Raphael vai encontrar esses caras e fazer eles pagarem. - Falo com firmeza. - Não vamos deixar você escapar de nossas vidas novamente. Sobretudo eu... não sei se sobreviveria longe de você de novo.

- Matheus...

- Fique... - Encosto nossas testas. - Por favor. Se não quer fazer isso por você, faça por mim e pela minha família então, Vanessa. Mas nos deixe proteger você dessa vez.

Encaro seus olhos, esperando ela concordar e aguardo por sua resposta em silêncio e com ansiedade.

Um amor do passado | Família Hossler - Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora