18 - IV

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— Ai meu Deus! Nós não devíamos ter falado dessas coisas em qualquer lugar — Cléo coloca a mão na cabeça preocupada. — Agora para invandir o quarto dos outros, Renato?

— Não, eu vim chamá-las para o almoço, passei pelo quarto do Thi e quando ía bater na porta escutei meu nome então resolvi ouvir a conversa e olha só o que descobri! — sorri de orelha a orelha. — Vamos ver como ficará a cara da Mariana no momento em que eu questionar sobre isso.

Levanto da cadeira e ando até ele.

— Não Rê, você não vai fazer isso! — peço colocando as mãos nos bolsos traseiro do short.

— Você não não manda em mim Alice, faço o que bem quero! — ameaça sair do quarto por onde entrou, mas eu seguro em seu braço.

— Por favor Renato! Por favor! — imploro.

Não posso deixá-lo acabar com a probabilidade de voltar a ter a amizade de Mari, se ele chegar e revelar as coisas que descobriu ela vai me culpar pelo resto da vida e eu nunca mais serei sua amiga.

— Ah, por isso me fez aquelas perguntas sem noção né? — sua indagação me faz concordar com a cabeça.

— Se você contar à ela vai estragar tudo. Vou perder a amizade dela para sempre — digo descontente.

— Está exagerando Lice, a Mari vai te perdoar — Cleonice diz aproxima de nós.

— Sabe muito bem como foi a reação dela quando me pegou mexendo em sua coisas, nunca tinha visto Mari daquele jeito — respondo.

— Bom, o almoço está pronto e já estou saindo — dessa vez ela caminha para a porta do corredor.

— Renato, podemos conversar mais tarde? — pergunto antes que o mesmo some.

— Sobre esse assunto ainda não, preciso processar primeiro, mas fique tranquila por enquanto não falarei nada  — encerra o assunto fechando a porta atrás de si.

— Droga! Por que Rê chegou justo nessa hora? — passo a mão pelo rosto várias vezes.

— Calma Alice, e vou convencer a Mari para voltar a falar com você. Não se preocupe, e agora vamos almoçar — segura minha mão conduzindo para fora.

Almoço em silêncio um tanto preocupada pensando no Renato a qualquer momento ir na casa da Mariana para questionar se o tal fato se é verídico.

— Está tudo bem amor? — Thi questiona acariciando minhas costas.

— Sim, estou bem — olho para os demais que esperavam pela resposta.

— Você nunca foi de ficar tão quieta — é a vez de Marta falar.

— Deveria estar mais que feliz, já que descobriu que tem uma herança — Marcelo completa me deixando surpresa.

Seus olhos estão focados em mim e eu não vejo arrogância ou algo do tipo neles, fico muito aliviada com isso.

— Gente obrigada por se preocuparem comigo, eu estou bem, de verdade — sorrio sincera para cada um.

— Meu Pai do céu! Vocês não verem que ela está fazendo teatro para chamar atenção? — Laissa se irrita.

— Garota cala a boca! — o pai repreende.

— A única que está chamando a atenção aqui é você! — Thiago inclina a cabeça na direção dela.

— É verdade — concorda Cléo.

— Alice você é uma burra! Garota sonsa, atrevida! Seria ótimo se tivesse continuado sofrendo na mão da Isadora — declara enfurecida.

Sem Direção (Concluido)Onde histórias criam vida. Descubra agora