Capítulo 11

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- Esse aqui será o quarto que você ficará! - Minha mãe comunica, com a voz coberta de raiva

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- Esse aqui será o quarto que você ficará! - Minha mãe comunica, com a voz coberta de raiva.

Encaro o quarto na minha frente, odiando cada parte existente nele. Desde suas paredes cinza, a seu chão de madeira escura.

Observo as mobílias recentes e a cama bem feita, contendo a vontade de estragar todo esse ambiente bonito.

Se Robert pensou que me fazendo um quarto bonito, faria eu mudar a minha perspectiva de sair daqui, ele está muito enganado.

A única coisa que queria nesse momento era sair daqui e voltar para minha vida antiga.

- É bem maior que seu antigo e bem aconchegante. - Minha mãe continua a falar de forma cortante. - Não tem porque se queixar das acomodações. Agora se acomode e guarde suas roupas. Teremos uma longa estadia nessa casa. Na nossa nova casa.

Ela me empurra para dentro do quarto e fecha a porta com força. Fecho os olhos pelo susto que tomei com o barulho que a porta fez e observo o quarto novamente.

Levo a mão à boca e corro para perto da cama, me sentando na mesma, abraçando meus joelhos contra o corpo.

Fico nessa posição por mais uns segundos, deixando as lágrimas caírem livres pela minha face e rapidamente pego a fotografia que guardei no meu bolso do casaco.

Mordo o lábio, segurando os soluços do meu choro silencioso e acaricio o pequeno quadradinho, bem em cima do rosto do Matheus e fecho os olhos com força.

Nem me despedi dele...

Como ele poderia me perdoar depois disso? Como conseguiria olhar nos meus olhos caso me visse novamente?

Eu mesma não conseguiria me perdoar...

Levo a fotografia aos meus lábios e aperto a mesma contra meu peito em seguida.

- Oh, meu Math... - Choro compulsivamente. - Eu te amo tanto... - Limpo meu rosto com as costas de minha mão. - Me perdoa por isso, me perdoa por ter deixado você... Meu único e verdadeiro amor.

Assusto-me com o contacto de duas mãos em meus ombros e encaro a Sarah bem atrás de mim.

Coço a garganta e rapidamente abro um sorriso forçado, vendo a mesma se sentar do meu lado.

- Você tava bem pensativa. - Ela fala séria. - Então decidi vir ver o que se passava com você.

- Eu estou bem, Sarah. - Falo sorrindo. - Apenas pensando em tudo o que está acontecendo em minha vida.

A mesma me encara com os seus olhos azuis, meio esverdeados e sorri de lado.

- Quer saber de uma coisa que aprendi com esses anos todos? - Observo Sarah com atenção, acenando em silêncio. - Nada acontece por acaso. Sempre vão existir tempestades, mas logo ela se aquieta e vem o arco-íris. - Franzo o cenho, sorrindo serenamente. - Temos que confiar na vida. Isso já dizia minha cunhada, Megan. - Sorrio e aceno. - Ah, mais uma coisa. - Ela sorri matreira. - Quero você pronta daqui a dez minutos. Vamos às compras. - Sarah se levanta animada. - Você vai precisar de roupas, visto que agora vai ficar com a gente por tempo indeterminado.

- O Matheus contou para vocês que eu...?

- Que você ia fugindo de nós? Falou sim, mas tá tranquila. Eu não vou discutir, porém minha mãe tá louca com você.

- Eu peço desculpas por isso. Tava pensando no vosso bem. - Suspiro e a mesma segura meu rosto.

- Nós entendemos seu lado e, aliás, muito obrigada por pensar na nossa segurança. Contudo, não somos uma família que deixa quem mais precisa de nossa ajuda na mão. Muito menos você. Minha melhor amiga, você é um membro da família.

Contenho a vontade de chorar e abraço a mesma.

- Eu senti muito a sua falta nesses sete anos, Sarah.

- E eu a sua, Vanessa. - Sinto ela soltar um choro e sorrio.

- Tou vendo que continua a mesma chorona de sempre. - Rimos juntas e ela suspira.

- Anos passam, mas eu sou sempre a mesma. Agora se apronta, minha cunhada já está nos esperando.

- Pode deixar. - Sorrio envergonhada.

Observo a mesma sair do quarto e fecho os olhos.

Essa família me faz tão bem...

[...]

- Oh, meu deus. - Coloco as mão na barriga depois de tanto rir. - Você não fez isso, Sarah. - Rio descontroladamente, acompanha de Megan.

- Eu juro. Tavam lá meus sobrinhos, sentados depois de um quase acidente e a Megan a caminho de um hospital. - Ela respira fundo. - E eu cantando o policial gostoso.

Eu nunca mais me tinha rido tanto como estou a rir neste momento. Termino de comer hambúrguer e coço a garganta ainda rindo.

- E você ainda lembra do nome do gato?

- Acredita, ela lembra. - Megan solta e rimos ainda mais as duas juntas.

- Ah, gente. Qual é? Como esqueceria o nome do deus grego. - Ri. - Tentei encontrar ele em todo o lugar, mas não acho. Existem incontáveis pessoas chamadas Nick Casey nesse mundo.

- Bom, eu levei sete anos para aparecer novamente, quem sabe com ele não seja igual?

- Deus me livre esperar por um homem por sete anos. Por você eu esperava até mais, agora por homem? Nunca!

- Confiem na vida, não nos homens. - Megan suspira, bebendo seu sumo. - Já dizia a minha mãe.

- Exatamente. - Sarah acena e de repente fixa seu olhar em mim. -Agora o importante é fazer o Matheus deixar aquela garota e voltar para você.

Arregalo os olhos rapidamente e começo a tossir sem parar.

Eu não acredito que a Sarah falou isso mesmo.

- Eu nunca roubaria o namorado de ninguém, Sarah.

- Uai ela é que roubou, meu bem. - Megan ri e acena.

- Tá na cara que o Matheus ama você ainda, Vanessa.

- Você também, Megan? - A mesma apenas dá de ombros.

Suspiro e passo a mão no rosto.

- Se ele tá com ela, é porque gosta dela, gente. - Sorrio triste. - Eu cheguei tarde. Agora só preciso aprender a lidar com isso.

- Ok, mas depois não diga que a gente não tentou ajudar. - Sarah suspira.

- Eu nunca diria isso. - Sorrio. - Que tal irmos embora agora? Ainda tenho que guardar essa roupa toda. Eu falei para você que era muito.

- Calada. - Ela ri. - Mas tá certo. Vamos embora. A gente te ajuda a guardar a roupa.

Rio e nos levantamos, indo para casa novamente.

Um amor do passado | Família Hossler - Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora